capítulo 9

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⚠️Aviso⚠️


Oi, filhotes. Desculpa atrapalhar a leitura, mas eu precisava dar um breve aviso sobre este capítulo.

Assim, lá pro final dele, tem algumas cenas que podem ser desconfortáveis para alguns. Então, se for o seu caso, eu peço, por gentileza, que não leia.

Obrigado pela sua atenção e eu espero que vocês gostem 🥰🥰

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Apesar das dores físicas e emocionais, respirei fundo, concentrando-me na tarefa deixada pela penumbra. Usando a limpeza como uma rota de fuga para esquecer a humilhação que passei; no entanto, cada movimento meu era uma lembrança dolorosa da minha fraqueza e burrice. Sério, o que eu estava pensando quando entrei em conflito com uma elfa de não sei quantos anos de experiência? Enfim, limpei o lugar seguindo todas as instruções passadas pela penumbra, sem arriscar um único olhar para os objetos dos quais ela tão docemente alertara sobre as consequências de tocá-los; um frio subiu pela minha espinha só de pensar.

Quando terminei, era por volta do meio-dia, e como a aurora rubra ainda não tinha voltado, decidi explorar um pouco a biblioteca. Mesmo que ainda não saiba ler, minha fome de conhecimento é maior do que essa barreira. Assim, andei entre as estantes, deslizando os dedos pelos diversos volumes de livros, sentindo a textura suave do couro envelhecido, traçando com reverência os títulos gastos entalhados em dourado em suas lombadas. Até que parei subitamente, quando uma sensação de eletricidade passou por todo meu corpo, arrepiando cada pelo em minha pele, chamando-me em um doce sussurro; com cautela, retirei o grimório de capa vermelho vinho da prateleira. Abri-o, folheando suas páginas amareladas, fiquei encantado pela escrita elegante e ilustrações detalhadas sobre os seres daquele mundo, tanto a fauna quanto a flora. Supus que devia ser algum tipo de catálogo ou algo assim. Enfim, lá havia uma variedade de animais, e se deduzi bem, muitos deles passaram por uma metamorfose ao longo dos tempos; tipo, os cérberus desse mundo passaram a ter 2 cabeças, seus corpos agora são feitos de pedra vulcânica e fogo, e agora eles têm asas com lâminas, bem assustador por sinal. Chegando na metade do livro, surpreendi-me ao encontrar uma seção dedicada a algum tipo de divindades. Curioso para ver como são, segui em frente, observando a primeira imagem; notei que era uma figura humana sem rosto sendo protegida por uma criatura semelhante a uma onça. Era um desenho bem lindo, porém, quanto mais eu olhava aquela página, parecia que as letras aos poucos se reorganizavam, adaptando-se ao meu idioma. Esperei em expectativa concentrado no que poderia surgir daquilo, até que me assustei com o som da janela se fechando subitamente, deixando-me quase completamente no escuro. Devido ao susto, fechei o livro, colocando-o de volta na estante, e fui abrir a janela. Tomei isso como um sinal para tomar vergonha na cara e ir estudar.

Terminei as atividades. Já era tarde da noite, a cabana estava em um silêncio perturbador, onde as velas mal iluminavam o ambiente, e as sombras brincavam com minha mente, manifestando-se em seres macabros atrás das formas de simples livros e pergaminhos. O frio da noite começava a invadir a sala, congelando minha pele. Nesse momento, percebi o quanto era perturbador estar ali sozinho, o quanto era angustiante esse sentimento de preocupação que começava a dilacerar o meu peito. Decidi ir comer algo, na tentativa de fugir daquilo, torcendo para que aquela doida bipolar aparecesse, mas já passava das 23 horas. Eu estava começando a ficar sonolento, meus olhos ardiam e minha cabeça doía clamando por um descanso. Meu corpo tornou-se mais pesado, até que, não aguentando mais, cedi ao cansaço e adormeci ali mesmo, sentado naquela cadeira, odiando aquela sensação de solidão.

Drómo Gia Ton Paraideis Onde histórias criam vida. Descubra agora