Capítulo Catorze - Daemon

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Lorenzo entra tenso no meu escritório, e admito que em todos os anos que o conheço nunca vi o homem tenso ou preocupado. Mas agora ele está.
E não importa o que seja — ou quem seja — se Lorenzo veio falar comigo a coisa é séria e talvez eu também deva me preocupar.

— Precisamos contar pra ela! Agora! Hoje! Nem um dia a mais nem um dia a menos. — Ele passa a mão pelos cabelos brancos e anda de um lado para o outro.

— Contar o que pra quem?

— Pra Mia. Precisamos contar sobre o casamento.

Meus músculos ficam tenso ao ouvir: Mia Precisa saber sobre o casamento.

Ela vai me odiar!

— Não. Não podemos! Sabe como ela reagiria.... reagiria a mim? Por que quer adiantar tanto as coisas?!

— Ela com certeza vai dar um chilique, mas vai aceitar. Vamos para a minha casa. Agora. Não temos tempo a perder.

Ele tenta passar pela porta, mas eu empeço.

— Nada de ir pra sua casa até você me explicar que merda está acontecendo. Como assim não temos tempo a perder? O que está acontecendo?

— Rick Lunch Ross — extremeso ao ouvir seu nome. Rick é um dos capos da Máfia da Europa. Mas para permanecer no cargo precisa se casar...
Não pode ser! — Ele quer se casar com a Mia! — a preocupação em sua voz é visível, mas preocupação com quem? Com ele ou com ela? — Por isso fui a Milão, e depois iria para a Europa para tentar Fazer Ross mudar de ideia, ele quer se casar com a minha filha. E isso eu não vou permitir!

Entendo um pouco melhor Lorenzo e sua proposta de casamento repentina, mas porque tanta preocupação com Mia?

— Entende porque temos que ir a minha casa agora, ou Rick Lunch Ross não é motivo suficiente para você, Novak?

— Vá na frente.

— Ótimo!

Ele sai porta a fora e eu o sigo.
Não posso deixar ela se casar nem com Heros nem com o Ross, nenhum dos dois é boa escolha.

Heros: Um filho da puta infiel que abusou dela.
Rick: Alcoólatra, que só quer saber de domínio, bate em suas companheiras por isso já perdeu duas em 1 mês.
E Mia apenas seria um troféu e ela é mais que um troféu.

Só não quero ver seu rosto quando descobrir, só não quero estar lá para ouvir seu choro, sua mágoa não não quero, mas é preciso.

8 anos atrás....

— O que foi? Está com medo, Novak?
— Não. Não estou sou corajoso! — não sei se sou realmente corajoso, mas tenho que mostrar para ela que sou!
Subo na árvore, mas caio quando chego ao topo.

— Meu Deus! — Ela desce da árvore. — Daemon? Daemon! Consegue me ouvir.

Bufo.

— Claro que consigo, loirinha, eu cai não perdi a audição! — estendo a mão para que ela me ajude a levantar, mas sua preocupação foi tomada por raiva.

— Levanta você sozinho, já que não perdeu a audição tenho certeza que também não perdeu sua força e pode muito bem se apoiar em suas mãos e se levantar.

Me levanto. E bato minhas roupas.

— Às vezes eu odeio você. Isso foi tudo culpa sua, você que me fez subir em uma árvore tão grande e longe do chão.

— Também te odeio às vezes, chato, mas acima do nosso ódio e orgulho somos o que?

Não digo porque se não ela vai ganhar.

— Somos o que Daemon?!

Me rendo.

— Melhores amigos.

— E melhores amigos....

— Ficam juntos para sempre, e sempre irão se amar independente do ódio que sintam um pelo outro.

Ela levanta seu mindinho.

— E nunca?

— E nunca vão se separar. Ficarão unidos enquanto seus corações bater independente da distância. E mesmo que se separemos nos encontraremos nessa, na outra e em todas as vidas possíveis.

Enlaço meu mindinho com o dela.

— Sempre e para sempre. É uma promessa!

— Daemon, Mia venham comer.

Mia abre um sorriso brincalhão.

— O último que chegar é a mulher do padre!

Após isso corre em disparada para a casa.

— Você me paga! — começo a correr, mesmo sabendo que outra vez serei a mulher do padre.

Por mais que ela me irrite às vezes faria de tudo para protegê-la e ela faria de tudo por mim.
Então não sei ficar irritado com Mia Weilyn por muito tempo.
Quando chego a cozinha, Mia já está sentada comendo.
E me sento ao seu lado.

— Quando é o casamento? — ela pergunta tomando um gole do suco.

— Que casamento?

— O seu com o padre, perdedor. — ela ri e bagunço seu cabelo.

— Amanhã, mas só se você for a madrinha.

— Vou estar lá. — ela afirma e ficamos em silêncio comendo.

A filha do meu inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora