Capítulo 10

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PIQUEREZ NARRANDO

No momento de raiva acabei dando um soco na minha parede.

Eu: Caralho! - Gritei

Quando olhei para Luiza, a mesma me encarava com os olhos arregalados, devia ser pelo susto da minha reação.

Eu: Porque você jogou água em mim? - Perguntei tentando me acalmar
Luiza: Desculpa! É que eu te chamei algumas vezes e você não acordou. - Sua voz era quase inaldivel
Eu: Não precisava ter me jogado água, bastava ter me cutucado, Luiza. - Disse chateado.

Luiza levantou e veio até mim. Pegou a mão que havia acertado na parede e viu que estava sangrando, eu puxei rapidamente minha mão e fui até meu banheiro lavar, Luiza veio me seguindo pelo caminho.

Luiza: Joaquín, me desculpe.

Sua voz era mansa e se eu não tivesse com tanta raiva dela, ficaria até comovido. A mulher me encarava com aqueles olhos castanhos e parecia que estava a ponto de começar a chorar.

Eu: Tudo bem, Luiza. Desculpa ter gritado com você e ter sido tão grosso.

Sequei as mãos e fui até o guarda-roupa pegar uma toalha para tomar banho, Luiza continuou a me seguir pelo quarto.

Luiza: Minha cabeça está explodindo, acho que bebi um pouco, lembro de algumas coisas, como por exemplo minha crise de asma e só. Aliás, porque exatamente eu dormi aqui no seu quarto?
Eu: Espera aí, você não se lembra mesmo? Perguntei confuso
Luiza: Não! Me lembro vagarosamente de ter bebido alguns drinks e depois a crise e você me ajudando e só isso.
Eu: Você me chamou para dormir com você, Luiza. Depois que a crise passou, acho que o álcool bateu forte aí. - Sorri fraco

Olhei de relance para Luiza que me olhava boquiaberta como quem não estava acreditando no que acabara de escutar.

Luiza: E quem tirou minha roupa? - Perguntou confusa
Eu: Você mesma, disse que estava sufocada e tal. Eu não encostei nem um dedo em você, só te joguei uma camisa minha para você colocar.
Luiza: Tá legal, chega. Me conta a verdade, por favor. Disse irritada
Eu: É a mais pura verdade, doutora. Aliás, você pareceu está bem a vontade na minha cama
Luiza: Seu filho da puta, eu vou te matar. Você me viu pelada. Seu idiota, imbecil.

Em um ataque de fúria, Luiza começou a remessar em mim tudo que via pela frente.

Veiga: Gente, o que está acontecendo aqui? - Meu amigo disse assim que entrou no meu quarto.
Vanessa: Luiza, o que você tá fazendo no quarto dele ? - Perguntou nossa nutricionista.
Eu: Por favor, tirem essa surtada do meu quarto.
Luiza: Vai a merda, seu idiota, imbecil.

Após me xingar, Luiza catou suas coisas no chão e saiu do meu quarto igual foguete, deixando todos ali sem entender. Eu contei resumidamente o que aconteceu e então Vanessa desceu as escadas correndo atrás dela.

Veiga: Mano, tô em choque que rolou tudo isso. Puta que pariu, irmão. - disse levando as mãos à boca
Scarpa: Como assim você tomou um banho da doutora enquanto dormia e depois entrou na porrada? - Meu segundo amigo entrou no meu quarto dando gargalhada, o que me faz ficar ainda mais puto com a situação.
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LUIZA NARRANDO

Puta que pariu, puta que pariu. Eu xinvaga andando de um lado para o outro enquanto Vanessa tentava me acalmar.

Eu: Preciso ir embora agora. Cadê a Lara ? - chame ela por favor.

Minha amiga assentiu e subiu as escadas depressa para chamar minha irmã que certamente dormia com alguém ainda.

Scarpa: Luiza, posso falar com você rapidinho - Meu amigo disse assim que me viu.
Eu: Desculpa, Gustavo. Não estou no clima agora. A gente conversa depois.
Scarpa: Tudo bem então.

Eu encarava o meu celular torcendo para que algum Uber aceitasse minha corrida. Estava louca para vazar dali.

Piquerez: Luiza, por favor..
Eu: Cala a porra da boca.

Desejo incontrolável - Joaquín PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora