Capítulo 23

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Assim que Joker sai dos meus aposentos, me viro para a caixa de joias sobre a penteadeira, meus olhos se enchem d'água, esse não é o desfecho que eu quero

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Assim que Joker sai dos meus aposentos, me viro para a caixa de joias sobre a penteadeira, meus olhos se enchem d'água, esse não é o desfecho que eu quero. Fugir e abandonar o povo na miséria.

Aperto o ponto mais alto do meu nariz entre o indicador e o polegar e fecho os olhos, em uma tentativa de segurar o pensamento que quero evitar.

É difícil fazer essa escolha, entre o povo e Joker, porque se eu não fugir com ele, a alternativa é continuar com essa vida vazia.

Minha atenção é atraída para a porta, mais especificamente para o envelope que passa por baixo dela. O apanho ansiosa e o abro, lendo as poucas palavras:

"Na capela, venha sozinha"

Não reconheço a grafia, mas é com certeza, masculina.

Joker?

Prendo meu cabelo como posso e jogo o véu claro sobre a cabeça antes de descer correndo, passando por corredores desertos até a capela ao lado do salão.

A porta esta fechada quando eu chego, o que me dá tempo de respirar antes de entrar.

Como o bilhete sob a porta sugere, essa é uma conversa particular, não quero ser vista entrando então empurro a porta e me viro rapidamente para fecha-la, espero alguns segundos para me garantir que não fui vista.

Quando me viro para frente do altar, não encontro Joker, mas não posso dizer que estou surpresa.

- Olá, Henry.

Ele se vira para mim lentamente, a sensação de desamparo e decepção que seu olhar me faz sentir, afunda meu peito e chego a pensar que vou cair, então me seguro em um dos bancos

- Eu não tinha certeza que você viria.

- Tenho muita coisa para pensar agora - me aproximo lentamente do altar, confiando demais na presença dele.

Seus olhos descem pelo meu colo e faço o possível para fechar o véu sobre meu busto, sei que estou vestida de forma inapropriada para a capela.

- Seu bilhete pedia urgência, não tive tempo de me trocar.

- Ainda assim, era de se esperar que uma mulher comprometida se vista com mais decoro.

- É sobre isso que quer falar? Sobre nosso compromisso?

Olho rapidamente em seus olhos, sem encontrar toda a gentileza que Henry veio me tratando desde o início.

- Eu te dei uma opção, Joanne. Você poderia se casar comigo por vontade própria e eu te daria ouvidos sobre os problemas do reino, em nossa cama.

- Sei que tem a mesma opinião que meu pai sobre as minas - elevo a minha voz causando um eco pelo ambiente.

- As minas não são a solução para a decadência de Tricket - Henry tenta me alcançar, mas dou um passo para trás.

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