Longos minutos se passaram desde que Obito havia acabado com aquela tortura. Deidara quase não tinha forças para levantar, e muito menos para se limpar das digitais agressivas marcadas pelo seu corpo; não tinha coragem nem de se olhar no espelho sem se sentir sujo por inteiro.Aquela posição fetal fazia-o parecer um animal indefeso e desprezado, mas na verdade foi a forma que ele encontrou para amenizar as dores que pulsavam a cada movimento, por isso nem imaginaria o que poderia sentir quando levantasse.
Ouviu a porta do banheiro ser aberta, e logo o espaço do colchão atrás de si afundou, ele sabia quem era e se encolheu ainda mais para evitar o contato.
— Não vai dizer nada? – perguntou com a voz baixa.
A vontade dele era de gritar e colocar tudo para fora, mas por acaso Obito merecia aquela atenção? Rangeu os dentes se virando aos poucos para encara-lo, e em seus olhos ele não escondia o nojo e a repulsa que sentia ao vê-lo.
— Você...acabou de confirmar o monstro que você é. Eu espero que você grave bem este dia, porquê quando for a minha vez, vou garantir que você sinta o dobro da dor que eu estou sentindo; e pode ter certeza que não é física.
Levantou ignorando as pulsações e hematomas, somente para ficar cara a cara com ele.
— Eu vou te destruir, Obito, não hoje, nem amanhã, mas eu vou te destruir, porquê a sua morte pra mim já não é o suficiente.
Passou direto para o banheiro e assim que entrou no box, segurou-se na parede para se manter de pé; suas pernas tremiam assim como seus braços até que não pode suportar e caiu de joelhos no piso. Numa forma de arrancar aquela sensação asquerosa de si, cravou suas próprias unhas em sua pele e por onde o incomodava, arranhando-se e esfregando mesmo que ardência aparecesse em seguida.
Acabou ficando com mais marcas do que já tinha, mas pra ele nada andiantou. O banho demorou 3 horas; entrou no quarto de volta vendo que os panos da cama havia sido trocadas.
Dentre as roupas discretas e quase indiscreta que tinha, vestiu uma calça comum e uma camisa sem manga que deixava expostos seus braços, logo também os hematomas.
Por mais difícil que fosse ele não pretendia esconder de quem quer que seja aquelas cicatrizes, e fazia questão de manter Obito lembrado do seu maior erro. Este dia passou-se mais devagar do que esperava, mas logo pela manhã ele levantou decidido a não se esconder mais dentro daquelas paredes, já que tinha liberdade de sair ele iria se proveitar disso.
— Deidara? – chamou Dixon aparecendo na sala.
Deidara extremeceu por dentro por um instante, mesmo que aquele cara não fosse Obito ele não deixou de sentir raiva ao vê-lo.
— O que aconteceu com você? - disse espantado.
— Fique longe de mim.
Saiu em direção a porta dos fundos deixando-o sem entender. Estreitou os olhos quando chegou na área externa por causa da claridade, e uma vez que estava afastado da casa viu que a chácara ficava numa espécie de fazenda, não que fosse exatamente uma, mas foi o mais próximo que conseguiu definir.
— Então decidiu sair? Minha nossa, o que te aconteceu? – disse Sora encarando suas marcas
Deidara revirou os olhos e fechou a cara, pelo visto ele não estava tão "livre" como pensava.
— Veio me vigiar por acaso?
— Não, existem babás pra isso.
— Petulante. Eu não tô com saco pra te aturar a essa hora, então suma da minha frente antes que eu perca a cabeça.
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Síndrome de Estocolmo (Tobidei)
FanfictionQuase todo mundo tem um amigo esquisito, e Deidara tinha Obito, mas que por ele foi sequestrado e mantido em cativeiro por cinco anos. Mas a pior parte, além do exílio, foi ter que lutar contra os sentimentos que estavam surgindo por ele. Obs: A his...