capítulo 5

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2° dia (eu acho) nessa nova dimensão, eu não faço a mínima ideia que horas são, só sei que, ser acordado por alguém batendo um gongo, não é a minha melhor definição de começar bem o dia.

Levantei em um pulo, ficando sentado na cama, com a mão no peito tentando regular minha respiração e observando de olhos arregalados cada movimento daquela moça na minha frente guardando o gongo em uma prateleira na mó paz do mundo.
Essa mulher é doida? Eu prefiro nem saber a resposta. Deu até tique aqui.

"Tá querendo me matar do coração criatura?"

Quando já estava me acalmando, distraído com meus próprios pensamentos, nem percebi a presença da elfa ao lado da cama, novamente me encarando silenciosamente, tediosamente encostada na mesa dos temperos, de braços cruzados sobre o peito, até o momento que ela se pronunciou, me tirando dos meus pensamentos.

-Pirralho, levanta e vai se lavar, a comida vai tá pronta dentro de 5 minutos.
-Depois que você se alimentar, vou te dizer as regras que você vai seguir durante sua estadia... aqui!
-Entendido...?

"Misericórdia... precisa ser sempre tão rígida e assustadora?"

Caraca ela parece um general, quando notei aquele olhar duro que era lançado na minha direção, preferi não questionar, abaixei a cabeça e responder de acordo.

-S-Sim...

Logo após mais alguns minutos de encarada, parecendo satisfeita com a resposta, a das orbes prateadas seguiu-se em direção ao fogão.
E, já um pouco recuperado da opressão da sua presença, me concentrei em por os pés para fora da cama e fazer o que foi ordenado, e claro, criar coragem para perguntar a onde exatamente deveria me banhar.
Subitamente, como se lesse meus pensamentos, a elfa, sem desviar os olhos da panela, ela disse em um tom de voz monótono.

-Tem um poço detrás da cabana que você pode usar para se limpar...
-E... lá já tem tudo o quê você vai usar, para...
-Ah o-ok, obrigado... então com licença...

"Cara... ela é uma telepata ou o quê ?"

Enfim deixando esses pensamentos de lado, segui meu rumo em direção aos fundos do lugar, e cara isso me deu mó nostalgia, enquanto me desnudava, fiquei lembrando da época que ia visitar minha avó no Maranhão, era bons tempos aqueles, acordar com o canto do galo, comer bolo de fubá com café, correr das galinhas no quintal com os primos, tomar banho de bica, no almoço saborear um belo de um mocotó, cochilar a tarde toda, e terminar o dia fofocando na frente de casa com a família até o raiar do dia .
Ah que saudade da veia... bom é melhor me apressar, vai que eu atraia a fúria daquela moça (de novo).
Joguei tudo pro lado, e comecei a puxar o balde de madeira para cima, retirando e o descansando na bordado poço, parei um pouco me preparando mentalmente para receber o primeiro golpe de água fria no coro, e bota fria nisso Deus é mais, quando finalmente criei coragem, despejei de uma vez toda água do balde na minha cabeça, e como esperado fiquei me tremendo igual vara verde, me recuperando do tremor, alcancei o sabão e comecei a passá-lo por todo meu corpo incluindo os cabelos, com tudo já ensaboado repeti mais duas vezes o processo de retirar água do poço e jogar em mim.
Terminei o banho, me sequei com a minha camiseta (que não tava tão suja), e coloquei a roupa deixada pela elfa.
Era uma peça simples composta por uma camisa rosa claro, uma calça marrom escuro e um par de botas cano médio com fivelas de bronze nas laterais, eu tenho que admitir, ficou perfeito apesar do tecido ser meio áspero, bom até que eu gostei.
Terminando de me vesti, recolhi as minhas roupas jogadas, e me preparei para entrar, contornando o caminho de volta, reparei em algo, ao lado da casa tinha várias pilhas de toras de madeira enormes, que pelo que me lembro não estavam lá antes... estranho, bom eu acho que só não tinha reparado.

Drómo Gia Ton Paraideis Onde histórias criam vida. Descubra agora