CAPÍTULO 14: Descobertas noturnas

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                       *LOUISE*

Sinto as pernas tremerem e o corpo relaxar, Gregory foi o mais gentil possível comigo. Pensei que era algo terrível e nojento, quando na verdade senti o prazer jorrar das veias pedindo por mais. Colada nele sinto vergonha pelos gritos e gemidos, não conseguia controlar as ações seguidas das estocadas que entravam e saiam de mim. Estou lambuzada e devo tomar outro banho, agora lúcida de verdade, diferente do dia da festa, consigo reparar que o banheiro é dois em um, pelo menos posso fingir estar em um dia normal. Nas pontas dos pés vou me lavar após recuperar o fôlego, não faço ideia de como tive coragem para acorda-lo daquela maneira, a primeira me tomou por completo e necessitava de mais e de mais.

Volto para a cama e sem perceber adormeci.

Braços fortes envelopam meu corpo em um abraço, a respiração de Gregory é suave. Durante a noite o escutei roncar, acordei assustada e logo adormeci quando o susto havia passado.

O dia parece tranquilo visto pela paz da paisagem que aprecio dormir, mas sei que é diferente, retornarei a Sartagon em semanas, ansiosa para o conforto de casa e para desvendar as mentiras que estão camufladas. Algo muito errado está acontecendo, porque os infiltrados apontaram Salete e Henry? Eles estão mortos. Porque a moça na floresta era idêntica a Katherine? Vou procurar verdade por verdade para poder acalmar a mente, Sartagon em hipótese alguma deve ficar vulnerável.

Gregory mexe para mudar de posição, aproveito a deixa para desvencilhar de seus braços. Sem opções do que fazer na estadia, vou a galeria de artes que fica nessa ala. Procuro pela obra que Gregory tanto admirava no dia em que me arrastou obrigada.

A encontro, obviamente estaria ali, impossível de criar pernas e sair correndo. Esta sala é gigante, segue o padrão rústico do restante do castelo, as paredes em pedras escuras, os móveis no mesmo padrão. Falta criatividade para a rainha decorar este lugar. Grosseiro com ausência feminina na decoração. Ando observando e lembro a quem aquela pintura a óleo recorda, esta moça possuí traços marcantes, Salete era assim, pelos quadros que vi dela.

-Bonita, não? Está obra está na família a anos, arrisco dizer quase um século. -
Realmente, esse idiota parece uma doença, melhor, uma assombração. Quando menos espera, aparece.

-Certeza? Parece nova, nem sinais do tempo possuí. Mas se você diz...-
Sorrindo viro para o quadro e observo mais atentamente, na ponta esquerda superior da pintura á uma assinatura, a caligrafia elegante mostra que o pintor era experiente. Mas a pintura em si é estonteante, jorra beleza por cada traço.

- Quem é essa moça? E tem ligação com a família real de Bápolis? -
Pergunto tentando disfarçar a curiosidade de saber tudo a respeito da pintura, Gregory eufórico desata a falar.

-Existe uma história triste para este quadro, minha princesa. Esta moça foi a primeira rainha de Bápolis, quando casou com Telos o rei Bárpo da época, ele a traiu com várias mulheres, como um bordel colecionava mulheres. E há uma lenda de que amava uma dessas concubinas, sabendo da ira da rainha, protegeu a amante mandando ela para um reino ao qual seria impossível a encontrar. Essa mulher fugitiva gerou crianças bastardas para o rei, embora tentasse proteger a linhagem, Elis nunca encontrou rastros da até então rival. Se essa lenda fosse real, Bápolis seria motivo de vergonha por possuir um primeiro rei infame. Elis sofreu muito por ser incapaz de gerar um herdeiro para suceder Telos, após muitas tentativas teve uma filha que deu continuidade a linhagem real. Por fim, a história diz que o bastardo mais velho de Telos reinou onde a amante se estruturou e gerou uma nova linhagem real impura que não pode ser considerada Barpa.-

Princesa de açoOnde histórias criam vida. Descubra agora