Capítulo 7

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Um dia?

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Um dia?

Se há três, você tem três, se há duas, você tem duas, mas se há uma, você não tem nenhuma.

Não existe resposta para isso, eu acordo pensando e continuo pensando enquanto Josephine me veste. Mas essa não é a única coisa que Joker me deu para pensar. Aperto os lábios com força, prendendo a respiração a fim de que a tarefa de vestir o espartilho seja mais fácil para minha ama de leite.

- Pronto, princesa.

-Ainda não. - respondo me virando para ela.

- Quer vestir mais alguma coisa?

- Sim, meu crucifixo, quero passar boas impressões para o príncipe Henry.

Ela assente e pega a joia na penteadeira, é lindo, de ouro e trabalhado com inúmeras safiras. Poucos objetos em Tricket tem esse estilo.

- Sempre me pergunto de onde ele veio.

- Era de sua mãe, sabe disso.

Eu me viro para que ela vista a peça em meu pescoço.

- Eu sei, mas onde ela conseguiu? Meu pai deu a ela?

- Não, isso é uma herança de família, não tem nada a ver com a realeza.

- Achei que a família da minha mãe sempre tivesse morado em Tricket.

-Sim, é claro.- ela fecha o crucifixo e me vira para o espelho.

Dou um longo suspiro, não sei como deixei que Joker colocasse dúvidas na minha cabeça, mas não podia ignorá-las.

- Me fala sobre ela?

- Sua mãe?

- Sim, sei que você já fez isso um milhão de vezes, mas eu quero saber.

- A rainha Anne era a moça mais pura e gentil que eu já conheci na vida, exceto talvez por você.

- Você sabe qual foi o pecado dela? Por que ela foi punida com a febre do parto?

Foi a vez dela suspirar e caminhar ao longo do quarto.

- Eu poderia ser queimada na fogueira por dizer isso, mas não acho que Deus estava punindo a rainha. Ao longo dos anos, vi muitas mulheres padecendo em decorrência ao parto, mulheres boas.

- Então foi apenas uma fatalidade?

- Sei que você espera uma razão para a morte dela, pequena. Mas às vezes, as pessoas apenas morrem, por mais doloroso que seja aceitar.

Ela estava errada, pensar na minha mãe como uma pecadora era pior. Quis odiar Joker pelas coisas que ele me fez pensar, mas não podia negar o alívio crescendo em meu peito.

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