Capítulo 4!

322 24 18
                                    

Enquanto andava de volta para o quarto, Baji respirava fundo tentando buscar calma para encarar o que tinha que fazer. Ao levar Chifuyu para o quarto dele, Baji tinha reparado que ele estava muito fragilizado, mais do que eles já esperavam quando planejaram aquele plano.

Mesmo com as roupas, Baji conseguia ver que o corpo dele estava marcado de cicatrizes e feridas que ainda estavam abertas. O simples fato de ver essas feridas irritavam Baji ao extremo, ele sentia a vontade de matar todos que estavam envolvidos naquele esquema.

Só que infelizmente ele não poderia fazer isso, matar ainda não era uma opção, principalmente por não saberem quem eram os chefes dessa quadrilha. Quando soubesse quem era, aí sim Baji acabaria com todos sem nenhum remorso e ainda teria o apoio dos seus amigos.

Entretanto, essa raiva que estava sentindo parecia assustar ainda mais Chifuyu, pois sempre que Baji olhava para o garoto, ele parecia tremer de medo e pavor. Provavelmente sua expressão não era agradável devido a raiva acumulada que estava sentindo. Mas Baji não conseguia evitar se irritar ao ver o mal que fizeram a Chifuyu.

Como isso estava fazendo mal também ao garoto, ao ponto de Baji sequer conseguir começar a cuidar de seus machucados, Keisuke decidiu sair do quarto para se acalmar com a desculpa de que precisava buscar mais curativos, deixando alguns lanches e água em cima da cama para que Chifuyu se alimentar um pouco.

Agora, depois de uns dez minutos, Baji voltava para o quarto mais calmo e com o pensamento de que seria o mais gentil e delicado que conseguisse com o garoto. Não que isso significasse muito, afinal Baji não era alguém delicado e gentil, mas ele iria se esforçar o máximo que podia.

Quando chegou na porta do quarto, Baji parou e respirou mais uma vez antes de abrir a porta e entrar no quarto. Se surpreendendo ao ver Chifuyu deitado na cama olhando para o teto sem ânimo algum para alguém que estava “vivo”, a comida que Baji tinha deixado estava totalmente intocada. Sendo bem sincero, Baji facilmente confundiria o garoto com um corpo de um defunto.

Era assustador pensar assim, ainda mais que Chifuyu continuava a olhar para o teto sem qualquer resquício de sentimentos. Era como se ele estivesse realmente morto por dentro.

Mesmo que essa imagem tenha lhe afetado, Baji se obrigou a esconder isso. Demonstrar esse medo que sentiu não faria com que o garoto confiasse mais nele, não faria ele se sentir mais à vontade, não o faria se sentir melhor. Por isso, Keisuke decidiu ignorar o que sentia ao menos por um tempo.

— Não achei os curativos que precisava, acho que vou ter que pedir pro Naoto comprar mais. – falou essa mentira para que sua presença fosse notada. Talvez não fosse a melhor maneira, mas era a única que conseguia pensar.

Chifuyu se assustou com a voz de Baji e logo tratou de se sentar na cama, mesmo que ficando assim seu machucado sangrasse e doesse mais. A dor era algo que ele tinha aprendido a suportar e apreciar, então não era realmente um problema estar sentindo dor no momento. Principalmente porque ele tinha que demonstrar algum tipo de respeito por Baji.

Osanai tinha o ensinado que para demonstrar respeito a ele, Chifuyu deveria se sentar e abaixar a cabeça, independente de quanta dor sentisse ou se Osanai estava falando com ele. Aquele era o procedimento certo a se fazer quando aquele imbecil aparecia e inconscientemente Chifuyu voltou a fazer isso.

Alheio a esse significado, Baji se aproximou do baixinho aproveitando que a caixa de primeiro socorros estava ao lado da cama. Querendo ou não teria que fazer um curativo naquele machucado, mesmo que Naoto fosse olhar com mais cuidado depois, tinha que estancar o sangramento e de alguma forma diminuir o incômodo para Chifuyu.

Ao chegar perto o suficiente, Baji se ajoelhou ao lado da cama e tentou chamar Chifuyu com a mão, na intenção que ele se aproximasse e sentasse com os pés para fora da cama, mas isso claramente não deu certo, pois Chifuyu parecia evitar olhar para Keisuke de todas as formas.

Posso Confiar...?Onde histórias criam vida. Descubra agora