2 | I've never felt so alone

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"ᴇᴜ ɴᴜɴᴄᴀ ᴍᴇ sᴇɴᴛɪ ᴛãᴏ sᴏᴢɪɴʜᴀ"
 ɪ'ᴠᴇ ɴᴇᴠᴇʀ ғᴇʟᴛ sᴏ ᴀʟᴏɴᴇ  - ʟᴀʙʀɪɴᴛʜ

🅰🅶🅽🅴🆂 🅳🅰🆅🅸🆂

Olho uma última vez para o quarto que foi meu durante um ano, aperto a raposa de pelúcia em meus braços e fecho a porta puxo as alças da mochila e saio dali.

- Está tudo pronto? - meu pai pergunta quando chego na sala da sua casa

- Sim - respondo olhando em volta da sala de estar

- Então vamos - fala saindo da sala

- Até mais Ag, saiba que sempre pode voltar quando quiser - Ella a mulher do meu pai se despede me abraçando, sorrio para ela que se afasta sorrindo também.

Saio da casa indo para o carro entro no banco de trás e me aconchego no banco encosto minha cabeça na janela sem olhar para trás quando meu pai da partida no carro, hora de voltar para casa, finalmente irei voltar para casa.

Vejo a paisagem do lado de fora me lembrando de nunca mais querer ou deixar minha mãe me mandar para cá novamente.

Quando eu me mudei para o Texas tudo realmente mudou, quando eu cheguei aqui no primeiro dia meu pai me acomodou e me recebeu bem a mulher dele preparou um grande jantar para comemorar, eles até que me trataram bem do jeito deles "se precisar peça". Os problemas começaram mesmo no meu primeiro dia de aula, primeiro os olhares julgadores por eu ser novata e depois eles começaram com o bullyng, e só piorou quando eu falei com meu pai e ele apenas disse "enfrente seus problemas" foi aí que eu vi que meu pai não ligava em me ver quebrar em sua frente. Ele não fez questão de ir na escola me defender e isso me fez quebrar.

Eu não tenho o que reclamar dele me ospedou e me recebeu muito bem mais os olhares de reprovação que ele me dava acabavam comigo.

Eu passava por tanto bullyng na escola que isso me fez desenvolver ansiedade e com o tempo a insegurança se tornou maior do que eu conseguia controlar, eu comecei a odiar meu corpo, meu cabelo odiar minha aparência e aos poucos eu entrei em depressão.

Eu me afundei na depressão e como consequência disso eu perdi Aron, meu melhor amigo. Ele me mandava mensagens todos os dias como prometeu e no começo eu respondia mais conforme minha depressão foi piorando eu acabei o deixando de lado porque eu não sabia lidar com aquilo e eu não tinha ninguém ao meu lado e mesmo Aron tentando eu não tive forças para manter nossa amizade.

E apesar de não responder eu lia todas as mensagens todos os dias, elas eram como um combustível. Mas com o tempo elas pararam de vir também então eu me culpei.

Me culpei por não lutar pela nossa amizade como ele estava lutando, me culpei por ser a responsável por ter deixado nos tornarmos estranhos, e foi aí que minha depressão se afundou completamente.

Eu avia perdido meu brilho, na verdade eu acabei me perdendo no caminho e fudendo com a minha saúde mental que eu nem tenho mais hoje em dia.

Eu nunca me senti tão sozinha como nessa época.

Escuto meu pai me chamando e só aí percebo que avia pegado no sono durante a viagem que é de dezessete horas, saímos durante a manhã e agora já deve ser quase quatro e pouca da tarde.

Olho pela janela vendo um cenário completamente diferente do Texas

- Estamos quase chegando - meu pai me avisa sem desviar a atenção do caminho, me arrumo no banco passo as mãos pelo meu cabelo liso que já foi enorme e cacheado um dia, eu adorava pintar meu cabelo quando mais nova achava que ficava lindo as mechas cacheadas naturais com as pintadas. No mínimo foram três cores diferentes, e a última era a roxa minha cor preferida. Mas por causa da insegurança que eu criei pelo bullyng que eu sofria acabei pintando de castanho, depois eu o cortei sozinha até os ombros e em seguida comecei a usar chapinha nele para que os cachos sumisse e ficasse liso, não tive coragem de o alisar definitivamente porque no fundo eu gostava dos meus cachos mas a insegurança falava mais alto.

ᴛʜᴀᴛ ᴡᴀʏOnde histórias criam vida. Descubra agora