CAPÍTULO 12 - Resgate arriscado

1K 101 30
                                    

Guardo o celular logo após Lia desligar. Max pergunta:

— Era a Lia?

— Sim, era ela.

— Cara, eu acho que você está gamadão nessa guria.

— É só uma amiga, Max, não vamos confundir as coisas.

— Celso, você mal saiu do hospital e já foi correndo desesperado comprar outro celular só para falar com ela.

— Max, sinceramente eu não sei o que vi nela, mas eu sinto algo especial quando conversamos.

— Isso é sério mesmo? Cara, se tiver de rolar algo entre vocês, como vai ser? Vocês moram muito distantes um do outro.

— Eu sei disso, Max, mas acho que distância pouco importa quando se está gostando de alguém. Se realmente rolar algo a gente dá um jeito de se ver.

Celso, isso é loucura! Além do mais, acho que vocês não têm nada haver um com o outro. Ela... uma rockeira marrenta; enquanto você... um sonhador, um lobo solitário, como você mesmo diz (risos).

— Somos bem diferentes, eu sei. Mas é exatamente isso o que me atrai. É como se ela me completasse de alguma forma.

— Ihhh... mano, já vi que está apaixonado.

— Eu não sei... Só sei que estou gostando dessa brincadeira (risos).

— Cuidado para essa brincadeira não ficar séria demais.

— Pode deixar, Max! Depois de todas as decepções que já tive, quero nem saber da palavra "relacionamento à distância".

De repente... vemos uma garota encapuzada correndo de um homem. Max aponta para eles, falando:

— Olha, Celso, aquele marmanjo está perseguindo aquela garota!

— Caramba! Verdade, Max!

— Vamos ajuda-la!

— Está louco?! E se ele estiver armado? Melhor chamarmos a polícia.

— A polícia não chegará a tempo, precisamos ajuda-la agora — diz Max correndo em direção à garota.

— Espera, Max — corro atrás dele.

Max atravessa a rua e entra em um beco. Eu tento acompanha-lo, mas um carro passa em minha frente buzinando e o perco de vista. Começo à andar sigilosamente por entre os becos, tentando não fazer barulho, para não chamar a atenção do bandido. Quando escuto um tiro...

— Essa não... Max — corro desesperado em direção ao barulho do tiro.

Me aproximo lentamente e me encosto numa parede, onde observo Max estirado no chão com uma poça de sangue em sua volta. Mais à frente vejo o bandido encostando a arma na cabeça da garota encapuzada, falando:

— O moleque foi bancar o herói e teve o que merecia. Agora você não tem para onde fugir! Vou ganhar muita grana depois que entregá-la ao meu chefe.

— Socorro — grita a garota apavorada.

Não sei o que deu em mim, normalmente eu sairia correndo dali e chamaria a polícia. Mas ao ver Max estirado no chão... um sentimento de pena, raiva, culpa (nem mesmo sei o que estou sentindo) faz com que eu me recorde do quanto o Max era legal comigo, sempre tentando me animar e eu só o ignorava.

Dark Thoughts - O Despertar do Anjo (volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora