Capítulo Dezesseis - Daemon

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Eu suspiro. Ela reagiu pior do que eu imaginava.
"Faz um favor pra mim? ME ESQUECE!"
Te esquecer? Nem se eu quisesse.
Subo as escadas simplesmente ignorando se ela quer ou não ficar sozinha. Bato na porta, mas ninguém responde então entro por conta própria.

- Podemos conversar, pequena? Por favor? - digo a última parte como uma súplica. Porque é!

- Vai embora, Novak! Qual a parte de me esquece você não entendeu? Será que você pode fingir que não me conhece? Que nunca me viu? Que nunca me deu carona, e que eu nunca passei de uma desconhecida?

Suspiro.
Não queria que ela descobrisse assim. Mas não tenho escolha.

- Você lembra daquele garoto que você conheceu quando tinha 10 anos, mas nunca mais o viu?

- O que isso tem haver Daemon?

- Sou eu. O garoto sou eu? Se lembra da promessa que você fez com ele depois que ele caiu da árvore?

- Qual promessa?

Sorrio.

- Sei que você me odeia, mas acima do nosso ódio o que somos?

Ela se vira pra mim. E finalmente me olha.

- Melhores amigos.

Sorrio.

- E melhores amigos....

- Ficam juntos para sempre, e sempre irão se amar independente do ódio que sintam um pelo outro.

Levanto o meu mindinho.

- E nunca?

- E nunca vão se separar. Ficarão unidos enquanto seus corações bater independente da distância. E mesmo que se separemos nos encontraremos nessa, na outra e em todas as vidas possíveis.

Ela enlaça seu mindinho no meu.

- Sempre e para sempre. É uma promessa!

- Então você não pode me odiar porque sempre irá me amar, até quando me odiar! - dou um sorriso sacana.

- Isso não mudou nada! Não importa se você é ou era meu amigo, isso não importa Daemon. Você mentiu pra mim! E eu odeio você!

Era? Ok. Isso doeu!

Toco seu braço.

- Sinto muito, pequena não er....

- NÃO ME CHAMA ASSIM! - ela grita brava. - VOCE NÃO TEM MAIS O DIREITO, NOVAK! VOCÊ NÃO É MAIS NADA PARA MIM! NADA.... - Ela diz a última parte em um sussurro como se aquilo a destruísse, como destruiu meu coração. - Sai daqui! Me deixa sozinha.

Ela está deitada agora, me levanto, e beijo sua cabeça e ela não recua o que me dá um pouco de alívio, mas logo some e a dor volta....

- Espero que um dia me perdoe, peque.... Mia.

Fecho a porta do quarto e a deixo sozinha, mas acho que meu coração ficou ali, naquele quarto, com ela.

A filha do meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora