capítulo 2

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Ao alvorecer de mais um dia, naquela densa e calma floresta, ao despertar de toda criatura desse novo mundo.
Em uma pequena cabana escondida entre aquelas árvores gigantes, estava eu deitado na cama em um dos cômados daquela cabana, repentinamente... em meio aquela calmaria, sinto uma branda energia passar pelo meu corpo, era como um fio de cabelo delicado mas ao mesmo tempo forte e inquebrável como uma corda de aço trançado, parecia está distante... foi quando a energia por um breve instante, ficou pesada e densa, eu podia sentir como se algo quisesse arrancar meu pescoço fora, o ar ficou pesado me fazendo suar frio.

Foi quando acordei assutado sem saber aonde eu estava e com uma vaga lembrança do que havia acontecido antes de eu desmaiar, após acordar eu me levantei bruscamente, logo em seguida, veio de uma vez só uma forte dor atrás da minha cabeça, meu corpo inteiro começou a tremer, eu podia sentir minha mente nublada, com muita tontura e náuseas eu pude senti que iria desmaiar novamente.

Em meio aquele caos de sensações, escutei alguém falando comigo, mais devido a minha mente não ter despertado completamente a voz dessa pessoa estava distorcida.

Em um instante, antes que eu pudesse notar os seus movimentos, aquela pessoa aproximou um frasco do meu nariz. Quando eu senti o cheiro que saia daquele frasco sem perceber dei um grito.

- Urgh!!! Crédo!! Que diabo é isso?!?
- Isso é tão fedorento quanto catinga de bode!!! POR QUÊ VOCÊ VEZ ISSO?!

Instintivamente eu cobri o meu nariz, devido aquele fedor os meus sentidos voltaram RÁPIDO ao normal.
Calmamente, aquela pessoa tapou o pequeno frasco, enquanto dava um pequeno suspiro.

- Suspira...
- Eu não sei o quê é "catinga de bode".
- Mas... Respondendo a sua pergunta, como você pode ver, eu usei a erva "Agnitac ed edob" para fazer você recobrar os seus sentidos, e pelo visto funcionou.

Ela endireitou a sua postura, e foi em direção a um fogão a lenha que tinha naquele cômado, olhando bem havia também várias ervas medicinais e condimentos espalhados pelo lugar, pendurado nas paredes tinham algumas armas e peles de animais, era um pouco rústico mais de algum modo aconchegante...?

Enquanto estava perdido em meus pensamentos, em meu rosto havia um olhar distante, naquele instante em que o silêncio entre nossas vozes era subjugado pela natureza, a minha salvadora o interrompe subitamente.

- Esse colar...

Fiquei surpreso com a frase
repentina.

- Hã...? O-O que tem ele?!
- Eu sugiro que você o esconda melhor, bom a menos que você queira passar por aquele tipo de situação novamente!

Acenei com a cabeça em concordância.

- Ah...! Ok...

Derrepente senti uma pontada na cabeça, então... comecei a me lembrar de tudo o quê havia acontecido, nisso fiquei irritado pelo fato de ter caído que nem um patinho na lábia do diacho daquela chita dos infernos, foi quando me lembrei que eu não havia ainda agradecido ou me apresentei para aquela mulher e nem sequer sabia o seu nome.

Ao me tocar desse fato, tomei a inciativa e me levantei da
cama, caminhando em sua direção ainda com uma sensação terrível na minha cabeça, ela estava pesada e com uma dor intensa, e frequente que parecida como a vibração de um sino após ser tocado, chegando mais perto eu pude agradecer de forma adequada.

- Olá? É... obrigado por ter me salvado antes...

Sem ao menos se virar, aquela mulher respondeu de forma fria.

- Uhn, pra quê você levantou da cama se mal consegue ficar de pé?!

Um pouco exitante, me aproximei um pouco mais dela.

- Eu achei que seria rude agradecer sem te olhar nos olhos...
- Aliás, eu me chamo João...

Ela continuou em silêncio, sem mostrar qualquer expressão em seu rosto, enquanto cortava algo que parecido com uma cebolinha, eu continuei tentando puxar assunto com ela, me aproximei um pouco mais.

- E você, como se chama?

Após eu terminar essa última frase, aquela mulher subitamente finca a faca encima da tábua de cortar, logo após ela vira o seu rosto enquanto lança um olhar amedrontador em minha direção.

- Não há motivo para nós conhecermos, já que você não vai ficar aqui por muito tempo...!

"Cara... que medo... pela cara dela parece que ela vai fazer purê de mim!"

Era o quê eu pensava enquanto engolia a seco e sentia um frio terrível na espinha, enquanto ela olhava no fundo dos meus olhos parecia que ela podia destroçar a minha alma, perdi um pouco o foco do quê ela tava falando durante uns 2 segundos antes dela perseber o meu pavor e se virar novamente para a tábua de cortar e despejar as "cebolinhas" em uma panela que tava no fogo.

- Suspira...
- Se você já se recuperou, não há necessidade de você ficar aqui por mais tempo.

Ela fechou seus olhos enquanto provava algo que parecia com uma sopa, sem perceber acabei entrando em pânico.
Comecei a gesticular muito com as mãos, aquela mulher aos poucos demonstrava estar ficando impaciente agoniada com aquela situação a qual eu falava excessivamente desesperado .

- M-Me d-desculpa por irrita -la...!!
- E-Eu... só perguntei o seu n-nome ,por quê g-gostaria de saber c-como posso tá me referindo a v-você...!!
- S-Sabe... é-é normal as p-pessoas se a-apresentarem...
- E-Então, v-você não precisa ficar t-tão brava por causa de u-uma pergunta dessas...!

E foi nesse instante, que eu consegui ver a última linha de paciência daquela mulher se romper.

- JÁ CHEGA!! CALA, a droga dessa boca moleque!
- Saí fora da minha casa agora...!!

"Eita diacho, agora ela ficou p da vida, me lasquei..."

- EH?!
- P-Pera um pouco ,e-eu não tenho para onde ir, por favor me deixe ficar aqui, e-eu faço qualquer coisa mais não me mande embora!!!
- Eu nem sequer sou desse mundo, p-por favor eu imploro, me deixa ficar...!

Sem nem exitar, aquela mulher veio na minha direção pegou no colarinho da minha camiseta e me arrastou para fora ignorando todas as minhas súplicas.

- Não quero saber!!
- Caí fora!!

E então ela me lançou para o lado de fora e logo em seguida fechou a porta, a batendo com força, desolado em meio à escuridão da noite, jogado naquele chão de terra fria, me vejo prostrado e sem esperanças de que algo que eu dissesse mudaria o veredito final daquela mulher.
Assustado e confuso, senti um forte aperto no peito, meus olhos ficaram marejados e antes que pudesse perseber, as lágrimas rolaram pelo meu rosto, tentando dispersar aquele sentimento de angústia que me dominava naquele momento e aceitando a minha situação atual, limpei as lágrimas do meu rosto, me levantei do chão limpando a poeira das minhas calças, e caminhei para longe da cabana.
Dei alguns passos em direção à floresta e, escolhi uma daquelas enormes árvores e sentei entre suas raízes, daquele lugar eu ainda conseguia ser parcialmente envolvido com a luz que era emitida da cabana, essa era a única coisa que ainda me dava um certo alívio, naquele momento tentando não pensar muito naquilo tudo que tava acontecendo, apoiei minha cabeça sobre meus joelhos, naquele instante não conseguindo mais conter todo aquele medo e angústia que tanto queria evitar, voltei a desabar em lágrimas enquanto todos os tipos de pensamentos vinham em minha mente.

"Porque diabos eu fui nessa excursão"

"Quê merda eu tinha na cabeça quando entrei pela aquele maldita porta..."

" Imbecil, imbecil, imbecil, imbecil...!!"

- Suspira...!
- Tô com saudades da minha mãe...
- Talvez... se eu tivesse parado para ouvir ela... nada disso tivesse acontecido...!

Esse tormento de pensamentos e condenações durou um tempo antes de eu finalmente me acalmar e pegar no sono devido a toda exaustão causada pelos eventos que aconteceram naquele dia, dormi ali mesmo, mantendo a minha posição, com a cabeça baixa entre meus joelhos.

Drómo Gia Ton Paraideis Onde histórias criam vida. Descubra agora