CAPÍTULO 7: A volta dos mortos

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AVISO:PODE HAVER TRECHOS DE TORTURA E AGRESSÃO  

                   *Louise*

    Vejo papai, mamãe e Emi antes de embarcar, pelas coordenadas ficará tranquilo pousar as aeronaves em um ponto distante e seguir pela floresta. A sorte que essa época do ano em Bápolis está quente e não congelando. Procurei estudar o clima desta região para adaptar a roupa que usaríamos, tem de estar pronto para tudo. Foi informado que eles não possuem armamento pesado, facilitará a entrada, usam a maneira antiga, espadas, facas e flechas, mas questiono muito. Estamos em inovação, só grandes reinos tem os mesmos armamentos que os nossos. General Claws envia dois batedores, Kayan é um deles.
-Até a vista, Alteza. Prometo não os deixar arrancar minha cabeça.-
Ele ri nervoso, a função de batedor é arriscada, se desviar do caminho acabou.

-Isso mesmo, Kay. Só eu posso explodir sua cabeça.-

Respondo com um sorriso que o faz acenar e sair em disparada, estão indo correndo pela floresta, de onde estamos não é distante do alvo.
Esperamos por horas até que retornam, seria arriscado utilizar as aeronaves para sobrevoar o local, sinalizaria nossa chegada. E eles nem sonham que o ataque virá de nós, o exército negro, conhecidos pela bravura, violência e inteligência em campo. A tolice deve esperar ataques avançados, pegaremos os flancos direito, esquerdo e pela frente para q sejam cercados. Utilizaremos armas, bombas e caças. Para ser justa com os oponentes, levo uma espada, mostrar que os velhos costumes ainda vivem. Anthony II era um excelente espadachim, deixou sua lâmina fincada como herança. Meu pai costuma dizer que minha arrogância um dia levará a minha ruína, pois não temo e nem estimo os oponentes.

-Vossa Alteza, temos imprevistos, o desejo deles é que pense que usam outros armamentos, mas utilizam.-

Kay chega em disparada correndo, segurando uma pistola. 

-Certo. General Claws, mude nossa estratégia, levarei minha espada. Iremos atacar pelos céus e terra.-
Confuso não questiona, pois era a estratégia sugerida por ele desde o princípio.

O medo espreita, estou fazendo meu ritual antes de iniciar o confronto. Pedindo proteção, sabedoria e perdão pelas mortes. Iniciamos o ataque pelos céus, nossos caças rasgam os ares e os inimigos fogem do princípio do ataque. Dado início autorizo Claws a guiar pelas laterais da floresta o flanco direito, outro comando pela esquerda, e a minha posição frontal seguida por alferes com as bandeiras de Sartagon. Em sinal por rádio Claws começa o ataque lateral.

-PELA COROA, CORAGEM E BRAVURA A TODOS.-
falo as últimas palavras antes de seguir em frente com as tropas.

Seguimos firmes e fechados sem abertura para o inimigo arrasado pelo ataque aéreo, agora pior, pois prestam atenção em nós que impulsionamos pela frente esquecendo de suas laterais. Uma verdadeira carnificina, mais de quatrocentos homens se misturando enquanto limpamos passagem. Minha espada desliza em golpes precisos, a jogo de lado quando vejo um oponente armado mirando em minha direção, quando se aproxima para contato erra os tiros, aproveito socando seu rosto. Pego a adaga, chuto seu joelho e corto o seu pescoço, dediquei tanto a este que esqueci que mais ansiavam para me matar. Sou agarrada por trás, os braços do homem envolvem meu pescoço, agacho projetando este a frente com um golpe, pego a arma que segura e atiro em sua cabeça. Sinto uma dor lacerante, alguém me apunhala nas costas, tento desviar de outros golpes, mas ainda consegue acertar um, a faca atravessa o antebraço. Antes que desfira mais golpes consigo atirar no peito, o homem caí escorrendo sangue pela boca. Sigo em frente, entre muitos mortos procuro Kayan, sem sucesso. Espero que você esteja vivo pirralho, cheiro da morte embrulha o estômago.
Avançamos o máximo, quando uma granada é jogada e a reação é pular na direção oposta. Bato a cabeça em uma pedra, tudo o que escuto são zumbidos, minha visão está turva. Um homem pula em cima de mim.

- Temos uma princesinha aqui, que honra. Ainda é virgem, boneca?-
Sinto algo mais amargo que fel na boca.

O ódio corre nas veias ao senti-lo alisar minhas partes, tento desvencilhar. Enfio os dedos em seus olhos fazendo-o gritar, aproveito a deixa para tatear o chão em busca da adaga. Quando encontro enfio na garganta diversas vezes. Estou ensopada com o sangue, jamais acostumarei, sempre parece a primeira vez. O estômago embrulha faltando vomitar as tripas. Levanto e continuo a procura de Kayan, Kay seu miserável não ouse morrer hoje. Quando o vejo tem um homem mirando a flecha, corro o mais rápido que posso, mas incapaz de evitar a tempo de impedir. A flecha chicoteia no ar até a perna de Kay que caí, o homem corre em direção, estava chegando, pulo em cima dele e golpeio. Kay quebra a ponta da flecha e olha para mim.

-Bom te ver, diabinha negra! -
fala entre espasmos e careta de dor.

Rio mesmo sendo ocasião de desgraça, ajudo-o a levantar. Ao nosso redor reina o caos, estamos ganhando a batalha.

Claws grita ordens, consigo escutar mesmo do lado oposto do campo de batalha. A grama está limpa de inimigos, inundada por sangue, perdemos poucos soldados, serão honrados e nada faltará para suas famílias, nosso coração chora junto às pessoas que amavam.

-Vencemos, Alteza. - Gritam em coro.

Ao nosso lado escutamos outro grito como a morte. Uma mulher de aparência familiar, sem ferimentos, sequer tinha sangue em seu vestido. Corre e os cabelos longos somem de vista em meio a escuridão da floresta.

Princesa de açoOnde histórias criam vida. Descubra agora