Cole já teria me chutado se estivesse aqui. Fiquei um bom tempo parado na passagem, olhando o lugar. Tenho problemas, lugares confusos são como meu lar.Passamos pelo arco. Quando olhei pra trás, ele estava encolhendo e voltou a virar uma parede de tijolos.
Olhei para a loja mais próxima. Loja de caldeirões. Um letreiro falando dos tamanhos e tipos estava à cima deles.
— Depois — disse Hagrid — Precisamos trocar o dinheiro.
Não sabia para onde olhar, então tentei olhar para todos os lugares ao mesmo tempo. Não façam isso, sério.
Ouvi um pio baixo vindo de uma loja escura com um letreiro onde se lia "Empório de Corujas", e outras coisas que não me importei em ler. Conversei com a minha mãe sobre o animal que eu levaria. Cheguei à conclusão de que não gostaria de um sapo. Gatos nem pensar, sou extremamente alérgico. Vou comprar uma coruja, elas são úteis para levar cartas e presentes.
Alguns garotos passavam em frente a uma lojinha e olhavam admirados para a vitrine, mas seguiam caminho. Um chegou a chorar, implorando para que o pai comprasse seja lá o que estivesse à mostra.
Quando passei pela frente, entendi. Parei, para admirar também. Uma plaquinha dizia "Nimbus 2000". Uma vassoura. Mal dá pra acreditar que isso agora voa.
A que a minha mãe usa não voa. Por que essas voam?
— É uma pena — diz um garoto estranho que estranhamente apareceu ao meu lado.
Olho-o. É um garoto de boa aparência. Cabelos negros despenteados e pele extremamente branca. Admira-me que consiga sair no sol sem ficar com insolação. Tem um rosto rígido, claramente sofrido. O tipo de garoto que roubaria o dinheiro do meu lanche apenas por diversão. Está usando uma calça jeans preta novinha, uma blusa de alguma banda de rock nova e um casaco também novo. Com certeza não precisaria roubar o dinheiro do meu lanche.
— O quê? — pergunto.
— A vassoura. É uma pena que alunos do primeiro ano não possam levar suas próprias — responde o garoto, sem tirar os olhos da vitrine.
A voz dele me deixa arrepiado.
— Ah, é. Uma pena. — Ele me olha, sem expressão.
— Malignan — diz e estende a mão. — Mal, se preferir.
Aperto a mão dele. Demora alguns segundos para soltar, pois fica me encarando, curioso.
— Qual é a sua casa? — pergunta.
Fico em silêncio, tentando lembrar da minha casa.
— É azul.
— Você é da corvinal?
— Hã... não, eu moro em Brighton.
Malignan me olha, confuso. Ele abre a boca. Fecha. Abre de novo. Fecha.
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Olhe Para Mim, Mal
Lãng mạnUm sonserino e um lufano, um casal totalmente improvável, certo? Errado. Vou usar muitas cenas reais dos livros/filmes para a construção do casal.