Primeiro atendimento

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Quando Arkin acorda, está limpo e deitado em uma cama simples em uma cela pequena que não tem espaço para mais nada além da cama.

Diferente do que esperava, seu corpo não está dolorido e sua pele não está ardendo onde levou a surra. Só ao se sentar percebe que usa uma espécie de cueca metálica.

Ele tenta tirá-la, mas não consegue. Sente o tesão por seu corpo, mas não conseguirá alívio enquanto estiver com aquela coisa. Come a refeição que o espera e volta a se deitar.

— 65!

Arkin ouve uma batida barulhenta na grade e a mulher repete.

— 65!

— Arkin. - Ele fala ao sentar na cama.

— 65, acorda que seu turno vai começar em 10 minutos!

— Calmae, que turno?

A mulher suspira e revira os olhos.

— Aquin, querido...

— Arkin.

— Que seja, você é um ativo em concessão para a ForFun entretenimento, isso significa que é uma das atrações da casa e vai ser colocado em seu posto em menos de 10 minutos.

— Posto?

— Nossa, tava congelado nos últimos anos? Posto de trabalho, que hoje é... - ela olha no tablet. - Olha só, atendimento pessoal.

— Como assim?

A mulher suspira e vai embora.

***

Arkin é colocado sobre um pequeno pedestal, por dois androids, preso com os braços para trás no meio de um quarto grande e luxuoso e tem a "cueca" metálica retirada, antes deles saírem.

Logo, um homem grande e elegante entra, mas o ignora enquanto tira a roupa pesada que veste, ficando só com a calça. Ele é aparentemente mais novo que Arkin, só que maior e mais largo, sua pele tem um tom amarronzado diferente do que ele já havia visto, mais puxado para o preto, e mais bonito também.

O homem avalia Arkin por alguns segundos, dá a volta em seu corpo e fala bem próximo ao seu ouvido.

— É bom te ver de novo.

Arkin reconhece a voz e seu corpo fica todo arrepiado: é o mesmo homem do dia anterior.

— A fila de espera por você é grande, mas fiz questão de ser seu primeiro atendimento pessoal e paguei muito bem por isso.

O homem para na sua frente novamente e Arkin o encara sem palavras.

— Vou adiantar o que eu espero de você: espero um menino obediente e comportado. Gostei da sua cara de sofrimento ontem e pretendo vê-la hoje várias e várias vezes, então, não precisa se conter, quero que grite, gema e se contorça. É por isso que eu estou pagando. Pedi para deixarem você novinho para mim e um pouco mais sensível e excitado também, logo você vai perceber a diferença.

O homem se aproxima mais de Arkin.

— Sei que você é novo, vou tentar ser paciente, mas não prometo.

— Você jogou seu dinheiro fora. - Arkin diz do jeito mais firme que consegue.

O homem ri e segura seus cabelos com força.

— Veremos, rapazinho, veremos.

O homem o solta e vai até um armário grande no canto do quarto, separa algumas coisas e solta Arkin do pedestal.

— Se debruça ali.

O homem aponta para uma espécie de cavalete no meio do quarto, mas Arkin não se mexe.

257-65Onde histórias criam vida. Descubra agora