Capítulo 15

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Ulisses, Mal e os amigos e eu saímos antes do sino bater. Fui com os meninos até a porta que vai para as masmorras. Mal afagou o meu cabelo e desceu as escadas com os amigos, sorrindo feito um idiota, corri para me juntar a Ulisses rumo aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, no terceiro andar. Não é tão chata essa aula. Poderia ser pior. Poderíamos estar no lugar do sonserinos ou grifinórios, nas masmorras, tendo aula com o Snape.

Snape é diretor da Sonserina. Dizem que sempre protege eles, então Mal, Ajax e Theo estão a salvo, mas o Professor Snape briga comigo e com o Ulisses por qualquer coisinha. Nós, lufanos, não somos tão diferentes. A Professora Sprout nos trata bem melhor do que os outros, mas ela não tira ponto da outra casa por errarem uma pergunta. Ela tirou ponto de um menino apenas uma vez, porque ele meio que fez uma plantinha explodir.

Ulisses e eu chegamos na sala de D.C.A.T primeiro do que os outros alunos. O Professor Quirrell está no fundo da sala, de costas para a porta, conversando sozinho. Ele não bate bem da cabeça. Mal já mandou eu ficar bem longe dele e não fazer contato visual e nem aborrecê-lo, então entro quietinho e sento no meu lugar. Quirrell só nota a gente quando Ulisses tropeça em absolutamente nada e gruda a testa no banco.

Luto contra a minha vontade imensa de rir e ajudo ele a levantar.

— Se machucou? — pergunto.

— Não, tô tranquilo. — Ulisses senta ao meu lado. Agora Quirrell está olhando para a gente, com o mesmo olhar idiota de sempre. Os alunos começam a entrar e ocupar os lugares vagos.

Aula em conjunto com os corvinos. Finalmente. Safira senta na nossa frente, ao lado de uma menina mimada e extremamente irritante e interessada pelo Malignan. Fedelha. Eu até já sei o que eu vou fazer com ela, só preciso por o meu plano em ação.

— O que aconteceu com a sua testa? Parece que você virou um unicórnio. — Safira diz.

— Um vampiro me acertou uma pedrada — Ulisses responde olhando para a SNRF (sebosa, nojenta, ridícula e feia) de um jeito apaixonado. — E, não, não foi o Malignan. — A menina vira para trás ao ouvir o nome do Mal. — Foi um vampiro de verdade, sabia? Eu e ele caímos na porrada.

— Você falou com o Mal hoje? — Meu corpo inteiro treme ao ouvir ela chamar o Mal de Mal. Fecho os punhos e cerro os dentes, imaginando mil e uma formas de mandar essa garota conhecer o capeta. Meus olhos já estão entrando em desfoque quando ouço um grito que me faz voltar ao normal. A SNRF está segurando o próprio cabelo nas mãos, enquanto o resto continua caindo no chão até ela ficar com uma careca tão lisa quanto o meu saco.

Ela continua gritando e logo as lágrimas aparecem.

Eu fiz isso.

Fiz o cabelo dela cair.

Estou orgulhoso.

O Professor Quirrell a levou para a ala médica para tentar restaurar o cabelo. O cabelo da SNRF simplesmente some do chão alguns minutos depois.

— Cara — Ulisses choraminga. — Quem diabos fez aquilo? A minha boneca ficou parecendo um ovo.

— Quem será... — Safira me olha com aquele olhar esperto, de quem sabe exatamente o que aconteceu.

— Quero falar com o Mal — mudo de assunto.

— Faz menos de 10 minutos que vocês se viram — Ulisses retruca.

— E daí? — murmuro.

☆☆☆☆

Horas depois, finalmente estávamos livres. Não temos aula à tarde, então Malignan e eu vamos ficar juntos.

Olhe Para Mim, MalOnde histórias criam vida. Descubra agora