Capitulo 18

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Minhas costas doíam, meu rosto ardia, mas isso não importava, não quando o que realmente doía era meu coração, e uma dor enorme se espalhava no meu peito

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Minhas costas doíam, meu rosto ardia, mas isso não importava, não quando o que realmente doía era meu coração, e uma dor enorme se espalhava no meu peito. E pior: uma raiva, fúria como fogo em brasa queimando em minha pele. Como pude ser tão fácil? Como pude deixar aquela princesinha tão bonitinha, com aquela língua afiada e petulância com senso moral tão irritante, mexer tanto comigo? Maldita Joanne, e aqueles olhos castanhos tão sedutores, e seus seios fartos, e seu cheiro...

Maldição! Ela não merece meus elogios; é só uma dama mimada, que pensa só em si e seus caprichos.

— Eu pulei o muro do castelo, despistei os guardas para você ficar só me encarando? — Thomas dizia ajoelhado na minha frente, enquanto eu estava sentado no chão do jardim.

— Você veio porque quis, eu não te chamei.

—  Pelo humor, você não acordou muito bem. O que aconteceu com você, docinho? Porque sei que sua cara de bunda não é pela surra. Você já tomou piores e no outro dia estava com um sorriso radiante.

Ele estava certo; eu não estava assim pela surra. O motivo de estar assim é porque me senti traído, abrir meu coração, mas na mesma noite ele foi quebrado.

— Joanne, nós brigamos.

Thomas gargalha alto, sentando-se ao meu lado e apoiando sua cabeça em meu ombro, me fazendo pensar que talvez socar seu rosto não seja uma má ideia.

— Joker, o conquistador de mulheres, o vagabundo, comedor de casadas, está choramingando por uma mulher?

—  Pelo menos eu tenho alguém para choramingar. O único alívio que seu pau teve foi em suas mãos, já que tem medo de bocetas.

Senti um leve empurrão em meus ombros.

— Você nunca vai esquecer disso, não é? Eu já disse, eu corri daquela rameira porque ela era louca.

— Todas as outras também? Nunca quis tocar em mulheres, mas em homens não posso dizer o mesmo, não é? - podia ver seu rosto ficar vermelho, me fazendo rir.

— Joanne! Estávamos falando da princesa, o que você fez?

—  Eu fiz? Eu não fiz nada. —  Passei as mãos nos meus cabelos, pensando em suas palavras.— Ela disse que não me quer mais, que eu sou culpado pelas suas brigas com Henry, e que eu tirei sua honra, na mesma noite que me disse que cuidaria de mim.

Meus dedos se apertam na carne de meus braços, os marcando com minhas unhas, e os cortes que eu mesmo fiz em minha mão se abrem. Thomas encara o sangue que desce pelos machucados. Desvio meus olhos para as flores com medo de suas palavras. Ouço o som de algo sendo rasgado e suas mãos agarram a minha; ele enrola o tecido em meus cortes, parando o sangramento.

—  As pessoas pensam que nós não temos sentimentos, porém somos os que mais sentem. Quando temos um vislumbre da felicidade, agarramos com todas as nossas forças até ela fugir entre nossos dedos. Está tudo bem, você está triste, não se torture. — Suas mãos terminaram de me enfaixar e ele colocou as mãos em meus ombros. — Se Joanne não viu tudo que você fez, como a levou até a taverna para fazê-la sorrir, como está se esforçando para ajudá-la a salvar o povo, o problema é dela. Se ela disse que você é tão mal assim, mostre um pouco de sua maldade, faça-a se arrepender e desejar mais que tudo o Joker de antes.

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