CAPÍTULO 8 - A Mãe de um Menino Especial

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Enfim chegamos... paramos em frente a uma casa enorme de primeiro andar, muito bem ornamentada, cheia de plantas e decorações luxuosas. Da grade dá para ver uma enorme piscina no quintal. Uma casa de rico "digamos". Só uma coisa estranha que me chamou a atenção, os muros e paredes da casa estavam rodeados por dentes de alho e crucifixos em volta de um arame farpado. Achei estranho, mas achei melhor não comentar.

— Uau! Você mora nessa mansão? — Pergunto com uma expressão de admirado.

— Há, há, há! Bem-vindo à minha humilde residência! — Diz ela abrindo a porta. — Fique à vontade enquanto eu esquento o almoço.

Ela prepara o almoço e arruma a mesa, enquanto eu e Dal brincamos de vídeo game na sala.

— Você é bom, anjo Celso, mas não mais do que eu, há, há, há! — diz Dal me derrotando mais uma vez em um jogo de luta.

— Ah, perdi de novo! — digo com um sorriso desconsolado. — Na próxima eu ganho, você vai ver!

Depois de alguns minutos, após perder umas dez vezes para Dal, o cheiro gostoso da comida invade a sala. Ketlen nos chama para almoçar com um belo sorriso em seu rosto.

— Oba! A comida da mamãe é uma delícia! — Diz Dal correndo em direção a mesa. Enquanto sua mãe lhe manda lavar bem as mãos antes de começar a comer. Eu o acampanho e logo após lavarmos as mãos, me aproximo por trás de Ketlen e sussurro em seu ouvido:

— Humm... está muito cheirosa!

— Obrigada! Eu sempre capricho na minha comida.

— Eu não estou me referindo à comida...

Ela fica surpresa e parece sentir-se incomodada com a minha atitude e tenta desviar o olhar, começando a corar.

— Bom... vamos comer. — Diz ela sentando, ainda desviando o olhar.

— Desculpa, foi só um elogio. — Ponho minha mão sobre a dela. Ela recolhe a mão, ainda olhando de lado. Segundos depois ela olha para mim dizendo que não está acostumada com essas coisas.

— Tudo bem. Acho que me empolguei de estar diante uma mulher tão bonita! E peço desculpas, te elogiando assim sem nem ao menos saber se você é casada. Onde está o pai do Dal? — Pergunto tentando amenizar as coisas.

— Não tenho marido.

— No bilhete que você me escreveu falava algo sobre ele.

Ketlen fica em silencio por alguns segundos olhando séria em meus olhos, quando noto uma lágrima cair de seus olhos.

— Ele está morto. — Diz ela fechando os olhos, passando a mão no rosto para enxugar as lágrimas. Eu me sinto muito mau por ter tocado na ferida dela e digo para ela para mudarmos de assunto. Ketlen manda Dalbert terminar o almoço na sala para poder conversar mais à vontade comigo. Após ele sair da mesa, Ketlen pergunta se sou o tal anjo que o marido dela tinha falado.

— Ai meu Deus! — Falo com um ar de riso debochado. — Até você com essa história de anjos?

— Como é o seu nome mesmo?

— Meu nome é Celso e eu não tenho nada a ver com anjo. Nem acredito nessas coisas.

— Eu também não, Celso. Mas pensei que isso fosse algum tipo de código ou sei lá. Meu marido trabalhava no departamento internacional da C.I.A como detetive e por isso sempre vivíamos nos mudando. Viajávamos para vários países o último foi aqui no Brasil onde aconteceu esse desastre.

Dark Thoughts - O Despertar do Anjo (volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora