Capítulo 11

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Eu ainda podia a ovação mesmo do jardim do castelo, eu não podia lidar com aquilo

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Eu ainda podia a ovação mesmo do jardim do castelo, eu não podia lidar com aquilo. Mesmo que eu não visse o que estava acontecendo lá dentro, eu sabia, apenas pela euforia do público, que ele estava se arriscando, se machucando, sangrando.

- Joker… - seu nome saiu como uma súplica enquanto meu coração se apertava de dor.

Não, eu precisava continuar correndo até não existir mais nenhuma lembrança daquela apresentação baixa, nem de seu sofrimento, nem daquelas mulheres ou a forma como ele as tocou enquanto dançava. Tão baixo.

Passei pelos altos arbustos do jardim. Então ouvi o arrastar da porta mais próxima de onde eu estava. 

- Princesa?

Eu sabia que era ele, mesmo com sua voz cortada. Enquanto os próximos nobres me chamavam pelo nome ou pelo nome de minha falecida mãe e os outros usavam a saudação “alteza”... apenas Joker ousava me chamar pelo título. Não que ele amasse minha posição, a palavra era suja na sua boca, como se fizesse questão de manchá-la como havia feito com meus pensamentos.

Eu não poderia deixar que ele se aproximasse de mim, então afastei um dos arbustos recém cortados e entrei no labirinto.

O lugar não estava tão bonito quanto nos anos anteriores, sem chuva, muitas folhas estavam murchas, mas eu esperava que a escuridão da noite me disfarçasse o suficiente.

- Não se esconda, princesa, sei que está aí.- eu podia ouvi-lo se aproximar, então comecei a andar mais para dentro do labirinto.- eu ouço você.

Sua voz saiu tão profundo como um monstro no fim no mundo, aguardando marujos desavisados. Eu era a embarcação, mas se ele achava que eu navegaria até suas mãos, estava muito enganado.

- Conheço esse labirinto como a palma da minha mão, palhaço - ao terminar a frase, mudei de curso.

Ouvi um farfalhar alto, ele cansou de procurar a entrada e apenas passou pelos espinhos, como eu fiz, com a exceção que ele não pareceu ter cuidado algum para não se machucar. Esse pensamento fez um nó brotar mais intenso na minha garganta.

- Você me deve uma resposta. Não pode fugir do acordo - ele diz perto demais e eu corro.

- Nunca quis esse acordo para começo de conversa - minha voz ofegante me surpreende.

 - De todas as coisas, nunca pensei que vossa alteza - eu paro bruscamente, espantada em como a palavra saiu áspera em sua voz - fosse uma raposa traiçoeira.

- Nunca pensei que o bobo da corte pudesse importunar uma princesa de forma tão astuta.

Ele riu, uma gargalhada alta. Joker não estava ofegante, como ele estava chegando tão perto? Eu tinha que me concentrar.

- Não parece que eu a estou importunando. Você briga, foge, mas continua sorrindo.

- Sou uma princesa - tampei a boca com a mão para oprimir um riso frouxo que eu nem sabia que viria - eu tenho que sorrir.

Eu virei em um corredor e depois outro antes de parar para ouvir onde ele estava. Perto demais.

Eu saltei e corri apressada, sei que ele deve ter visto meu vestido antes que eu virasse em outro corredor, mas eu sou rápida e ganho distância rapidamente.

- Uma resposta, princesa - ele pediu frustrado. Longe o suficiente.

- Eu poderia te dar uma resposta, mas qual seria a graça disso?

- Um nobre sem honra é um nobre sem reino - ele bufou.

- O ditado é um homem sem honra é um homem sem nome.

- Que seja.

Odiei a forma como eu passei de simplesmente odiar Joker por tudo o que fez essa noite para me divertir com sua caçada. Mas eu ainda tinha uma pontinha de orgulho.

De repente, não sei onde ele está, o silêncio é esmagador.

- Joker?

- Sim, Joanne.

Eu só queria saber onde ele estava, mas não podia simplesmente dizer isso. Então, continuei andando.

- Você se machucou? Hoje a noite, quero dizer.

- Não. Eu estou bem.

- Eu fiquei preocupada e não sei se acredito no que está dizendo.

Ele não respondeu de imediato. Não consegui evitar os pensamentos que me atormentam.

- É uma honra saber que uma mulher tão linda se importa com minha integridade física - ele zombou.

- Eu me importo, verdadeiramente. Ainda que você ache que isso é uma piada - eu suspiro pesadamente e paro por um instante.

- Eu sei, doce Joanne, tão preocupada com todo mundo - apesar das palavras, sua voz ficou tão calma e sincera.

- Eu só queria que o reino fosse próspero e que meu povo tivesse o que comer.

Falar sobre isso me deixa completamente triste e pensativa, tanto que não tive mais vontade de correr para longe de Joker.

- É a coisa mais honrada que já ouvi de alguém dentro desse castelo.

- Eu espero que me casando com Henry, eu possa ter alguma voz quando for rainha.

- Acha que ele vai deixar você opinar no que é melhor para o reino? - sua voz se aproxima.

- Eu não sei, mas espero que sim.

- É uma estimativa.

Eu suspirei outra vez enquanto ouço os passos de Joker se aproximando. Agora eu queria que ele se aproximasse, porque era melhor do que ficar sozinha.

- E você sabe onde está o problema do reino?

Coloco a mão sobre a pedra azul em meu colar, outra herança da minha mãe.

- Tricket não é um reino para agricultura, é rochoso demais.

- Rochoso? Hummm… interessante,

- É, eu até tenho ideias e preciso confiar que Henry me ouviria, ele é um bom homem.

Joker solta um som entre uma risada e um bufo, tão perto que quase posso sentir seu calor.

- De qualquer forma, eu não tenho opção - me virei em uma esquina para encarar Joker, meus braços caíram na lateral do meu corpo e eu entreguei minha derrota - eu não tenho uma resposta para você e não tenho opção.

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Oiii amores tomarem que vocês gostem desse capítulo, sabe eu sei que não temos muitos votos, mais poucos que temos já amamos, obrigadas pelas leitoras que leiam e ainda continuam na história, especialmente a você _xvdxv_ que sempre comenta e vota aqui, amamos você.

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