Capítulo Dois - Daemon

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Desço do avião, e Flint já está a minha espera.

— Sempre tão pontual Roman.

— Daemon.

Não gosto muito do toque físico, mas confio muito nele e o considero um grande amigo. Então o abraço.

— É bom sempre te ver, Daemon.

— Digo o mesmo! — estou sendo realmente sincero. — Como estão as coisas?

Roman suspira.

Não vem coisa boa....

— O senhor Weilyn quer ver você.

— Quando?

— Amanhã às 15h, na mansão da família.

— Ok. Diga para ele que estarei lá. — vou andando até o carro. — Vou descansar — suspiro. — A viagem foi longa, não me encomode o resto da noite.

— Sim, senhor.

O chofer começa a ir para casa e eu não vejo a hora de ver o Sr. Weilyn, tive que adiar a viagem a Moscow para resolver as coisas com ele.
Ele está começando a me incomodar.

*

.Deixo a água quente correr por meu corpo, o banho é um dos momentos mais relaxantes para mim. O banho me ajuda a pensar e tira um pouco da tensão em meu corpo.
Me seco visto uma calça de moletom e desço para a cozinha e vejo minha irmã sentada na bancada.
Ela me vê e fica surpresa.

— Quando você chegou?

— Há 1 hora atrás.

— Senti saudades! — ela se levanta e me abraça. — Porquê voltou tão cedo? Você não iria voltar dia 24?

— Tenho uma reunião com o Lorenzo amanhã.

— Ah não.....

Minha irmã como eu também não gosta da família Weilyn, e nem eles de nós, eles são seres desprezíveis, nojentos, só pensam em si mesmos. Nenhum deles presta!

— Como está Arthur?

Arthur e Amélia se casaram há 3 meses atrás e trato Arthur como um irmão.

— Está bem. Infelizmente teve que ir a França, a mãe está muito doente.

— Diga a ele que sinto muito.

Ela assente.

— Eu vou dormir, boa noite, irmão.

— Durma bem.

— Você também.
Tomo um copo de água e vou para o meu quarto pensando no que Lorenzo inventou desta vez para me dar dor de cabeça.

*

Arrumo a manga do paletó e a abotoou.
Me olho no espelho: impecável!

Desço as escadas.

— Onde vai? — Amélia pergunta.

— Encontrar o nosso querido Weilyn.

— Boa sorte.

Não respondo.
Destravo o meu carro.
Eu vou para o covil do filho do diabo!

45 minutos depois.....

Começou a chover forte agora e vejo uma garota loira — suponho — sentada na escada de uma casa debaixo da chuva.
O que essa garota tem na cabeça? Ela não sabe que pode ficar resfriada?
Paro o carro e a fico observando por um tempo.
— Tudo bem, moça? — digo começando a me preocupar.
Ela levanta o rosto das mãos e fica me olhando, depois olho para o outro lado para ver se é com ela com quem estou falando.
Ela está toda encharcada!
Olho para casa atrás dela, e me pergunto porque ela está ali fora e porque diabos ela está debaixo da chuva.

— Está tudo bem? Porquê está debaixo da chuva?

Ela se levanta e vem em mim
De perto vejo que não era uma suposição ela realmente é loira.

— Hã.... eu.... — ela olha para a casa atrás de si.

— Você? — ao ouvir minha voz ela se vira outra vez para mim. E jesus! Os olhos dela.

— Eu..... é..... você pode me dar uma carona? Por favor?

Abro um sorriso, porque talvez ela tenha percebido que ela está sendo irresponsável estar aqui debaixo dessa chuva e que — graças aos céus — ela percebeu que pode pegar uma hipotermia.

— Claro.

Ela passa pela frente do carro, após olhar novamente para a casa atrás de si.
O que tem naquela casa? Ou melhor: quem mora naquela casa? Que a interessa tanto?

— Está com frio? — perguntou após ela fechar a porta. Deve ser uma pergunta idiota percebendo o estado dela.

— Um pouco. — Admite tremendo.
Não posso deixar essa garota assim. Se ela morrer de hipotermia eu seria a última pessoa a vê-la com vida. E eu meio que seria o culpado por sua morte, sabendo que ela estava morrendo de frio e eu não fiz nada.

— Pode ficar. — digo tirando meu paletó e lhe entregando.

— Obrigada.

Ela não está com vergonha por vê-la neste estado tão.... despreparado, mas o que faria uma pessoa fazer isso?
E cada vez que olho mais para ela, ela me deixa mais curioso.

— Você ainda não me respondeu, porquê estava debaixo da chuva?

— Eu estava batendo na porta do meu namorado, mas ele não abria, eu fiquei 15 minutos ali fora. Até que peguei minha prisilha e abri a porta e peguei ele e minha melhor amiga na cama. E o filho da puta ainda disse que sentia muito, mas que não era eu. — Ela começa a chorar e eu queria muito dizer algo para reconfortá-la, mas não sei dizer nada além que o ex namorado dela era um babaca e que a amiga dela é uma vadia das grandes e que ela foi muito astuta ao pensar na prisilha no cabelo. Rio porque se você eu nunca me lembraria do objetivo. — Se ele não gostava de mim era só dizer e terminar, né?

Sim, mas ele decidiu ser um imbecil! Não o conheço, mas quero matá-lo só por ter feito a garota mais perfeita que já vi chorar. Só por tê-la ficar na chuva.
Espero nunca conhecê-lo porque se não o sujeito já era.
Nenhuma mulher merece chorar do jeito que essa garota está chorando.
Quero dizer algo para anima-la, então penso em uma coisa, sorriso antes de dizer:
— Sinto muito. Ele que perde uma namorada tão astuta. Se eu fosse mulher, nunca me lembraria da prisilha no meu cabelo.

Não consegui fazê-la parar de chorar, mas consegui arrancar um sorriso dela.
E o sorriso dela é PERFEITO!
Acho que o clima aliviou um pouco.
— Onde fica sua casa?

— Eu não quero ir para casa, eu vou ficar na casa da minha amiga é na rua Pekham 764.

É um pouco longe do meu destino, mas apenas digo:

— Ok.

E a levo a seu destino.


20 minutos depois.....

— É aqui? — pergunto me virando para ela que até então não tinha percebido que dormiu.

Ela parece um anjo, dormindo tão calmamente sem nenhuma preocupação.
Queria muito não ter que acordá-la e levá-la de volta a realidade que ela — provavelmente — quer fugir, mas não tenho escolha.....
A cutuco.
Ela geme querendo não acordar.

— Chegamos. É aqui?

Ela abriu os olhos e me olhou, seus olhos verdes penetrantes nos meus.
Ela olha para a frente.

— ahã.... obrigada e desculpa ter incomodado!

— Você não incomodou nada.

Muito pelo contrário.
Ela se despede e abre a porta e vai em direção a casa queria muito perguntar seu nome, mas nunca mais a veria então não faria diferença. Esperei até ela entrar dentro de casa e fui a casa dos Weilyn.

A filha do meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora