Guardo o celular logo após Lia desligar. Max pergunta:
— Era a Lia?
— Sim, era ela.
— Cara, eu acho que você está gamadão nessa guria.
— É só uma amiga, Max, não vamos confundir as coisas.
— Celso, você mal saiu do hospital e já foi correndo desesperado comprar outro celular só para falar com ela.
— Max, sinceramente eu não sei o que vi nela, mas eu sinto algo especial quando conversamos.
— Isso é sério mesmo? Cara, se tiver de rolar algo entre vocês, como vai ser? Vocês moram muito distantes um do outro.
— Eu sei disso, Max, mas acho que distância pouco importa quando se está gostando de alguém. Se realmente rolar algo a gente dá um jeito de se ver.
Celso, isso é loucura! Além do mais, acho que vocês não têm nada haver um com o outro. Ela... uma rockeira marrenta; enquanto você... um sonhador, um lobo solitário, como você mesmo diz (risos).
— Somos bem diferentes, eu sei. Mas é exatamente isso o que me atrai. É como se ela me completasse de alguma forma.
— Ihhh... mano, já vi que está apaixonado.
— Eu não sei... Só sei que estou gostando dessa brincadeira (risos).
— Cuidado para essa brincadeira não ficar séria demais.
— Pode deixar, Max! Depois de todas as decepções que já tive, quero nem saber da palavra "relacionamento à distância".
De repente... vemos uma garota encapuzada correndo de um homem. Max aponta para eles, falando:
— Olha, Celso, aquele marmanjo está perseguindo aquela garota!
— Caramba! Verdade, Max!
— Vamos ajuda-la!
— Está louco?! E se ele estiver armado? Melhor chamarmos a polícia.
— A polícia não chegará a tempo, precisamos ajuda-la agora — diz Max correndo em direção à garota.
— Espera, Max — corro atrás dele.
Max atravessa a rua e entra em um beco. Eu tento acompanha-lo, mas um carro passa em minha frente buzinando e o perco de vista. Começo à andar sigilosamente por entre os becos, tentando não fazer barulho, para não chamar a atenção do bandido. Quando escuto um tiro...
— Essa não... Max — corro desesperado em direção ao barulho do tiro.
Me aproximo lentamente e me encosto numa parede, onde observo Max estirado no chão com uma poça de sangue em sua volta. Mais à frente vejo o bandido encostando a arma na cabeça da garota encapuzada, falando:
— O moleque foi bancar o herói e teve o que merecia. Agora você não tem para onde fugir! Vou ganhar muita grana depois que entregá-la ao meu chefe.
— Socorro — grita a garota apavorada.
Não sei o que deu em mim, normalmente eu sairia correndo dali e chamaria a polícia. Mas ao ver Max estirado no chão... um sentimento de pena, raiva, culpa (nem mesmo sei o que estou sentindo) faz com que eu me recorde do quanto o Max era legal comigo, sempre tentando me animar e eu só o ignorava.
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Dark Thoughts - O Despertar do Anjo (volume 1)
FantasyAlguma vez você já teve um sonho que julgou ser real? Ele não acreditava em anjos, mas os seus sonhos o revelará coisas que mudarão completamente seu modo de pensar. Ela, nascida das trevas, com o coração frio e sombrio, não acredita em sentimento...