CAPÍTULO 15: Feras a domar

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                      *Gregory*

Voltamos para os aposentos em completo silêncio até Louise o quebrar com mais desaforos.

- A culpa é inteiramente sua desses homens estarem fracos, nada mais do que o reflexo do líder. E se acha que és melhor, lute comigo, só não prometo que apanhará menos que a impostora.-

Meu semblante calmo, observando as artimanhas cheias de desafios. Tudo vai por água a baixo depois de aceitar. 

- Claro, claro, mulher de aço! Você é invencível, não é mesmo, robotizada, sem dores, sem coração, sem sentimentos. -

Pisando forte me aproximo, emanando a raiva que sinto, imaginei que levaria na esportiva, mas realmente afetou o ego dela. Sem pensar avança e tento abraça-la, segura minha cintura projetando um golpe que reverto a fazendo cair e arfar no chão, realmente não cogitei que seria capaz,  mas neste instante...

-Ar, falta ar. –

Minha raiva transforma em preocupação, que dura pouco tempo, quando aproximo para checar se está bem e desfere uma cabeçada em meu rosto,  que deve ter doído tanto nela quanto em mim.

- Golpe baixíssimo, sua escrota!-

Levanto limpando o sangue do rosto, fiquei mesmo preocupado. Infelizmente, um sinal para que lute pra valer.
Chuto sua perna quando levanta e caí possessa de ódio, tenta acertar socos e chutes, alguns acertam , fica cega pela fúria.

Apanho bastante, desta vez luta como um animal, acabou a pena que devo ter ou vai acabar comigo. Soco sua cara com tanta força que os nós dos dedos embranquecem, seguro pelo seu cabelo e tentando dialogar para que pare aproximo meus lábios ao seu ouvido.  Ela grita e por fim desaba no chão quando a solto após ficar tranquila, obviamente não tive a intenção de machucar de verdade, normalmente é para quebrar o pescoço, desta vez somente para mostrar o quão lenta está, solto a mão que segura seus cabelos para que não a machuque mais. Ainda está muito fraca pelos ferimentos, tendo avanço agora após uma infecção ela resolve treinar o exército bárpo, incapaz de permitir que ela prossiga com essa loucura colocando a saúde em risco.

-É justamente por isto que estes homens estão fracos, se você fortalece a si e esquece seu povo, serão fracos. Né atoa que o SEU rei pediu para que MEU reino  limpasse a sua fronteira e deve ser por esse motivo que o impediu de ir, você pode ser bom, mas O SEU exército não.–

Como facas que atingem o alvo sinto pena quando olha para baixo, observo enquanto fala entre palavras calmas e gritos alternados, está em cacos. O arrependimento bate e vou em sua direção para ajudá-la e esquiva pedindo para a deixar em paz. Ignoro e vou limpar meu rosto, a cabeçada foi poderosa, por pouco perco para ela, com certeza não é tudo que consegue fazer, está machucada e se recuperando. Se não fosse a estratégia de aproveitar sua tagarelice poderia ter acabado pior, me sinto um lixo, jamais pensei que tocaria um dedo nela desta maneira, tenho que redimir essas ações, o certo é ignora-la e esquecer tudo da noite anterior. Viveremos oficialmente por obrigação e quando retornar a Sartagon viver em lugares separados, é o melhor para ambos. Somos como água e óleo, impossível de juntar.
Caramba, nem percebi, mas ela rasgou meu rosto com as unhas. Meu Deus, como vou justificar isto nas reuniões. Termino de lavar o rosto e retorno para o quarto, Louise está deitada chorando segurando uma fotografia.

- Porque choras? Brigamos, nos agredimos, mas não vejo motivos para você estar abalada sendo quem venceu arrebentando minha cara- 
Sorrio para ela que continua séria segurando forte a fotografia, é uma foto paisagem de um lugar muito bonito.

-Você é um idiota, porque deixou eu fazer isso com seu rosto? Poderia muito bem ter me segurando ou sei lá, matado. Seria bem melhor do que brigarmos assim.-

Seu semblante mostra arrependimento, tenho certeza absoluta que ela não fez por que me odeia, mas porque guarda tudo para si e acaba sendo uma bomba relógio que a qualquer segundo pode explodir. Neste instante, vê-la deitada chorando até soluçar muda minha visão sobre a força desta mulher, o que a faz ser tão perturbada deve doer muito em sua alma. Diferente da guerreira implacável que conheci no início da semana, chora como se não importasse que esteja observando ela, depois de longos minutos vendo essa cena vou até ela e deito abraçando sua cintura e acariciando seus cabelos. Depois de longas horas chorando e pedindo desculpas, adormece e o rosto limpo de qualquer resquício de preocupação descansa em meu peito. Quando acordar desejo conversar com ela sobre o que a perturba, mesmo que saiba que irá mentir e esconder de mim. Fico preocupado, precisamos estar fortes para todas as situações, quando regressarmos para Sartagon espero que fique contente. Enquanto dorme solicito uma reunião com General Lester, farei os caprichos de Louise para treinar nosso exército, o que me enfureceu foi ver que estava lutando depois de quase ter morrido.
Caminhando para a reunião afundo nas preocupações com a sanidade de Louise. Decidimos por fim que pode treinar nosso exército com a condição de que seja quando estiver recuperada, ainda restam semanas para regressar a seu reino de origem. Lester em dúvidas se pergunta ou deixa passar sobre o que aconteceu com minha cara, por fim uma olhada basta e não o faz.
Retorno para melhorar essa situação,
a única pessoa próxima o suficiente para ajudá-la é sua criada, Emily. Ordeno que a tragam e ao encontrar Louise a abraça forte e pede gentilmente para que eu saía do quarto.

Princesa de açoOnde histórias criam vida. Descubra agora