Capítulo Três - Daemon

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Os portões da grande mansão da família Weilyn são abertos para mim. Estaciono o carro na frente da casa e toco a campainha.
Lorenzo abre a porta e me dá um sorriso de amigo, mas sei que é tudo fingimento.

— Não precisa fingir que gosta de mim Lorenzo. Eu também não gosto nada de você. E se puder por gentileza agilizar essa visita eu agradeceria.

— Sempre tão direto, Novak, vejo que isso não mudou.

Me sento no sofá.

— Whisky?

— Por favor.

Sei que irei precisar de bastante bebida para aguentar essa reunião.

— Sei que o senhor Novak não gosta muito da minha família e muito menos de mim — ele dá uma risadinha. — Mas não pode negar que temos interesses em comum.

Talvez essa reunião seja interessante ao final das contas.

— Onde você quer chegar?

— Eu quero.... bom eu e minha família queremos que reconsidere nosso contrato e nos.... — o telefone dele toca. — desculpa. — ele atende e se afasta de mim. Mas consigo ouvir a conversa.

— O quê houve, meu amor?

*A pessoa do outro lado fala.

— Como assim você vai dormir na casa da Stefany, hoje? Você não me avisou nada.

*A pessoa do outro lado fala.

— Como assim terminaram? — ele se altera um pouco. — Não você me dizer agora! Porquê você terminou com Heros?

*A pessoa do outro lado fala.

— Mia.... Mia não se atreva a desligar esse telefone, eu estou falando com você garota. Mia? MIA! MERDA! — Ele encerra a ligação, mesmo que a pessoa do outro lado da linha já tenha feito isso.

Ele volta e se senta a minha frente.
Abre um sorriso envergonhado? Talvez.

— Desculpe por isso. — Pede parecendo honesto.

— Quem é Mia?

Seu olhar muda e vejo fogo em seus olhos ao ouvir seu nome. Não importa quem seja ele sente muito ódio por ela.

— É minha filha.

Eu não sabia que Lorenzo tinha uma filha.

— Porquê estava gritando com a sua filha?

— Não é da sua conta, Novak! — ele se recosta na cadeira e pega seu whisky e vira tudo na boca. — Então onde estávamos?

— Estávamos na parte em que você....

— Lorenzo? Lorenzo?

Violeta — a esposa de Lorenzo — entra na sala preocupada. Ele dá um olhar de reprovação para a esposa que fingi não perceber.

— O que foi Violeta? Não vê que estou conversando com o Novak de assuntos importantes?

— É a Mia! A Mia  — ele diz tentando recuperar o fôlego. — Ela ligou dizendo que.... que terminou com o Heros.

Ele bufa já cansado do assunto da Mia.

— Eu sei. Ela ligou pra mim e disse que vai passar a noite na casa da Stefany.

A mulher olha para ele incrédula.

— E você diz assim? Na maior calma e tranquilidade? Não está nervoso que ela terminou com o Heros?

— Não estou furioso! O sacrifício que fiz para juntá-la com o Heros e ela me diz que terminou com ele. Ela não pensa em como isso vai arruinar o meu negócio com os Olivar. Aquela garota tola!

Então é uma união por conveniencia?
A mulher o encara brava.

— Não fale assim dela! Ela é sua filha!

Tento conter o riso.
Se ele junto ela com esse tal de Heros, significa que ele não se importa nem um pouco com a filha.

— Ela não é minha filha é apenas uma peça que eu vou manipular para conseguir o que eu quero.

— Como pode dizer isso? Ela é uma pessoa! Ela tem sentimentos! Você não se importa com ela?

Ele gargalha.

— Sentimentos! Por favor. Não me faça rir. — ele diz tocando a barriga. — Agora vá e não me incomode mais. Quando a Mia chegar eu me resolvo com ela.

— Vai bater nela também? Por não seguir suas regras idiotas?

Ele parou de rir. E o olhar furioso voltou.

— Eu já disse saia daqui Violeta!

— Como quiser. Mas quando perder a sua filha não reclame.

E ela saiu da sala.
Sei que Lorenzo é um desgraçado que violenta sua esposa. Sinto muito pela filha ter um pai assim. Esse é um dos motivos que faz eu odia-lo.

— Eu acho que podemos continuar outro dia. — digo me levanto.

— Mas nós nem conversamos direito.

— Tchau Lorenzo.

Digo abrindo a porta e saindo, antes de entrar no carro escuto ele gritar o nome de Violeta.

A filha do meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora