41, dança pra mim

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– 𝑗𝑎̃𝑜 𝑛𝑎𝑟𝑟𝑎𝑛𝑑𝑜

Havíamos chamado todos pra passear por Belo Horizonte e aproveitar que a mãe do Pedro não estava em casa.

— Vamos aonde? — Carol pergunta.

— Bora num posto. — Pedro diz.

— Fazer o que? — Malu questiona.

— Ir na conveniência, e pegar um cigarro.

— Pedro? — cruzo os braços. — Eu não fumo, e muito menos não sei fumar.

— Eu ensino. — ele sorri.

— Pedro é doido, mano. — as meninas sussurram no meu ouvido.

— Percebi. — sussurrei.

— Vocês tão fazendo o que ai parados? — o garoto para e nós olha. — Vamos! — ele nós puxa.

                              (...)

— Chegamos, vamos entrar. — o garoto diz enquanto entrava na conveniência.

— Vamos fazer o que aqui? — Malu pergunta.

— Eu já disse. — diz Pedro e a garota revira os olhos.

— Pedro, a gente não tá com dinheiro! — Carol diz nervosa e o garoto ignora e segue pegando um vinho e um cigarro.

— Vamos. — Pedro diz.

— Pedro, você não vai pagar? — pergunto e Carol ao meu lado estava rindo de nervosismo.

— Você acha que eu vou? — ele sorri.

— Mas Pedro, sua mãe vai ficar puta, e se a gente for pegos? — pergunto de braçoz cruzados.

— Aqui ninguém se importa com isso João Vitor, aprende a viver perigosamente. — ele coloca a mão na nuca. — Ah, e outra, eu tenho muito mais o que me preocupar do que um cigarro e um vinho barato.  — diz o garoto e logo corre da conveniência.

— Que filho da puta. — diz Malu enquanto corre o mais rápido possível.

— Eu odeio Pedro Tófani. — diz Renan.

assim que conseguimos escapar corremos até chegar em casa.

— É, definitivamente vocês agora são bem vindos aqui! — ele ri.

— Cara, eu te odeio pra caralho, nunca mais faz isso! — diz Malu enquanto batia no garoto.

— Tem como você parar de me bater? Ô, tomem. — ele dá vinho para todos e cigarro.

— Cara, que errado, se sua mãe descobrir... — digo com a mão na boca.

— E daí? — ele cruza os braços. — Agora vem. — o mesmo me puxa pelo braço me levando até o seu quarto.

— Você vai me ensinar a fumar! — digo e logo entrego o cigarro em suas mãos.

— É assim! — ele diz enquanto pegava o esqueiro. — Agora vem. — ele puxa minha mão e direciona o cigarro. — Coloca entre o indicador e o dedo do meio; entre a segunda junta dos dedos; com a palma da mão para baixo ou virada para você e os dedos apontando para cima. — ele me guia. — Pronto! — sorri.

                              (...)

Ficamos uns minutos conversando e rindo, até alguém bater na porta.

— Pedro? — era uma voz feminina, assim que escutamos fui rápido pra baixo da cama.

— Oi mãe! — o garoto diz assim que sua mãe entra em seu quarto.

— Eu só vim avisar que cheguei. — ela logo se aproxima e dá um beijo na bochecha do garoto.

comecei a ri de desespero de baixo de sua cama e o garoto respondia sua mãe tímido e nervoso.

— Que barulho é esse? — ela pergunta.

— N-Nada, mãe. — o garoto gagueja.

— Tá bom então, mas por que não vem se juntar com seus amigos aqui fora?

— Já, já eu vou. — ele sorri.

— Ok, então. — ela logo se retira do quarto e o garoto correr pra trancar a porta.

— Ufa. — diz o garoto enquanto escurregava pela sua porta até cair no chão.

— Mano, o que foi isso? — perguntei rindo.

— Cara, João Vitor, por que você riu? — ele abaixa sua cabeça em meu ombro.

— Nervosismo. — respondo e logo fecho meus olhos. — Mudando o assunto, posso te perguntar uma coisa?

— Pode. — ele diz enquanto deitava em meu colo.

— Você nunca teve vontade de se assumir pra sua mãe?

— Não. — diz o garoto cabisbaixo. — Eu tenho tanto medo que você não faz nem ideia. Acho que ela não me aceitaria, sabe? — ele franziu as sombrancelhas.

— Eu queria que você não tivesse medo disso. Eu queria poder explicar o quanto eu te quero e o quanto eu te amo. — disse e o garoto logo me olha. — Qual santo vai ousar? — questiono.

— Nós dizer o que é pecar, amor. — o garoto diz e logo se aproxima de mim e me devolve com um beijo e me encolhendo em seu colo com sua jaqueta amassada.

— Vem. — digo e levo o garoto até sua cama.

— João, minha mãe tá em casa, cuidado.

— Tá comigo, tá com Deus. — sorri.

𝗱𝗲𝘀𝘁𝗶𝗻𝗲𝗱 𝗳𝗼𝗿 𝗲𝗻𝗺𝗶𝘁𝘆 𝗰𝗹𝗶𝗰𝗵𝗲. - pejaoOnde histórias criam vida. Descubra agora