O restaurante escolhido por Charlotte para o jantar com Engfa era um lugar elegante, porém discreto, perfeito para que pudessem conversar sem atrair atenções indesejadas. O ambiente era acolhedor, com uma iluminação suave que criava uma atmosfera íntima e convidativa. Charlotte havia feito a reserva com antecedência, garantindo uma mesa mais reservada, longe de olhares curiosos.
Quando Engfa chegou, Charlotte sentiu seu coração acelerar. A jovem cantora estava deslumbrante, com uma simplicidade elegante que a destacava. Seus olhares se encontraram, e por um breve momento, tudo mais pareceu desaparecer. Havia uma tensão no ar, uma mistura de nervosismo e expectativa que percorria ambas.
— Escolhi este lugar pensando na privacidade. Espero que goste da comida, Engfa. — Charlotte disse enquanto sentava-se novamente.
— É lindo aqui, Charlotte. — Engfa respondeu olhando tudo a sua volta — Obrigada por pensar em cada detalhe.
Charlotte sorriu, satisfeita, e observou enquanto Engfa folheava o menu. A luz suave do ambiente realçava os traços delicados do rosto de Engfa, deixando Charlotte momentaneamente cativada.
— Sabe, eu nunca tinha vindo a um lugar assim... é novo para mim. — Engfa disse por fim sorrindo.
— É sempre bom experimentar coisas novas, não é? — Charlotte disse pausadamente para Engfa — A vida está cheia delas P'fa.
Charlotte piscou de forma encorajadora, querendo transmitir suporte e compreensão. Engfa respondeu com um sorriso tímido, apreciando a empatia implícita.
— Como está indo o seu projeto solo? Deve ser emocionante.
— Sim, é um misto de emoções. Estou aprendendo muito sobre mim mesma no processo.
Charlotte assentiu, genuinamente interessada. Ela inclinou-se para a frente, apoiando o queixo na mão, seus olhos fixos em Engfa, mostrando total atenção às palavras dela.
— E você, Charlotte? Como está o trabalho na gravadora?
— Ah, sempre corrido, mas gratificante. Cada artista traz uma nova aventura.
Charlotte gesticulou de forma animada, seus olhos brilhando com paixão pelo trabalho.
— Você sempre soube que queria trabalhar com música?
— Desde pequena. A música tem um jeito de tocar a alma, não acha?
Engfa assentiu, absorvida pelas palavras de Charlotte, sentindo uma conexão profunda com a paixão dela pela música.
Durante o jantar, a conversa fluiu com facilidade. Falaram sobre música, sobre a vida, riram juntas, mas sempre com uma cautela subentendida, como se dançassem em torno de um assunto não dito. Os olhares que trocavam eram carregados de significado, falando mais do que palavras poderiam expressar.
— O vinho está bom?
— Perfeito. Você tem um ótimo gosto.
As duas trocaram olhares significativos, um entendimento tácito passando entre elas. Charlotte sentiu seu coração bater mais forte.
— Sabe, Charlotte, sobre aquela outra noite...
— Não precisa dizer nada, Engfa. Estamos aqui agora, isso é o que importa.
Engfa baixou o olhar, aliviada pela compreensão de Charlotte, e depois voltou a olhá-la, seus olhos cheios de gratidão.
Charlotte estava consciente da situação delicada em que Engfa se encontrava, descobrindo seus sentimentos em relação a outras mulheres. Ela se esforçava para ser compreensiva e paciente, não querendo pressionar ou assustar Engfa. Havia um cuidado em cada gesto, cada palavra, uma tentativa de assegurar que Engfa se sentisse confortável e segura.
A lembrança do beijo que haviam compartilhado vinha frequentemente à mente de Charlotte. Aquele momento breve, mas intenso, havia deixado uma marca profunda nela, despertando desejos e esperanças. Ela desejava avançar, explorar a conexão que sentia com Engfa, mas sabia que precisava respeitar o ritmo da cantora.
— Eu... às vezes me sinto perdida. Não sei ao certo o que estou fazendo.
— Todos nos sentimos assim às vezes. O importante é se permitir sentir, sem julgamentos.
Charlotte tocou levemente a mão de Engfa em cima da mesa, um gesto de apoio e carinho.
— Você acredita no destino, Engfa?
— Acho que sim... Algumas coisas parecem predestinadas a acontecer.
— Como nós duas, talvez?
Engfa sorriu timidamente, e Charlotte sentiu um calor agradável se espalhar pelo seu peito.
O jantar estava repleto de flertes sutis, sorrisos tímidos e trocas de olhares carregados de desejo. Por fora, poderiam parecer apenas duas colegas de trabalho jantando inocentemente, mas a realidade era muito mais intensa. Havia uma eletricidade no ar, uma promessa não dita de algo mais.
Engfa, por sua vez, parecia igualmente afetada. Havia momentos em que seus olhos se demoravam em Charlotte, um brilho especial neles que revelava mais do que talvez ela pretendesse. Engfa estava se abrindo, dando pequenos passos em direção a entender e aceitar seus próprios sentimentos.
Para Charlotte, embora os progressos fossem lentos, já significavam muito. Ela valorizava cada pequeno gesto, cada olhar trocado, como se fossem preciosos. Sabia que a jornada de Engfa era complexa e pessoal, e se sentia honrada por fazer parte dela, mesmo que de forma sutil.
— Nong, você sempre é tão compreensiva... Como faz isso?
— A vida me ensinou a paciência. E com você, é fácil P'fa.
Charlotte falou com uma sinceridade suave, seus olhos refletindo uma mistura de afeto e admiração.
— Espero que possamos fazer isso mais vezes. Sem pressões, apenas... aproveitando a companhia.
— Eu gostaria muito disso, Charlotte.
As duas trocaram um sorriso cúmplice, um acordo silencioso de explorar o que estava se desenvolvendo entre elas.
— Obrigada por esta noite. Significa muito para mim.
— A recíproca é verdadeira, Engfa. Estou aqui para o que precisar.
O jantar chegou ao fim, e ambas relutaram em se despedir. Havia uma hesitação, um desejo de prolongar aquele momento. Mas, eventualmente, se despediram com um abraço caloroso, promessas de se verem em breve e sorrisos que escondiam uma profundidade de emoções.
Charlotte caminhou pelas ruas silenciosas da cidade, o ar fresco da noite acariciando seu rosto enquanto ela refletia sobre o jantar com Engfa. Havia um calor suave em seu peito, um sentimento de alegria misturado com uma ansiedade sutil. A noite tinha sido encantadora, repleta de conversas significativas e olhares que falavam mais do que palavras. Ela se sentia agradecida por cada momento compartilhado, por cada risada e cada troca de olhares cúmplices.
No entanto, havia também um anseio latente, uma esperança silenciosa por um futuro onde poderiam ser completamente abertas uma com a outra, sem medos ou reservas. Charlotte desejava um tempo em que suas conversas pudessem fluir livremente, sem a necessidade de esconder ou mascarar seus verdadeiros sentimentos.
Ela sorriu ao lembrar-se do toque sutil de suas mãos sobre a mesa, da maneira como os olhos de Engfa brilhavam quando falava sobre suas paixões. Cada um desses pequenos momentos era como um tesouro, algo a ser guardado e valorizado no coração.
Ao chegar em casa, Charlotte sentou-se por um momento, perdida em pensamentos. Ela sabia que o caminho à frente poderia ser cheio de incertezas, mas estava disposta a percorrê-lo. Por Engfa, por elas. Cada pequeno passo que davam juntas era uma vitória, um avanço em direção a um futuro onde talvez pudessem ser elas mesmas, plenamente e sem medo.
Com um suspiro suave, Charlotte levantou-se, determinada a enfrentar o que viesse, com a esperança de um dia, talvez não tão distante, poder viver seu amor com Engfa em plenitude. Por ora, ela se contentava com os momentos que tinham, sabendo que cada um deles era precioso e cheio de promessas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dinastia Waraha: A Ascensão de Englot
FanficCharlotte Sarocha, filha de um renomado produtor musical norte-americano e uma famosa atriz tailandesa, retorna à Tailândia após concluir seus estudos nos Estados Unidos. Com a intenção de se juntar à produtora musical da família e eventualmente ass...