Capítulo Um - Mia

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- Abre a porta, porra!

Estou começando a ficar mais irritada do que já estava quando cheguei aqui. Não posso acreditar que Heros vai me deixar do lado de fora da casa debaixo da chuva e congelando. EU POSSO PEGAR UM RESFRIADO!
Estou há 15 minutos batendo na porta, creio que a essa altura os vizinhos acham que eu sou louca e estão quase chamando a polícia.
Ele não vai abrir. Então pego minha prisilha, consigo abrir a porta, mas não tem ninguém.
Caminho até o quarto e....
Meu mundo desaba....
Um martelo começa a bater com tudo em meu coração até destroça-lo!

- Emilly? Heros? Estão se divertindo? - digo tentando conter as lágrimas
.
- Mia?!

Vou até a porta, mas Heros segura meu pulso.

- Eu sinto muito mas.... não era você!

Ele não merece uma lágrima minha!

- Vai se fuder Heros!

Saio da casa e me sento nas escadas para todo mundo ver o espetáculo do meu estado.
Que raiva!
Ele sabia! E mesmo assim não se importou!
Eu fui uma tonta! Boba! APAIXONADA!

- Tudo bem, moça?

Levanto o rosto e vejo um homem dentro do carro olhando em minha direção, mas olho para o lado para ver se é comigo mesmo com quem ele fala e adivinha....
É. sim.
Tudo o que eu preciso agora é que um homem sinta pena de mim. Nem o filho da puta que me causou isso e que me deixou na situação que me encontro teve. Então porque um desconhecido teria?

- Está tudo bem? Porquê está debaixo da chuva?

Me levanto e vou até o carro.

- Hã.... eu.... - olho para casa e vejo Heros na janela espiando minha conversa com o desconhecido.
Pelo menos ele tem a decência de ir na janela me ver.
Não! Ele não tem nenhuma decência nenhuma!

- Você? - a voz do desconhecido chama minha atenção e volto a olhar para ele.

- Eu.... é.... você pode me dar uma carona? Por favor?

Ele abre um sorriso.

- Claro.

Passo na frente do carro depois de olhar mais uma vez - e última vez - para a casa de Heros babaca Olivar

- Você está com frio.

- Um pouco - um pouco é apelido. Virei uma pedra de gelo.

- Pode ficar. - ele diz tirando o paletó e me dá.

- Obrigada.

Não devia aceitar um paletó de um desconhecido e nem deveria estar sendo tão gentil com um homem.
Eles são todos iguais só muda: nome, endereço, aparência. Mas de resto são todos iguais.

- Você ainda não me respondeu, porquê estava debaixo da chuva?

E as lágrimas vêm.

- Eu estava batendo na porta do meu namorado, mas ele não abria, eu fiquei 15 minutos ali fora. Até que eu peguei minha prisilha e abri a porta e peguei ele e minha melhor amiga na cama. E o filho da puta ainda disse que ele sentia muito, mas que não era eu. - começo a chorar, mas parece que é meu coração que está sangrando. - Se ele não gosta de mim era só dizer e terminar, né?

- Eu sinto muito. Ele que perde uma namorada tão astuta. Se eu fosse mulher nunca lembraria da presilha no meu cabelo.

Eu sorrio.

- Onde fica sua casa?

- Eu não quero ir pra casa, eu vou ficar na casa da minha amiga é na rua Pekham 764.

- Ok.

Fico olhando para a janela e vejo a chuva cair contra o vidro do carro, não quero que o desconhecido - quem quer que seja - não veja que eu estou chorando.
E sem perceber adormeço.....

A filha do meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora