A ansiedade provavelmente era o pior defeito de Chae-young.
Desde que chegara em casa, não conseguia parar de pensar no que ouviu de Mina. No momento em que disse, ela pensou ser uma coisa boa, mas, agora, seu coração estava disparado e ela estava sentada de costas para a porta de seu quarto, pensando se havia feito alguma coisa que ela considerou rápida demais.
Em seu íntimo, se culpava. Queria enviar mensagens, mas percebeu que estavam indo tão rápido que ela nem teve tempo de pedi-la. Ou, ela pensava, talvez ela pensou, mas simplesmente não quis.
Odiava ter esse jeito inseguro e auto-depreciativo. Provavelmente estava tudo bem, e ela queria pensar que estava, mas esses pensamentos viviam assombrando sua cabeça, como se quisessem que ela se tornasse uma pessoa pior.
E, mesmo lutando para não pensar neles, as imagines de ela sendo abandonada por Mina por não ser boa o suficiente a deixavam para baixo toda vez, mesmo que soubesse que ela não seria capaz de algo como isso.
Ela só se deitou no chão e começou a fazer alguns rascunhos de desenhos mais sombrios que o normal. Nem mesmo as poesias ficariam boas, pois seu relacionamento estava arruinado, baseado em sua cabeça persistente.
[...]
No dia seguinte, mal tinha dormido. Mesmo com todos aqueles pensamentos de destruição em sua cabeça, ela pensou em agir antes que a perdesse por desistência, ao mesmo tempo que corria o risco de fazer exatamente o que ela pediu para não fazerem, que era ir rápido demais.
Andou pelos corredores, dando para notar de longe sua ansiedade para encontrar a garota que não desgrudava desde que conheceu.
Foi para sala, mas ela não estava lá. Então, ela deixou sua mochila do lado de sua cadeira e respirou fundo, sem saber se deveria ficar ali esperando ou ir atrás. Decidiu optar pela segunda ideia, pois estava ansiosa demais para simplesmente ficar ali parada.
Assim que saiu da sala, acabou se esbarrando por acidente em Tzu-yu, que parecia evitá-la desde que a viu ali pela primeira vez.
— Tzu-yu, desculpe... — pediu. — Você viu a Mina?
— Acho que a vi na entrada da escola. — disse, após um longo suspiro.
— Obrigada. — Ia se virando para ir ao encontro da mesma, mas foi impedida por Chou, que segurou seu braço. — Chae-young, por favor... — pediu um momento de sua atenção. — Você sabe o que está fazendo?
— O que quer dizer com isso? — o máximo que conseguiu foi deixá-la confusa.
— Mina namorou minha melhor amiga, Momo. — ouvir que ela tinha uma outra melhor amiga, quando a considerava a sua, doeu um pouco em Son. — E ela conseguiu ser a maior babaca com ela, que se dedicava bastante para o relacionamento. Consegue ver isso? Ela a traiu com você, acha que não vai fazer o mesmo? — falou, segurando em seu pulso e olhando em seus olhos.
Suas palavras fizeram um nó na garganta da baixinha, que não tinha palavras para dizer o que estava pensando naquele momento, paralisada.
— E-eu tenho que ir, desculpe... — Se soltou dela e caminhou rapidamente para longe dela, que continuou parada ali, sentindo que não havia adiantado nada.
Enquanto ia em direção a mesma, Chae-young pensava em cada palavra que ouviu da amiga e elas rodeavam sua cabeça, porque sabia que elas faziam mais sentido do que sua paixão por ela.
Suas mãos tremiam e suavam de ansiedade. Queria sair dali, ou talvez desmaiasse por aquele motivo besta que as pessoas chamavam de se apaixonar.
Ao virar o corredor para sair da escola e ir atrás de Myoi no portão, a cena que viu fez seu corpo paralisar de uma vez só, deixando apenas sua respiração ofegante. Mina estava beijando uma garota inclinada em seu peito, parecendo sorrir com aquela cena.
Se sentia estúpida e se perguntava porquê não ouviu seus pensamentos antes, quando ainda tinha tempo de ser enganada pela mesma. Deveria ter previsto que ela era só mais uma golpista que queria usá-la para trair e depois traí-la, como Tzu-yu disse.
Assim que finalmente a viu, ela saiu de perto da garota e andou em direção à Chae-young, que nem percebia as lágrimas escorrendo em seus olhos. Se virou para sair rapidamente dali, não ficaria nem mais um segundo, mesmo se fosse obrigada.
— Chae-young, espera, por favor! — Correu, por ser mais atlética, e a alcançou com facilidade, fazendo-a se virar com uma certa brutalidade.
Myoi nunca havia visto seus olhos com tanta raiva como naquele momento, aquilo lhe fez perder todas as forças de falar no mesmo momento, pois sabia que aquele ódio todo seria lançado em cima de si.
— Era por isso que queria ir devagar? — Ela desabou no choro bem na sua frente.
Mina quis abraçá-la, mas sabia que isso só pioraria a situação naquele momento. E, vendo que ela não faria nada à respeito, nem mesmo podia se defender, Son saiu dali o mais rápido que pôde, não podendo estar mais um segundo naquela situação humilhante de se quebrar o coração.
Era como diziam... uma garota que ajuda a trair, nunca será a principal. Chae-young estava vendo o quão dolorida aquilo poderia ser.
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ㅤㅤ- 𝑨𝒕𝒆 𝒒𝒖𝒆 𝑨𝒍𝒈𝒐 𝑵𝒐𝒔 𝑺𝒆𝒑𝒂𝒓𝒆, 𝑸𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒂!
Hayran Kurguㅤㅤ- 𝑵𝒂𝒐 𝒆 𝒆𝒔𝒕𝒓𝒂𝒏𝒉𝒐 𝒂𝒍𝒈𝒐 𝒕𝒆 𝒂𝒕𝒓𝒂𝒊𝒓 𝒕𝒂𝒏𝒕𝒐 𝒆𝒎 𝒖𝒎𝒂 𝒈𝒂𝒓𝒐𝒕𝒂 𝒅𝒆𝒔𝒄𝒐𝒏𝒉𝒆𝒄𝒊𝒅𝒂?