Síndrome de Estocolmo (Tobidei)

Sentimento correspondido.

- Eu não sei de nada.

Revirou os olhos vendo a cara desconfiada do loiro, ele não parecia convencido.

- De qualquer forma eu ainda quero o meu exame!

- Esquece esse exame! - levantou-se indo até porta quando ouviu algumas batidas, em seguida voltou com uma bandeija em mãos contendo uma tigela com salada de frutas ao iogurte e suco natural. - Pedir que trouxessem isso; vou sair por algumas horas e quando eu voltar é melhor que saiba aonde pretendo ficar esta noite.

- Pode ter certeza que eu vou está te esperando. - disse sínico, e no momento que o moreno saiu do quarto ele não só trancou a porta como arrastou a cômoda mais pesada para frente dela.

[...]

Depois de todos esses dias essa foi a primeira noite que ele não acordou durante a madrugada e sentiu medo do lugar. Já era dia quando ele despertou, estreitou olhos pela claridade, mas assim que viu a cômoda de volta no lugar arregalou os olhos e sentou-se na cama.

Seu coração acelerou quando olhou pro lado e deparou com Obito deitado de bruço. Em segundos ele se colocou de pé ainda atordoado.

- Não é possivel!

Obito acordou com os sussurros de reclamações e os sons de passos.

- Como diabos você entrou aqui!

- Fale um pouquinho mais baixo, minha cabeça tá explodindo.

- Levanta e saí daqui agora!

Obito encarou o teto puxando a coberta de cima, sem camisa e somente com mesma calça da noite anterior.

- Quando foi que você começou a me dá tantas ordens?

- Eu fui claro quando disse que te quero longe de mim!

- E eu já evitei fazer muitas besteiras por respeito a você, mas pelo visto a sua ingratidão é maior do que qualquer coisa. - puxou sua camisa para vesti-la, parecendo mal humorado.

- Ingratidão? E você esperava o quê, que eu pulasse de alegria em ser forçado a conviver contigo!? Acorda, Obito; por mais que me mantenha aqui, você nunca vai me ter da mesma forma que Sasori. Você jamais será ele.

-... Ótimo; caso contrário seria horrível ser feito de idiota. - foi até a porta removendo a chave e enfiando no bolso. - E eu que pensei que as coisas pudessem fluir agora que já não temos com que nós preocupar.

- Você, não tem com o que se preocupar! Não haverá um dia que eu não fique inquieto nessa casa no meio dessa gente estranha, mesmo que você tenha feito de tudo pra me prejudicar eu ainda não irei me conformar com isso.

Seu tom de arrogância deixou Obito ainda mais impaciente, acordar agitado era difícil e quando acontecia ele não engolia nenhum desaforo.

- Porquê você insiste em quebrar a confiança que eu tento depositar em você, Deidara? Será que é tão pouco a minha consideração por ti e a paciência que eu tive para não tornar as coisas piores!?

- O seu problema foi achar que eu cederia a sua obsessão pelas poucas migalhas que você chama de "respeito", e no final acabou sendo mais um motivo pra mim odiar você!

Obito viu em seus olhos uma grande repugnância e insatisfação, poderia contornar a situação como das outras vezes, mas ele não quis mais dá o braço a torcer, estava cheio da insolência dos pontapés e seu mal humor não ajudava em nada. Já que Deidara deixou claro que não iria ceder por bem, então ele iria tê-lo da forma que quisesse.

- Muito bem; já que você nunca vai me amar, eu me conformo com seu ódio porquê é um sentimento tão intenso quanto o amor, e acredite que agora você é plenamente correspondido. A partir hoje eu não serei mais paciente e nem me privarei dos meus desejos, eu não te trouxe pra cá pra ser um enfeite muito menos para aguentar suas reclamações, então é melhor você se acostumar com as minhas vontades porquê você irá satisfaze-las sempre que eu quiser; e antes que eu me esqueça, saiba que ainda hoje você será meu.

Deidara tentou falar, mas a mudança repentina do moreno o pegou de surpresa.

- Espero que tenha aproveitado seus dias de glória.

Saiu batendo a porta, deixando o loiro ainda desconcertado. Ele se negou a acreditar em todas aquelas palavras rudes, mas o nervoso que cresceu em si por ouvi-las no mesmo instante ainda ansiavam em perturbar sua mente; e em sussurro ele repetia uma única coisa:

- Eu tenho que matar você.