Park Jimin estava escondendo algo.
Chegaram em silêncio à casa dos dois e Taehyung avisou que ficaria um tempo no escritório, enquanto o ruivo tomava um banho demorado e morno para relaxar.
Debaixo do chuveiro, tomando cuidado de não molhar os cabelos, a cabeça estava agitada por motivos que nunca pronunciava.
Quando saiu do banheiro abafado pela quentura da água, enxugou-se e vasculhou a prateleira embaixo da pia, em busca do que escondia de Taehyung.
Ficou aliviado ao encontrar a pequena caixa rosa de anticoncepcionais.
A primeira cartela que passou a tomar já estava na metade e ele destacou um dos comprimidos minúsculos para engolir a seco, para então guardar no exato lugar, longe dos olhos do marido.
Sabia que Taehyung não entenderia. Na verdade, nem Jimin compreendia um pouco. Só sentia um incômodo cada vez maior desde que voltou a Coreia do Sul, pois constantemente tentavam reforçá-lo a um gênero — na maior parte das vezes, masculino.
Era sempre um homem que se vestia como mulher. Um homem que se relacionava com outro homem. Homem, sempre homem.
E ele odiava essa denominação.
Sabia dos riscos de se tomar anticoncepcionais daquela forma, mas não se considerava tão inconsequente assim: pesquisara relatos de diversas mulheres trans que faziam o mesmo para mudarem o corpo, graças à dose de hormônios embutida em cada comprimido.
Jimin queria ficar parecido com elas. Apenas não tinha certeza do próprio limite sobre isso.
Saiu com um sorriso animado do banheiro, como um ladrão que cometeu um crime perfeito.
E enquanto isso, Kim Taehyung estava pensativo.
Sentado no escritório com o notebook na mesa, ele vasculhava toda informação possível a respeito de Jeon Jungkook.
Não fazia isso com a intenção de ser um stalker maníaco, apenas estava conferindo suas redes sociais para entender os hábitos do rapaz e saber como inserir a dinâmica de dominação e submissão sem prejudicar sua rotina e afazeres.
E havia deixado claro para o mais novo que faria isso, então também não se culpava.
Jimin estava quieto demais desde que chegaram da Casa Eros naquele fim de noite. Ideias rondavam sua mente e ele parecia planejar alguma coisa, mas Taehyung não quis incomodá-lo, deixaria que Jimin viesse até ele.
E foi dito e feito.
O ruivo chegou sorrateiro no escritório de luz apagada, com a única iluminação presente sendo a que vinha da tela do notebook.
Surgiu atrás de Taehyung com as mãos em seu peito desnudo; o homem estava apenas com a bermuda do pijama.
— Sabia que é um crime federal que você use roupas? — falou baixinho e mordeu a ponta da orelha do marido, que riu e levou a mão para trás.
— Você quer alguma coisa...
— Quero entrar ao vivo com você. — saiu de trás do homem e Taehyung se impressionou ao ver como Jimin estava completamente nu; o ruivo passou uma perna pelo colo do esposo e se colocou à sua frente.
— Hoje é sexta, esqueci disso. — lembrou que Eros sempre entrava ao vivo no seu site privado nesse dia, e algumas vezes o chamava para participar. — Quer deixar a sala reservada ou vai ser aberto?
— Deixe aberto, se alguém no chat me convencer a fechar a sala, eu faço um show privado.
Taehyung balançou a cabeça, incrédulo em como seu esposo era tão desinibido.
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Volúpio | Taekookmin
FanficJeon Jungkook sempre foi um rapaz muito curioso. Disposto a descobrir mais sobre si mesmo, ele adquire um ingresso valioso para ir à inauguração da Casa Eros: o maior clube BDSM de Seoul, fundado pelo famoso fetichista Park Jimin, dono do local junt...