⚠️Atenção ⚠️
Esse capítulo pode conter cenas que podem ser desconfortáveis para alguns, então, se for o seu caso eu peço que não leia.Obrigado pela atenção, eu lhes desejo uma boa leitura 🥰
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Melfa on
Eu corria pelo campo com meu irmão Ragnar gritando para eu parar. Era um dia lindo e ensolarado; os pássaros cantavam alegremente e a brisa balançava as árvores, trazendo o perfume das flores. Eu ria alto enquanto Ragnar tentava me alcançar, mas eu era mais rápida. De repente, me distraí com uma borboleta e ele aproveitou a oportunidade para me fazer cócegas. Rindo sem parar, implorei por misericórdia.
— Ra-Ragna... AHAHAHA... P-por favor, eu me rendo, p-para!
— Tá bom, maninha, eu paro.Ele me soltou, e, recuperando o fôlego, deitei ao lado dele na grama. Ficamos olhando o céu e brincando de ver formas nas nuvens até nossa mãe pedir que buscássemos alguns ingredientes para o almoço. Levantando-me, eu disse:
— Acho melhor a gente ir antes que a mãe brigue com a gente.
Concordando, ele se levantou, tirando a sujeira das roupas.
— Você tá certa.
— É claro! Eu tô sempre certa!
— Claro que tá.Bati no braço dele enquanto ele ria. Então tive uma ideia e disse:
— Aposto que pego tudo que a mamãe precisa antes de você!
Ele me olhou incrédulo e zombou:
— Até parece! Eu faço isso bem mais rápido que você.
Empinando o nariz, respondi:
— Duvido.
— Quer apostar?
— Sim, e quem perder faz as tarefas do outro por uma semana inteira.
— Duas semanas.
— Fechado.Ele saiu correndo na minha frente, e eu gritei indignada:
— Ei, isso é trapaça!
— Não é, você que é lenta demais. A propósito, eu vou vencer fácil, e sabe por quê?Olhei para ele confusa e perguntei quando ele parou alguns metros à frente:
— Por quê?
Ele abriu um enorme sorriso convencido e disse:
— Porque eu vou dar o meu melhor.
De repente, seu sorriso desapareceu, seus olhos se tornaram opacos e sem vida, e sangue escorria por todo o rosto, que era consumido por chamas. Assustada, corri para ajudá-lo, mas tudo ao meu redor se tornou um mar de chamas. O céu estava vermelho e preto, e os ventos intensos carregavam os gritos do meu povo. Mãos surgiram do nada, me puxando para as labaredas, rasgando minha pele. Em meio às lágrimas, gritava por ajuda, clamava por meu irmão, cuja imagem se distorcia, com a carne sendo corroída dos ossos. Ele me olhava fixamente, como se condenasse minha alma ao inferno.
— Melfa, por que você me abandonou?
— Por que você tem que ser tão covarde?
— Me ajuda, Melfa! Não me deixa aqui! Por favor, me ajuda...!
— Melfa, socorro!— NÃO!!!!
Acordei de repente, suada e tremendo. Tentava desesperadamente puxar ar para meus pulmões e acalmar meu coração. Enquanto me acalmava, senti alguém se aproximar. Foquei na pessoa, pronta para atacar se necessário, até ouvir a voz suave daquele pirralho.
— Calma, sou só eu... Tá tudo bem, relaxa...
Ele se aproximou mais da cama, com as mãos levantadas em sinal de rendição, rosto calmo e voz serena me instruindo a respirar. Quando me acalmei, percebi meu estado: além do suor e agitação no meu peito, eu estava praticamente sem roupa. No desespero, puxei a coberta para me cobrir e joguei um travesseiro nele, que habilmente desviou. Em um acesso de raiva, gritei com aquela peste.
— Seu pervertido! Que porra eu tô fazendo sem roupa?!
— Por Alícia! Espero muito que você não tenha feito nada enquanto eu estava desacordada, ou senão...Ignorando-me, ele pegou o travesseiro do chão, jogou de volta na cama e se virou, revirando os olhos. Indo até o fogão, disse em tom monótono:
— Para, né? Até parece que eu ia fazer qualquer coisa contigo. Mesmo que você não acredite, eu tenho caráter. E fica quieta, pois seus ferimentos ainda não cicatrizaram direito e podem acabar abrindo. Aqui, coma um pouco. Você precisa de força depois de passar uma semana deitada.
Ele me entregou um prato com sopa, de aparência agradável e cheiro delicioso. Olhei desconfiada para o prato e depois para ele, que acenou com a cabeça me incentivando a comer. Em um voto de confiança, experimentei um pouco e, sem perceber, já tinha acabado com todo o conteúdo do prato. Olhando para ele, o vi tendo a audácia de sorrir, então me recompus, lembrando do ocorrido com os lobos, e perguntei o que havia acontecido.
— Hum... O que aconteceu depois de...
Ele respondeu sem levantar o olhar do prato, o que me irritou.
— Depois de você desmaiar? Bom, eu corri com você até aqui e explodi os lobos infernais. Ah! E não se preocupe, já repus as couves que arranquei. Fora isso, costurei suas feridas e cuidei dos ferimentos. Então sugiro não se mexer por um tempo.
Pensei um pouco até lembrar que ele mencionou uma semana.
— Espera, você disse que foi uma semana?!
— Exato. Como pode ver, não destruí o lugar. Antes que pergunte, fiz um estudo solo e já consigo ler algumas coisas.Ele terminou a comida e se virou para guardar as louças. Enquanto eu repassava aquele dia em minha mente, absorvendo a informação. Em um suspiro, me ajeitei na cama antes de chamá-lo.
— Huh... João?
Ele ficou tenso, mas virou-se para mim, com cara de espanto.
— S-Sim...?
— Obrigada por ter me ajudado.Ele piscou, com a boca aberta, por alguns minutos antes de dar um pequeno sorriso e acenar com a cabeça.
— De nada, moça.
Ele voltou aos seus afazeres. Antes de sair da sala, decidi finalmente contar meu nome.
— Melfa.
Ele se virou surpreso.
— Oi?
— Você tinha perguntado antes qual era meu nome. Eu me chamo Melfa.
— Ah, ok... Prazer, Melfa.Ele sorriu e se abaixou para pegar uma caixa pesada. Perguntei:
— Por que eu não posso sair da cama, mas você pode carregar peso? Você estava bem machucado pelo que eu me lembre.
Ele simplesmente se levantou com a caixa, e respondeu sem se virar:
— Suas feridas ainda estão abertas, diferente das minhas, que já estão cicatrizando.
— Suas feridas já estão fechadas?! Como?!
Perguntei, surpresa, afinal é impossível aquelas marcas tão profundas estarem cicatrizadas tão rápido. O moleque simplesmente deu de ombros e respondeu:
— Bom, eu sempre tive uma recuperação rápida, e parece que por aqui ela é mais forte.
Falou e saiu da sala, me deixando sem reação. De repente, me senti cansada e optei por sucumbir ao cansaço, ajeitando o travesseiro debaixo da cabeça.
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Drómo Gia Ton Paraideis
Aventura"Drómo Gia Ton Paraideis": A história gira em torno de um jovem estudante do ensino médio que, no seu último dia de aula, se perde durante uma excursão escolar. Ele acaba parando em um mundo repleto de criaturas estranhas, aparentemente pacífico à p...