Tarde da noite Obito resolveu ir até o bunker outra vez, quando avistou o loiro se encostou na grade o observando dormir.
Soltou Kayus de volta no chão vendo-o atravessar a cela por ser pequeno, logo tendo a ideia de fazer o mesmo.
Abusou da coragem ao se sentar ao lado dele para velar seu sono, mas não esperava que ele fosse despertar com sua aproximação.
- O que faz aqui?
Perguntou meio assustado e tomou distância, estava nervoso por aquela atitude de Obito.
- Eu... Você tem que saber de uma coisa.
Deidara juntou as sombrancelhas sem entender, e permaneceu em silêncio esperando. A atenção de Obito por um instante foi para a barriga do loiro, sentindo a angustia crescer aos poucos dentro de si.
- O seu caso em breve será encerrado; você estará morto em menos de 48 horas.
Levantou-se ao mesmo tempo em que Deidara fez o mesmo, cheio de surpresa.
- Do que está falando?
- Estou falando que em algumas horas, não só seus amiguinhos, mas como a sua família, irão lamentar sua morte; o que vai ser uma pena porquê, enquanto eles estiverem velando os seus... como posso dizer? "Restos", você estará aqui sendo um lindo enfeite só pra mim.
- Você não tem como fazer isso!
- Não só tenho, como vou, aliás... - ele colocou uma das mãos para fora da grade chamando seu irmão, que se aproximou segurando uma maleta pequena. - Suba até o térreo, tem uma pessoa a sua espera.
Antes de sair seu olhar de pena fixou em Deidara, e foi mal retribuindo com a decepção do rapaz.
- Assim que tudo estiver feito, daremos um jeito de fazer algumas mudanças ao seu respeito.
- Eu não quero saber dessa merda! O que você pensa que vai conseguir me destruindo desse jeito!? Eu não mereço nada disso!
- Merece, merece isso e muito mais!- Fala com a voz pesada de amargura, ao mesmo tempo em que diminuia o espaço entre ambos. - Realmente esse não era o ponto que eu gostaria de chegar, mas foi preciso. Você deveria ser um pouco mais racional e começar a aceitar que em breve não passará de uma lembrança.
Desconcertado, Deidara quase sussurra, enquanto podia-se ouvir seu ranger de dentes.
- Quando eu tiver a chance, eu juro que na primeira oportunidade, vou me vingar de você sem nem hesitar. Você vai me pagar por cada hora que eu permanecer aqui dentro, Obito; cada dia! Então faça com que eles não sejam longos, porquê eu te garanto que não vou descansar!
Era pra ele se sentir ameaçado, mas a raiva e o rancor presente em cada palavra de Deidara, o atingia de forma excitante. Ele gostou do jeito que ele usou o seu tom, e principalmente, da forma que lhe olhava.
- Estou ansioso pra te ver tentar; vai ser divertido ter mais e mais motivos para castigar você, e te ensinar bons modos. Será nosso entretenimento.
Abaixou seu rosto para ficar face a face com ele, a ponto de sentir sua respiração pesada e seu aroma. Sentir o cheiro natural de Deidara de tão perto, deixava-o embriagado por uns instantes.
- Sabe de uma coisa; vou te fazer companhia essa noite, talvez esteja se sentindo só.
Disse irônico indo trancar a grade e enfiar a chave em seu bolso; Deidara arregalou os olhos negando rapidamente com a cabeça.
- Não, eu não quero você aqui!
- Eu não te pedir autorização.
- Saia daqui agora, ou eu não respondo por mim!
Obito sentou-se no chão ao lado do colchão, enfurecendo o loiro. Deidara estava suportando tudo e um pouco mais, mas não iria deixar que Tobi abusasse disso.
- Não vem deitar?
Seu sarcasmo foi o estopim, Deidara avançou para cima dele disposto mata-lo se pudesse.
Socou com os punhos respetidas vezes em direção ao rosto alheio, a medida em que o chutava com uma força até surpreende para Obito; era desvantajoso está no chão desviando de cada golpe, enquanto o loiro avançava em cima como se estivesse consumido por uma força maligna, mas nada que ele não pudesse ter controle.
A única forma de conter seu ataque, foi puxa-lo brutalmente pelo antebraço e joga-lo sobre o colchão; estava prestes a comemorar vitória quando Deidara dispara seu último golpe sobre a têmpora do moreno, um chute tão violento que o deixou meio zonzo.
Obito sentiu um líquido deslisar como suor pelo seu maxilar, vendo que era sangue quando levou os dedos ao ferimento e sentiu queimar.
Ele estava ferido, embora não fosse tão grande, o fato de ter sido machucado mexia com todos os seus sentidos, e o perturbava.
- Eu tô sangrando?
Perguntou insano olhando para os seus dedos, ao mesmo tempo em que parecia está processando aquilo. Bastante confuso e ainda ofegante, Dedara procurava um jeito de se afastar, mas não tinha como.
Obito colocou os olhos nele; um par de olhos negros que dilatavam toda a vez que ele imaginava fazer o pior pelo o que o loiro fez, e não esperou muito tempo.
Logo o moreno extremeceu o punho e o puxou pelo pé para mais perto, olhando fixamente para a barriga de Deidara.
Foi automático o garoto perceber o que ele ia fazer, e rapidamente puxou o travesseiro o abraçando sobre o abdômen, se encolhendo. Sua postura fetal não o impediu de descarregar sua raiva em formas de pancadas em suas costelas, costas e barriga, apesar da proteção.
A almofada amortecia o impacto na barriga, mas ele sentia seus antebraços tensos e inchados dos golpes, estava cada vez menos suportável e ele precisava segurar o quanto pudesse.
— Você me fez sangrar seu maldito!
— P-por favor, Obito, para!
— Cale a boca; eu devia quebrar suas pernas por isso!
— Não, não faça isso, por favor não faça-
Calou-se no mesmo instante em que recebeu um tapa pelas costas da mão do moreno. Ele levantou com certa agonia sem deixar de encarar o loiro, pois naquele momento, estava com tanta raiva que lutava loucamente contra a vontade de cortar as pernas do garoto.
— MALDIÇÃO! - Esmurrou a grade antes de se aproximar novamente de Deidara e o puxar pela camisa para mais perto. – Eu juro que se houver uma próxima, pode ter certeza que vou esquecer totalmente da sua significância!
Tomou sua calma em questão de segundos, logo ele sentou no chão ao lado do colchão onde estava o loiro, e descansou como se não tivesse acontecido nada.
— Boa noite, loiro. - disse cruzando os braços e fechando os olhos para dormir.
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Síndrome de Estocolmo (Tobidei)
FanficQuase todo mundo tem um amigo esquisito, e Deidara tinha Obito, mas que por ele foi sequestrado e mantido em cativeiro por cinco anos. Mas a pior parte, além do exílio, foi ter que lutar contra os sentimentos que estavam surgindo por ele. Obs: A his...