CAPÍTULO 10 - Poderes de Cura

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Já é madrugada... exatamente uma hora e 25 minutos. Não consigo dormir... estou assustado... é a terceira vez que me sinto assim desde que comecei a ter esses pesadelos. "Não quero dormir! Não quero sonhar nunca mais! Preciso me libertar desses pesadelos." Penso comigo mesmo sentado no canto da cama abraçado em meus joelhos. "Meus sonhos estão cada vez mais perturbadores e parecem invadir a minha realidade. Não sei o que está acontecendo... acho que estou ficando louco." Me deito de bruços e começo a pensar em todas as coisas estranhas que vêm acontecendo recentemente: "Teve aquele dia em que sonhei que estava escrito "Dark Thoughts" no espelho. Pensei que tinha sido um sonho como qualquer outro, mas quando acordo, minha mãe pergunta se fui eu que escrevi. Como apareceu aquilo no espelho se foi apenas um sonho? Ou será que não foi um sonho? "Viro para o outro lado e continuo pensando: "Também teve aquele dia que estava caindo a maior chuva, até um vento forte entrou pela janela, aí o Max manda uma mensagem dizendo que estava fazendo quase 40 graus e que não tinha chovido naquele dia. Quando olho pela janela, estava realmente fazendo Sol com um calor de rachar. Será que eu também estava sonhando quando pensei que estava chovendo?" Me viro novamente, desta vez olhando para o teto, com a cabeça apoiada nas mãos por trás da nuca... "Lauriet... aquela senhora louca que segurou firme o meu braço e me falou aquelas coisas estranhas. Seria ela um fantasma? Ou será que ela é apenas a minha imaginação? Mas não pode ser só coisa da minha cabeça pois Dal também consegue vê-la... falando nele, agora lembrei que a mãe dele me contou que ele diz ver coisas estranhas e até pessoas que já morreram. Hum... se ele for mesmo capaz de ver essas coisas, então talvez aquela idosa seja realmente um fantasma." Ao lembrar de Dal, começo a rir com as maluquices dele: "E aquele dia em que conheci o Dal? Garotinho estranho! Saiu andando em meio a um tiroteio dizendo que teve uma visão, depois ficou conversando com ninguém naquela praça. Se bem que depois também vi que tinha uma pessoa ali. E ainda veio me perguntar se eu sou um anjo, dizendo que estava vendo asas em mim. Há, há, há! Aquele moleque é uma comédia!" Fico sério novamente ao lembrar de Ketlen... "aí veio a mãe dele me entregando aquele bilhete dizendo que precisava de ajuda. Chego na casa dela e descubro que é mais uma maluca, que enche os muros da casa com alhos e crucifixos. E ainda vem me falando aquela história absurda sobre a morte do marido dela, querendo que eu acredite. "

— E... — respiro fundo. — Lia... a garota que tem o mesmo nome da menina que matou Miguel em meus sonhos.

De repente o celular toca... eu tomo um susto pinoteando da cama:

— O que é isso? Ainda bem, é só o celular. Quem será a uma hora dessas?

Atendo o celular e escuto uma voz conhecida, meiga e linda:

— Celso?

— Lia, é você?

— Sim sou eu.

— O que aconteceu?

— Por que a pergunta?

— Estranho você ligar a essa hora! E sua voz está diferente, como se tivesse chorado a pouco tempo.

— Impressão sua.

— Lia, pode confiar em mim, me diz o que está acontecendo.

— Vou ser sincera com você. — Diz ela soluçando, tentando prender o choro. — Eu não estou bem.

— Por que, meu bem? Me diz o que houve.

— Eu sou muito direta nas palavras e com isso acabo afastando de mim as pessoas que gosto.

— Então tente mudar.

— Eu tento, mas não consigo.

— Eu vou te ajudar, posso?

Dark Thoughts - O Despertar do Anjo (volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora