Já era noite quando Mitsuya chamou os quatro visitantes para a sala, o arroxeado estaria mentindo se dissesse que não sentiu seu peito apertar ao fazer isso. Chifuyu, Manjiro e Takemichi estavam com cara de choro e apesar de ser esperado, era algo que possuía um peso muito grande para quem via de fora.
Mas o foco da sua preocupação era Hakkai, pois o azulado não tinha dado sinais de que chorou ou que iria chorar. Isso fazia com que Takashi não soubesse se ele estava sendo forte ou se só estava fodido demais para chorar. Era realmente preocupante.
Quando todos chegaram à sala, Manjiro e os outros perceberam que havia mais um pessoa na sala. Um homem de cabelos pretos, os olhos cinzas que vestia um terno preto e possuía um sorriso simpático no rosto. Deveria ser a pessoa que os outros estavam esperando.
Os quatro voltaram a postura apreensiva, ainda achavam estranho o comportamento dos três homens que conheciam, mas eles poderiam estar esperando aquele homem chegar para fazerem algo.
Eles poderiam ter explicado por cima suas intenções, mas nenhum dos quatro eram bobos para acreditarem apenas em palavras, já tinham sofrido o suficiente para saber que não poderiam confiar em outras pessoas facilmente.
Naoto observou todos se acomodarem ainda com a postura relaxada. Estava um pouco mais tranquilo ao ver que os quatro estavam “cooperando” mesmo que estivessem com a guarda alta. Além de que era bom ver que eles já estavam com roupas novas e pelo que Baji tinha falado, eles já tinham comido algo enquanto Naoto não chegava.
Sabia que Mitsuya tinha tido por cima o que estavam pensando em fazer, mas que não haviam se aprofundado por querer deixar o próprio Tachibana explicar o plano.
Confiava neles o bastante para saber que o medo e a forma apreensiva que os visitantes olhavam para si, não era culpa dos seus amigos. Assim como sabia que seria um trabalho que exigiria calma, pois era injusto pedir confiança para aquelas pessoas que já haviam sofrido tanto.
— Eu me chamo Naoto Tachibana. Sou um investigador da polícia e faço parte de uma operação que atua contra a quadrilha de tráfico humano que sequestraram vocês. – Se apresentou de forma calma, tentando passar confiança para eles, mas sem perder a seriedade da conversa.
Não confiava nas palavras que estavam sendo ditas e por mais que repetissem, Manjiro ainda não confiaria. Entretanto o loiro prestaria atenção em cada palavra. Enquanto estava no quarto sozinho, o Sano começou a pensar no futuro e a ideia de fugir apareceu em sua mente.
Tinha noção que era uma ideia maluca que não funcionaria enquanto ele estivesse com o condicionamento físico prejudicado, mas era opção para o futuro e caso fosse colocar ela em prática, era bom ter o máximo de informações possível.
Principalmente se Manjiro decidisse levar os outros três consigo.
Não os conhecia e nem fazia questão de conhecer, mas Shinichiro e seu avô tinham lhe ensinado a ter empatia e ajudar as pessoas caso pudesse. Por isso, se conseguisse uma oportunidade de fugir levando os três, ele levaria sem pensar duas vezes.
— Pode parecer estranho que eu seja um policial e até então não tenha feito uma operação para prender aquelas pessoas, mesmo sabendo quem são. Mas no atual momento, eu estou de mãos atadas, pois eles possuem pessoas na polícia e na política, então sem provas muito concretas eu não vou conseguir prender os cabeças desse grupo. – suspirou em tristeza, era difícil saber que pessoas que via no dia a dia estavam envolvidas com aquele tipo de gente. — É por isso que precisamos da cooperação de vocês, precisamos de qualquer detalhe sobre essa quadrilha para que possamos fazer algo contra eles. – completou de forma. Sabia que aquilo poderia ser demais para os quatro, mas não possuíam muitos caminhos além daquelas. Precisavam de informações de dentro e aquela era a única forma, já tentaram outras coisas e tudo dava errado.
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Posso Confiar...?
FanfictionTristeza, medo, terror, angústia, a mais sincera vontade de morrer. Quatro pessoas sentiam isso na pele todos os dias das suas miseráveis vidas no cárcere. Separados em lugares distintos, mas que seriam juntados pelo destino em um único lugar, em u...