CAPÍTULO 2: Príncipe ferido

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                     *GREGORY*

- Como minha noiva conseguiu nosso número de discagem? Pensei que as linhas fossem mais do que seguras- Olho para ele com dúvida e em retaliação a resposta.

- Não é a sua noiva, Greg? De certo não teriam deixado a ligação completar se não fosse seguro.-
O rei barpo é um homem firme nas afirmações e confia de olhos fechados em sua segurança. Meu pai é justo, mesmo velho ainda sim é dotado de experiência.

- Como ela pode ter um rosto tão doce e ser uma assassina tão fria? Já soube das inúmeras histórias da princesa de aço do reino de Sartagon.-

Ainda estava assombrado com tudo o que escutei e descobri sobre minha futura esposa. Ela é a caçula, mas valia por muitos homens em batalha.

- Veremos se realmente vale isso tudo, ainda desconfio muito, creio que sejam somente canções para engrandecer o reino deles.-
Ele diz impaciente, percebo que está ocupado e não gosto de incomodar, peço permissão para sair.

-Se ela pensa ser tão ruim é porque ainda desconhece com quem vai casar-

Praguejo sozinho, mal foi anunciado e sinto dores de cabeça com isso tudo.
O dia está cheio, temos que organizar tudo para a cerimônia, quando iremos pedir a mão das princesas de Sartagon oficialmente. Tudo tem de estar perfeito para que seja efetiva essa aliança. Não exigirei amor ou paixão de minha futura esposa, não me deve isso e tampouco devo a ela. Tenho que encontrar mais sobre esta mulher, é muito misterioso o porque não circulam atualizações de sua aparência. Irei descobrir o motivo.

Chego ao salão de estratégia.

-Vossa Alteza, temos problemas, talvez tenhamos que adiar a cerimonia de oficialização. Nossas fronteiras estão cheias de inimigos, haverá riscos para a vinda da família real de Sartagon e seus soldados.-

O sangue gela ao escutar, fizemos os sartagos crerem que eles necessitam de nossos exércitos, quando na verdade nós que precisamos do deles

-General Lester, isso é muito grave. Já temos estratégias para camuflar enquanto esse mês de núpcias não passar?-
A pergunta que fiz já tinha uma resposta rápida, e previa qual era.

-Alteza, para conseguir esse feito precisaremos da ajuda de Sartagon para que os casamentos não atrasem, a não ser que eles aceitem outras datas. Já que Vossa Majestade e o rei sartago escolheram uma data e estão para anunciar publicamente.-

Entre dentes penso na humilhação que seria, sinto estar em chamas.
Saio do salão e vou direto aos aposentos de meu irmão.
Bato na porta e recuo. Dominic abre a porta, os cabelos loiros bagunçados e sem camisa, ao forçar mais a porta enxergo uma silhueta feminina nas sombras.

-Você sabe que quando for anunciado terá que deixar a sua libertinagem desenfreada de lado, não é irmão? -

Olho diretamente para seu rosto e aqueles olhos acinzentados negam que ele jamais deixará a libertinagem.

-Claro que sim, meu caro irmão, ou acha que vou dar o mole de perder a cabeça, não será a minha futura rainha que irá arranca-la.-

Senti o deboche e tom brincalhão referindo-se a princesa Louise. Dou um soco em seu ombro e o chamo para fora.

- Precisamos conversar, tem problema grande vindo e temos que reportar para o rei.- Falando dessa maneira nem parecia referir ao meu pai. Seria difícil encontrar uma solução melhor do que a do general Lester.

-Vamos logo encontra-lo, uma pergunta, a minha noiva não é uma mercenária também não, né? -

Dom pergunta rindo e debochando de minha cara. A única reação foi dar mais um soco em seu ombro e apressa-lo. Aguardei distante do quarto para que a mulher desse o fora. Enquanto isso pondero, seria tão ruim ter uma esposa com os mesmos hobbies que os meus?

-Bapolis chamando Gregory, está com os pés no chão, fedelho?-

Tirado de meus pensamentos pela voz brincante de Dom.

-Cala a boca imbecil, vamos logo avisar nosso pai.-

Incrível, mesmo sendo o mais velho e o próximo rei, Dominic consegue ser mais moleque e irresponsável.

Atravessamos o castelo atrás de nosso pai e nada de encontra-lo, acabamos por lembrar que estaria na sala a qual eu estava minutos antes. Lembro na hora e chamo Dom para irmos rápido antes que o velho Lester o convença de solicitar soldados aos sartagos. Esforços para nada. Ao chegar já o vemos ao telefone barganhando.

- Negócios são negócios, Rei Anthony, agora nós que precisamos de vosso exército, viável não? Nossas famílias serão uma em poucos dias.-

Sinto que meu pai está analisando cada palavra antes de falar, para não parecer exigir ou pressionar nossos aliados. Um minuto de silêncio, a tensão em seu rosto some e dá lugar a um sorriso malicioso de orelha a orelha.

-Prazeroso saber que temos aliados dispostos como Vossa Majestade, necessitamos que quem liderará seu exército nos passe a estratégia de campo, para isto nos comunicaremos por outro meio seguro.-

Ele realmente conseguiu o que queria.

Princesa de açoOnde histórias criam vida. Descubra agora