Capítulo 12

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Malignan

Eu vou me jogar da torre de Astronomia.

— Isso seria muito ruim. Não faça.

— Nott, você está entendendo que o Aiden me convidou para dormir com ele?

— Você está muito gamado nele — Nott diz com um sorrinho sarcástico. — Será que ele usou uma poção do amor? Você comeu ou bebeu algo que ele te deu?

Penso por alguns instantes.

— Não — respondo por fim.

— Você tem certeza? Tipo, ele é um sangue-ruim. — Faço uma cara feia quando ele diz isso. — Desculpe. Ele é um nascido trouxa, você sabe que vai ser difícil, né?

— O que vai ser difícil?

— Um romance, Malignan.

— Você está ficando louco. Eu não sou... — Fico em silêncio. Digo depois de trinta segundos: — Eu não gosto de garotos.

Nott não pode me responder. Ajax finalmente saiu do banheiro. Preciso lembrar de agradecê-lo depois.

Chegou a minha vez de tomar banho. Entro no banheiro e tranco a porta. Abro o chuveiro e observo a água cair enquanto penso no que Nott disse.

Não pode ser, né?

Eu não sou... Eu não sou gay.

Nunca pensei em garotos antes. Tipo, quando Nott e eu nos juntamos, falamos de garotas. Os garotos nunca entraram nas nossas conversas. Eu jamais pensei num garoto igual eu penso no Aiden.

Eu só estou obcecado pelo Aiden porque ele é meu primeiro amigo trouxa. Ele é medroso demais e não tem conhecimento sobre feitiços para se defender, então eu preciso protegê-lo. Mas é só porque ele é meu amigo. Estou cuidando dele assim como eu cuido da Dark.

Até parece que eu me apaixonaria por um garoto. Não sei como eu pude pensar isso, sério.

Termino o banho rápido. Nott bate em mim com a toalha quando passo por ele rumo ao dormitório. Esfrego a toalha verde no meu cabelo mais um pouco antes de deixá-la no cesto de roupas sujas.

— Você vai para o dormitório da Lufa-Lufa? — Ajax pergunta assim que eu deito na cama dele.

— Vou. Tenho que passar na cozinha antes — respondo. Fecho os olhos e quase imediatamente a imagem de Aiden comendo aparece. Meu cérebro registrou essa cena só porque eu achei incrivelmente fofo o jeito que as bochechas dele ficam cheinhas quando ele está mastigando.

— Você sabe que vão te matar, né?

— Até parece que um lufano teria coragem para me matar. Eles são todos amiguinhos das plantas, a favor da paz e essas bobagens. Jamais levantariam a varinha para mim.

— Isso foi 100% sonserino, Malignan. — Ajax ri quando os meus olhos arregalam e eu sento na cama.

— Você está falando sério? — Ele acena com a cabeça enquanto sorri de um jeito estúpido que me dá vontade de quebrar todos os seus dentes. — Que tal você ir para o inferno? Você é o sonserino aqui, Powell. O chapéu queria me mandar para a Grifinória. — Levanto a cabeça de um jeito presunçoso. — E, antes que você pergunte, sim, eu estou muito orgulhoso disso.

Olhe Para Mim, MalOnde histórias criam vida. Descubra agora