Jungkook estava com um pouco de medo.
A mensagem escrita para o pai poderia ser um grande desastre, ou apenas uma paranoia sua de que tudo desse errado.
"Appa, vou terminar tarde o trabalho aqui na casa da Sana, lembra dela? Filha da Sra. Choi-Yoon, amiga de omma. Chris também está, então vamos dormir aqui e vou direto para a aula amanhã, tudo bem?"
O pequeno texto estava na área de transferência do celular e ele copiou para a conversa com o pai, mas ainda sem enviar.
Jimin e Taehyung olharam para ele com curiosidade, iluminados pelas luzes do karaokê. Já estavam na hora de ir embora e Jungkook não queria ficar longe deles.
Já não queria antes, quando era uma relação estritamente entre dominante e submisso, mas agora era diferente.
Queria muito, muito passar a noite com eles.
Clicou em enviar e se sentou no sofá do karaokê, ansioso.
— Ei, meu amor. – Taehyung se abaixou e tocou em seu braço. — Vai dar tudo certo, não se preocupe.
— Não pense nisso agora. — Jimin se aproximou e estendeu as duas mãos. — Vamos?
Jungkook respirou fundo e encarou as mãos decoradas de anéis, achando um pouco de graça dos dedos gordinhos e menores de Jimin.
Não podia recusar aquele gesto, nunca.
Era apaixonado por Park Jimin.
Estendeu as suas e se levantou, tentava enxotar a preocupação para baixo do tapete mental a qualquer custo e se concentrou no loiro que sorriu para ele.
— Hoje vai ser bom. — Jimin disse num ímpeto e se afastou apenas para desligar o computador do karaokê, enquanto o instrumental de Church, de Chase Atlantic, ainda tocava.
Uma música extremamente contraditória para um filho de pastor.
Estava indo a outra igreja naquela noite, para adorar dois corpos que ele tanto idolatrava.
Voltaram ao carro e Jimin conectou o celular ao som do carro, pois queria rodar suas próprias músicas.
O clima estava diferente: sabiam que algo havia mudado. Não sabiam dizer exatamente o quê.
— Você sempre vai colocar The Weeknd? — Taehyung esticou a cabeça para ver a tela do celular de Jimin, aberta na playlist.
— Calado, o Rei vai cantar. — Jimin brincou com as sobrancelhas arqueadas e "Pray for me" começou a tocar no interior do carro. — É bom com tradução, Jungkookie?
— Não... — anotou no cérebro a tarefa de aprender inglês, pois Taehyung e Jimin eram fluentes e queria ser como eles.
A voz melodiosa de The Weeknd se combinou às batidas nos dedos que Jimin deu na própria coxa, para acompanhar o ritmo da música. O estilo vintage do cantor era o que a pessoa mais gostava, e Taehyung também deu tapinhas no volante.
— "Me diga quem vai salvar de mim mesmo." — Jimin traduziu um verso da música e olhou para Jungkook pelo retrovisor. — "Quando essa vida é tudo o que conheço."
Pôde jurar que viu os olhos do Park tomarem a mesma coloração da foto tirada no Blue & Grey: duas joias esverdeadas.
Segurou-se no estofado.
— "Me diga quem vai me salvar desse inferno." — Jimin desviou o olhar e encarou a rua do centro. — "Sem você, estou completamente sozinho."
— É uma letra muito pesada para a vibe da música. — Taehyung comentou de repente. — O eu lírico chega a lutar com Deus, questiona sobre quem vai tirar seu sofrimento, quem vai salvar a sua alma...
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Volúpio | Taekookmin
FanficJeon Jungkook sempre foi um rapaz muito curioso. Disposto a descobrir mais sobre si mesmo, ele adquire um ingresso valioso para ir à inauguração da Casa Eros: o maior clube BDSM de Seoul, fundado pelo famoso fetichista Park Jimin, dono do local junt...