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Fomos recebidas por parte da equipe e, em seguida, aos cantores que estavam ali. Mariana, como esperado, não se conteve e ficou empolgadíssima ao ver o Borges. Eu apenas ri, observando sua euforia, até que chegou a minha vez de cumprimentar nada mais e nada menos que ele...

 Eu apenas ri, observando sua euforia, até que chegou a minha vez de cumprimentar nada mais e nada menos que ele

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Quando ele me olhou de cima para baixo, senti meu coração acelerar. Pensei comigo: "Se ele fosse um pecado, eu já estaria sentenciada ao inferno."

Ele estava vestido com um look meio social, parecia até um chefe de máfia. A blusa aberta no peito deixava à mostra suas tatuagens, e seus cachos caíam perfeitamente. Quando percebi, ele já estava vindo em minha direção.

— Liz, esse é o Daddy, também cantor — a voz da Mari me tirou do transe.

— Pelo visto, ela não conhece ninguém daqui — Daddy comentou, rindo enquanto cumprimentava Mariana. Ela saiu piscando para mim, deixando-me sozinha com ele.

— Desculpa, eu realmente estou meio desligada nessas coisas — respondi, sentindo minhas bochechas queimadas de vergonha. —Sou Liz.

— Não se desculpe, você fica fofa tímida — ele deixou escapar, se aproximando e deixando um beijo em cada lado das minhas bochechas. — O que você tem de bom pra me mostrar, dona Liz?

Fiquei tímida de novo, tentando me recompor, e comecei a mostrar os tênis.

— Você pode escolher dois pares, e ainda ganha um brinde — finalizei.

— Se o brinde for você, eu quero — ele disse com um sorriso malicioso, me fazendo corar outra vez.

— Não, o brinde não sou eu — respondi com uma risadinha.

— Acho que gosto de te deixar vermelha, mas prometo parar — ele soltou uma risada contagiante.

Tentei ficar quieta para evitar mais constrangimentos. Assim que ele escolheu os tênis, comecei a arrumar as caixas espalhadas. Olhei para Mari e vi que ela já estava se divertindo com Borges, rindo animadamente.

— Posso trocar meu brinde por outra coisa, senhorita Liz? — Daddy disse assim que terminei de organizar as caixas.

— Depende do que for. Se estiver ao meu alcance, talvez — sorria, tentando manter a compostura.

— Claro que está. Quero trocar meu brinde por você me acompanhar no show ou me passar seu número — ele deu de um jeito que me fez corar pela terceira vez.

"Ele é um cantor famoso, nem vai lembrar de mim depois disso" pensei. Então, por que não?

— Infelizmente, estou trabalhando, mas acho que posso deixar meu contato... sem o meu chefe saber — disse, sorrindo entre os dentes.

Ele rapidamente me ofereceu o telefone, e eu deixei meu número.

Logo depois, Mari me chamou para voltarmos ao stand.

— Tenho que ir. Foi um prazer te conhecer, Daddy — me despedi, mas ele me puxou para um abraço.

— Meu nome fica tão bom quando você fala. Espero te ver de novo — ele sussurrou e deixou um beijo suave no topo da minha cabeça.

Saímos do camarim, e Mari começou a falar sobre o quanto tinha sido divertido, mas eu não consegui prestar atenção. Tudo o que se passou entre mim e Daddy estava girando na minha mente. Aquilo nunca tinha acontecido comigo antes.

— Ei, você está me ouvindo? — Mari me disse, percebendo meu silêncio.

— Desculpa, amiga. Estava pensando em algumas coisas... — respondi, meio distraída.

— Essas "coisas" se chamam Daddy, né? — ela riu, me cutucando.

— Claro que não, eu só... — tentei me defender.

— Ah, tá. Acha que não vi vocês dois, né? Eu vi o clima! — ela me interrompeu.

— Dei meu telefone pra ele — falei, sem nem pensar direito.

— AAAAAaai, meu Deus! — Mari sussurrou, pois já estávamos de volta ao estande. — Passei o meu pro Borges também! Espero que eles liguem!

— Não boto fé... — murmurei, avistando um banco e me sentando, estava cansada.

— Vão ligar, você vai ver — ela insistiu, sentando-se ao meu lado.

De repente, ouvimos o DJ anunciar:

— DAQUI A POUCO, BORGES E NGC DADDY NO PALCO!

A equipe foi liberada para o almoço, e eu suspirei aliviada ao ouvir meu gerente.

— Vamos logo comer algo. Quero ver o show dos meninos! — Mari me puxou apressada.

Ela devorou ​​o lanche em menos de cinco minutos e ainda ficou me apressando. Quando finalmente terminei, fomos para a frente do palco, onde só quem trabalhava no evento poderia ficar. Logo, o show começou.

Yeah, yeah, uh, uh
É o daddy, é o daddy
Yeh, Uh, é o daddy

Daddy entrou no palco, e a multidão explodiu em gritos. Enquanto ele cantava, eu não consegui desviar o olhar, prestando atenção na letra da música:

Glockada tá adaptada
Fuzil de pente alongado
Rajada de ponto 30, furaram mais um blindado

CPX, clima tá tenso
Parece que tô no Iraque
Ela quer sentar na choppa
Então brota aqui na minha base
Ela disse que me ama e que decorou minha frase
Deixei ela toda gozada, de quatro é uma obra de arte

Fechei os olhos, totalmente envergonhada. Não estava acostumada a ouvir esse tipo de música, e me senti como se tivesse feito algo errado só por estar ali. Sabia que ele era tentador, mas não imaginava que fosse tão assim. Quando abri os olhos, ele estava olhando diretamente para mim e sorrindo. Ele sabia que sua música estava me deixando tímida.

Ele começou a cantar uma nova música, ainda mais explícita que a anterior:

Chupa meu pau, la chica (yeah)
Fica de quatro e me chupa (aham)
Coberto de ouro eu sou chique (ooh)
Safada, ela quer ser minha puta (yeah)

Eu me sinto como uma virgem, mesmo não sendo. Essas letras eram completamente novas para mim, e eu sabia que, se meus pais me vissem ali ouvindo aquilo, seria o fim. Olhei para Mari, que estava cantando com toda a empolgação do mundo, e rindo da minha cara.

Quando Borges entrou no palco e começou a cantar "Meu iPhone é branco, meu pau preto", soltei uma risada nervosa. A situação era tão fora do meu cotidiano que o único fato que consegui ter foi rir.

O show terminou, e nosso horário de almoço estava acabando. Decidimos voltar ao trabalho, ainda processando tudo o que tinha acontecido.

Heaven | NGC DaddyOnde histórias criam vida. Descubra agora