capítulo 4

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-Nafitale...

"Esse nome... me parece tão familiar...?"
"Mas... será que dessa vez é verdade..."

Em meus pensamentos, dúvidava dessa possibilidade enquanto passava mil lembranças de hoje, as quais se repetiam incessantemente, apesar disso em meu peito, ardia uma pequena chama de esperança que em pouco tempo, voltaria para casa, para meu lar, minha mãe e meu amigo...
Com isso em mente, eu lutava para não voltar a chorar, enquanto sustentava um leve sorriso diante da presença daquela mulher (bem bipolar na minha opinião), a qual não tirava os olhos de mim, era como se ela tivesse me analisando, e eu não vou mentir, essa situação era bem desconfortável e assustadora, como a algum tempo atrás quando fui enxotado dessa cabana, afinal o quê fez essa mulher mudar de opinião?
Tive um leve sobressalto quando ela se mexeu, cara tô pior do quê gato escaldado.
Enfim, rapidamente abaixei a cabeça e me concentrei em me alimenta, já que eu estava com tanta fome que até mesmo aquela sopa (que sinceramente, pela aparência eu podia jurar que aquilo era algum tipo de veneno), parecia a comida mais atrativa e gostosa do mundo.
Enquanto isso, aquela mulher se levantou do nada e foi caçar alguma coisa dentro de uma bolsa, isso me deixou um pouco em alerta fazendo segui-la com o olhar baixo, vai que ela do nada dê a loucura e tenta me matar... né?
Ela parou por um instante o quê parecia indicar que ela achou o que procurava, subitamente ela jogou algo na minha direção e eu o pego no ar (para logo em seguida me arrepender por mostra está em alerta), ao abrir as mãos para ver o quê era, me deparo com um daqueles brincos de tradução igual aquele da chita do capeta, mais diferente do dela, esse era mais simples e menor, sendo composta por uma única pedra lapidada em formato de diamante, prensada no meio de um pingente em formato de sol, feito com algo parecido com prata.
Meio confuso, inclinei a cabeça pro lado observando com cuidado a peça, enquanto sem perceber a mulher se aproximou em passos leves e ficou na minha frente.

-O povo dessa cidade é especializado em manipular e entrar em outras fendas dimensionais, então eu suponho que eles podem te ajudar à voltar para a sua...

"Isso me surpreendeu um pouco, e o quê isso tem haver com o brinco?"

- S-Sério?!?
- Mas... M-Moça, será que eles aceitariam ajudar alguém como eu...?

"Mesmo que ela já tenha falado isso antes, eu ainda tô com medo".

Ao ouvir minha pergunta, ela deu um suspiro profundo enquanto sentava encima da mesa, como se tivesse reunindo Forças para não me chamar de idiota.

- Claro! O rei de lá é... muito bondoso e justo, ele é do tipo, que... não suporta ver alguém com problemas que já se envolve.

Com o olhar perdido em um canto qualquer, aquela mulher mantinha um sorriso discreto, como se algo nostálgico tinha acabado de passar por sua cabeça.

- Uau... você parece ser bem próxima a ele...

Minha voz saiu como um sussurro, antes de notar que havia pensado alto demais.
Me tocando desse fato, pude sentir um belo frio na espinha quando vi que o olhar daquela mulher estava direcionado à mim, fechei os olhos, me encolhi esperando alguma repreensão ou até mesmo aquela aura ameaçadora das outras vezes... mais nada aconteceu, 1 ou 2 segundos se passaram até o breve silêncio ser quebrado, e com muito receio abri os olhos aos poucos, enquanto aliviava meu aperto sobre o brinco, ao qual já tinha deixado as pontas dos meus dedos brancas.

- Suspira...
- Bom... digamos que nos conhecemos há bastante tempo...
- E-Entendi...

"Ah cara, você precisa se acalma".

- Enfim, se você já terminou de comer... eu sugiro que vá se pra cama...
- Amanhã saímos assim que o sol nascer...!

"Por que tão cedo"

Inclinei a cabeça levemente pro lado em um sinal de curiosidade, em um pergunta muda que foi logo respondida.

- O caminho até Nafitale leva cerca de uma semana em média para chegar lá.
- Mais em nossa posição atual levará 2 semanas.

Esbugaei os olhos, quase os fazendo saltar para fora do meu rosto com tamanho choque que eu fiquei.

- Nossa!! Tudo isso!

Percebi que havia me exaltado um pouco, quando, minimamente aquela mulher teve um sobressalto repentino com o susto, mesmo assim, ela se recompôs sem demonstrar qualquer sinal do espanto.

- Sim... é, por esse motivo que iremos sair o mais cedo possível.

"Entendi, quanto mais cedo saímos, mais rápido você se livra de mim".

- E-Entendi... ha... ha...
- Ah...! Hum m- moça e... sobre esse brinco...
- Você vai precisar dele quando chegar em Nafitale.
- Quando chegarmos na cidade, eu não vou ir com você o resto do caminho, então é importante que você tenha isso consigo.

Disse ela com uma expressão relaxado antes de se levantar de cima da mesa e foi a procura de algo, até que retornou com um papel e uma caneta tinteiro em mãos, repouso ambos na mesa, escreveu algo no papel, e logo em seguida me mostrou a folha.

- Ok... Aperta na pedra do centro para ativa -la... depois, tenta traduzir isso aqui.
- Ok...

Coloquei o brinco na orelha e fiz como havia sido ordenado, até que, em um instante um clarão repentino tomou conta do ambiente, a qual com um choque tremendo de força, me lançou para longe da mesa, meio atordoado e com um forte zumbido irritante em meus ouvidos, tudo ao meu redor parecia esta ficando escuro e turvo , tudo exeto aquela mulher vindo na minha direção com os olhos arregalados, enquanto me ajudava a me levanta do chão.
Passando um tempo (e para o meu alívio), aquela explosão não me feriu ou causou algum dano sério, apesar de ter sido arremessado.
Fiquei abismado tentando processar tudo que acabou de acontecer.

- O-O brinco... acabou de explodir!!

Apoiei ambas as mãos na cabeça, ao sentir um forte aperto no peito, que por sua vez criava lágrimas rebeldes em meus olhos, os quais já não aguentava mais segura-las.
Sendo o pior de tudo, além do surto, era aquele olhar fixo em mim, que somente fui perseber ser de espanto após me acalmar, quando me foi entregue um copo de água.
Em um instante repentinamente, aquela expressão de espanto foi substituída, assumindo uma um tanto que assustadora, aquela mulher mantinha seus olhos arregalados, exibindo um sorriso largo, suas sobrancelhas estavam arqueadas, e em seus olhos brilhavam de um amarelo bem vívido como os olhos de um gato, foi quando subitamente, ela para de me encarar e joga todo o peso da sua cabeça para trás, colocando uma das mãos sobre os olhos.
De forma baixa e discreta, dava para ouvir uma risada debochada vindo dela, me fazendo ter várias sensações de frio na espinha, um atrás do outro.

- M-Me desculpa, e-eu não consegui resistir.

Após conserta sua postura, ela limpou as lágrimas formadas pelas risadas que logo cessaram dando lugar à um semblante sério, enquanto isso ela apoiava os cotovelos encima da mesa, entrelaçando seus dedos abaixo do seu nariz.

- Hum...
- Que interessante, parece que os itens desse mundo tem medo de você.

"Tem medo de mim...?"

Ouvir isso me deixou moscando por um tempo, tipo como assim tem medo?
Até que, me toquei de algo, esse poderia ser um daqueles casos que acontece nos animes ou filmes, que a arma escolhe seu portador.

"Mas isso não só acontece com armas elficas?"

Me vendo tão pensativo, aquela mulher parecendo ler a meus pensamentos, deu um leve sorriso enquanto endireitava sua coluna.

- He... é, normalmente esse tipo de reação só acontece com armas elficas.
- Porém, nessa dimensão, pode acontecer dos núcleos não ressoam bem com a sua alma, ou como é chamado aqui, seu "Seisiki"... se bem que eu nunca vi nada explodirpor esse motivo...

Terminado a última parte da frase como um sussurro, aquela mulher parou por alguns instantes para pensar, foi quando depois de olhar rapidamente na minha direção, ela deu um outro suspiro, ao mesmo tempo que alisava seus cabelos que se mantinham presos em um rabo de cavalo apertado.

- Suspiro...
- Ah...
- Parece que antes de irmos para Nafitale, eu vou ter que te encinar o idioma universal daqui.

Engoli á seco ao ouvir isso, além do tom de voz dela ter sido frio, tinha aquele olhar evidente de frustação no rosto daquela mulher, isso me deixou meio mal por um tempinho, jáque nem ela e nem eu queríamos está nessa situação, porém esse sentimento logo foi perdendo força quando a minha indignação surgiu.

"Aí! Não acredito que até em outro mundo vou ter que estudar, ahh..."

Contive o impulso de lascar a cabeça contra a mesa, e foquei somente em ouvir aquela mulher, que por Deus, sério o quê tanto ela me olha?!

- Suspira
- Ahh... ok!
-Eh?!
- Apartir de amanhã eu vou te encinar o idioma universal.
- Então, agora vá dormir!!

"Eita diacho! O quê deu nela? Precisava mesmo do olhar mortal, credo!"

- Ah! O-Ok...!
- J-Já tô indo, boa noite...!

Após isso me levantei da cadeira e fui direto para a cama que eu estava mais cedo, me deitei nela, então rapidamente peguei no sono.
Apesar do barulho das louças sendo arrumadas, do som das palmas para apagar as luzes, ou até até mesmo dos passos leves para sair daquele cômodo, passos esse que logo ficaram distantes.
Adormeci muito rápido, mesmo não parecendo, eu estava cansado, apesar do tempo desacordado, meu corpo e mente estavam exaustos, principalmente a minha mente, que mesmo já estando em modo de repouso, ela insistia em latejar e atormentar durante o resto da noite.

Drómo Gia Ton Paraideis Onde histórias criam vida. Descubra agora