Capítulo 2!

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Aos poucos o grito de Manjiro foi cessando, mas ele não conseguia parar de tremer, era mais forte do que ele. Pelo menos seu cérebro estava conseguindo aceitar mais facilmente que aquele não era seu irmão e que Shinichiro não estava passando e nem iria passar por nada que ele havia passado.

— Respira fundo e com calma, você vai acabar tendo uma crise se continuar assim. – o motorista disse em um tom calmo, segurando Manjiro com mais força para dar algum tipo de estabilidade para o mais baixo.

Apesar de não confiar na pessoa que o segurava, o Sano tentou respirar fundo algumas vezes, sem muito sucesso, mas tentar se concentrar e realizar esse simples ato fez com que ele parasse de tremer um pouco. Não tinha resolvido seu problema, mas o que no mundo poderia resolver todos seus problemas?

Agora que o loiro estava minimamente tranquilo, o motorista voltou a ajudar Manjiro a andar em direção aos sofás onde as outras três “mercadorias” (Manjiro sabia que dentro daquela sala ele e os outros eram apenas mercadorias) estavam.

Enquanto era conduzido para o sofá, Manjiro percebeu que além dos três, também estavam ali dois homens que ao contrário dos outros estavam bem vestidos e pareciam saudáveis. Eles deveriam fazer parte daquela quadrilha, apenas de olhar o loiro menos conseguia ver que eram estranhos.

Um deles possuía cabelos longos pretos, a pele clara e parecia ter um bom porte físico. Tinha cara de ser meio idiota, mas Manjiro não duvidava da força que ele possuía. E um detalhe que estava incomodando o Sano era o fato de ele estar sorrindo.

O outro cara possuía cabelos roxos curtos, ele era o mais baixo dos capangas e o que parecia mais “amigável”. Não parecia ter muitos músculos, mas não deveria ser tão fraco em comparação aos outros, não que Manjiro pudesse julgar a força de alguém.

Em sua própria mente o loiro julgou que o mais assustador era a pessoa que estava o ajudando, o mais louco era o imbecil que estava rindo da desgraça alheia e o menos pior era o de cabelos roxos. Sua situação mudou graças a essa dedução? Nenhum um pouco, mas era bom poder ter um parâmetro.

Quando chegaram ao sofá, o loiro mais baixo se sentou ao lado do cara de cabelos azuis, enquanto o motorista se aproximou dos outros dois membros da quadrilha, parando de frente para eles e cruzando os braços, o que deixava ele ainda mais “assustador”.

Então seria a partir dali que o inferno começaria? Os quatro seriam torturados por aqueles três? Ou teria um “chefe” que iria os maltratar? Afinal os três tinham cara de capangas e não de pessoas que teriam dinheiro o suficiente para comprar quatro pessoas de uma única vez.

Bem, os três dos quatro escravos já pareciam ter aceitado a sua sina e independente de quem fosse aplicar os castigos, eles ainda seriam os mesmos.

— Quem vai falar as regras para eles? – o cara de cabelos pretos perguntou ainda olhando para os quatro, mais especificamente para o moreninho que ainda estava sangrando.

Os quatro ergueram a cabeça olhando para eles com atenção, por mais que estivessem dispersos por motivos diferentes todos queriam saber as regras para que não acabassem sendo castigados e torturados depois. Afinal os quatro tinham passado um bom tempo sendo “educados” para saber que qualquer coisa que fizessem de errado resultaria em espancamento, ferimentos graves entre outras coisas desagradáveis.

— Claro que vai ser o Mitsuya. – o loiro respondeu como se fosse obvio, enquanto olhava para o moreno. — E o Naoto vai explicar os detalhes quando chegar, além de que precisamos cuidar deles enquanto ele não chega. – acrescentou com certa tranquilidade, estava agindo normalmente, sem perceber que suas palavras poderiam causar efeitos ruins.

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