CAPÍTULO 5: Um traidor entre nós

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AVISO: PODE HAVER TRECHOS DE TORTURA                     

  *Louise*

Nossa atenção é desviada quando as portas do salão abrem e um soldado entra com correspondência.

É um barpo, aquele uniforme não é nosso. Mas como ele entrou aqui, será que passou pela revista? O rei está aqui, deveria haver mais segurança.

-Tenho uma mensagem para Vossa Majestade.-

Ele diz fazendo uma reverência se aproximando, em segundos sinalizo para que os soldados bloqueiem a passagem. É quando saca uma arma e aponta para todos.

-O que vocês estão esperando? Tire o rei daqui, abatam o alvo.-

General Claws grita dando as ordens e o homem é alvejado. Meu pai já estava longe quando o vi virar a cabeça e dizer a frase inaudível: "estou bem, está tudo bem."

O telefone toca onde meu pai estivera minutos antes. Atendo, uma voz com tom desesperado fala:

-Fomos atacados, uma mulher tentou fingir ser a princesa Louise e atacou o rei Cristhian.-

Aquilo foi mais do que suficiente para que entendesse que estávamos oficialmente em guerra.

-Nós também fomos atacados, um soldado fingiu ser mensageiro barpo e atacou meu pai, o rei. Quem fala é a princesa Louise.-

Já tinha reconhecido a voz de Gregory, por isso não perguntei quem era. Mas que megera, tentando passar por mim, como? Mantive o visual alternado por anos e evitei que caricaturas e fotos vazasse. Ainda sem entender fujo de pensamentos ao escutar a voz .

-A prendemos e iremos arrancar a verdade dela custe o que custar-

Sinto o ódio emanar nas palavras dele, os sentimentos são os mesmos pois as minhas mãos irão arrancar a verdade de ambos.

-Mantenha a impostora viva até que eu consiga chegar aí-

Vou até o calabouço especial para traidores e tem uma fila de quatro homens, amarrados como cães pelos braços e pernas.
Um chora, três permanecem de olhos fechados. Reconheço o que chora, é quem atentou contra a vida do rei, foi alvejado com tiros na perna e peito. Os outros três os vi com as tropas, traidores.

Ando pela cela pronta para que comecemos o interrogatório. A mesa de canto tem instrumentos de tortura, na porta dois guardas. Estou vestida apropriadamente para a ocasião, calça preta militar juntamente de uma blusa gola alta preta.

-Vamos começar por você.-
Tamborilo os dedos na bochecha de um dos soldados que abre os olhos e cospe em meu rosto.

-Sua vadia, deveria ter dado fim a você quando tive a oportunidade. Não se lembra? Sou quem lhe deu essa cicatriz acima da sobrancelha-

Ele jorra palavras e então recordo, este é o homem ao qual lutei a primeira vez. Explicado o ódio que dedicava ao embate.

-Calma, Stevens, agora não sou mais a garotinha que bateu, sou o pior dos pesadelos. Creio que saiba o motivo pelo qual sou intitulada demoníaca de aço ou princesa de aço.-

Digo pegando a adaga do coldre em minha perna. Aliso a mesma pelo seu pescoço só para que sinta o gelo da lâmina. Vou até a mesa, pego um alicate.

-Vamos começar pelas mãos, já que foram tão ardilosas para tentar a minha pessoa.-
Arranco as unhas de seus dedos, grita e parece música aos meus ouvidos. Desfiro socos no rosto, estômago, a vontade é quebrar todos os ossos.

-Seus socos ainda continuam fracos. -

Ele fala com uma gargalhada como se não sentisse dor alguma. O rosto já está deformado, desejo prosseguir com ele assim. Iniciarei logo as perguntas antes de começar a brincar de verdade. Ando ao redor de onde está, arranhando levemente a adaga em suas costas.

-E aí, Stevens, quem são vocês e porque atacaram o rei? Espero que responda com sinceridade e sem mentir, prometo que sua morte será rápida. -

Nega com a cabeça, gerando mais raiva, enfio a adaga em sua coxa, fazendo urrar de dor. A cravo no ombro lentamente para que doa mais, peço o vidro de álcool e derramo em todas as feridas. Ando em direção ao soldado em frente a Stevens, é o irmão dele, tortura-lo deve fazer falar. O acordo com uma facada, o jovem grita, Stevens implora para parar.

-Tá tá, falo o que sei, só não mate meu irmão. Imploro.-

Não há mais ousadia em sua voz, dando lugar ao desespero e confusão. Desfiro mais um golpe, agora nas costas. Ele chora igual criança.

-Fomos enviados por Henry Willians Morvian. -

Impossível, o irmão de meu pai morreu a anos. Com a faca no ar faço gestos como se ligasse pontos.

-Obrigada pela declarações mentirosas, Stevens, queime no inferno.-

Corto sua garganta e sangue espirra em meu rosto. Seu irmão grita e chora, deixo olhar para ver o que acontecerá com ele.

Acordo mais um desses vermes.

-Vamos, acorde seu pedaço de estrume.-

Cutuco o terceiro soldado que finge dormir. A ele e o outro tenho algo mais divertido na cabeça.

[..]

Deixo as botas no calabouço junto dos corpos que executei, ninguém sabe que quando necessário faço o inevitável para arrancar informações. Estou coberta de sangue, tenho que tomar um banho urgente.

Após o banho nos chuveiros do calabouço volto ao quarto com um blusão de Kay e descalça. Inapropriado para uma princesa andar seminua por aí.

-Vossa Alteza, o que deu para estar vestida assim.-

Emily está revoltada e entrega roupas decentes.

-Imprevistos, Emi. Mas já resolvidos, tem notícias de meu pai?-

Passei horas naquela cela escura, não vi o tempo passar enquanto arrancava o que queria.

-Em repouso, depois de tudo o que aconteceu preferiu ficar no quarto com a rainha.-

Sorrio ao saber que está bem, o foco agora é mudar o visual. Mesmo a farsante errando o atual e utilizado um muito antigo, devo precaver.

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Será que Louise encontrará a verdade?

Princesa de açoOnde histórias criam vida. Descubra agora