Capítulo 14

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PIQUEREZ NARRANDO

Puto, eu estava quicando de ódio. Nada do que aquela ruiva falava ou fazia eu prestava atenção, no momento meus olhos e meus ouvidos estavam totalmente concentrados no que Luiza e Bruno conversavam.

Bruno era um colega, primo do Veiga, já frequentou algumas festas aqui em casa e já saiu com a gente algumas vezes. Eu estava lutando contra meu próprio corpo para não ter que ir até lá. Eu não estava entendendo porque estava tão irritado.

Desde que Luiza apareceu na minha vida tudo mudou. Eu nunca fui o tipo de homem ciumento, mas não sei o que acontece toda vez que eu a vejo perto de alguém que não seja nossos amigos, parece que vou surtar, tipo agora nesse exato momento e se eu não tirasse Luiza dali eu iria enlouquecer. Então manchei até eles e larguei a ruiva falando sozinha.

Eu: Com licença. Luiza, será que podemos conversar? - Perguntei
Luiza: Sim, claro!
Bruno: Fala aí pique. Tudo certo, irmão?
Eu: Sim! - Respondi seco.
Luiza: Já volto, Bruno.

Ela lançou um sorriso para o rapaz que logo retribuiu.  Fomos até meu quarto e então eu tranquei a porta. Luiza abraçava seu próprio corpo e mordia a parte inferior de seus lábios, parecia nervosa.

Eu: Sabe o que é? Estou sentindo muitas dores na região lombar. Tô ficando preocupado. - Menti

Ela me encarava com suas  sobrancelhas arqueadas, parecia desconfiada e eu já estava arrependido pela mentira que acabara de contar. Sou péssimo com isso. Tava óbvio que não tinha porra nenhuma para falar com ela e só estava incomodado de vê lá conversando com outro.

Luiza: Tira a camisa e deita. - Ordenou e eu obedeci

Luiza colocou seu joelho na cama e com suas mãos passou delicadamente pelas minhas costas o que fez arrepiar até o pelo do rabo. Deus, o que essa mulher tem?

Luiza: Vou fazer uma massagem, se doer você fala e eu paro, ok?!
Eu: Sim! Respondi sem graça

As mãos de Luiza desciam e subiam pelas minhas costas, ela aumentou ainda mais a frequência e foi colocando o peso de seu corpo. Aquilo estava relaxante pra cassete.

Eu: O que conversava com o primo do Veiga? Perguntei quebrando o silêncio
Luiza: Hum, nada de muito interessante. Ele é muito engraçado e bonito.

Eu me remexi na cama e suspirei um pouco alto e ela percebeu e continuou, acho que queria me provocar e obviamente estava conseguindo.

Luiza: Achei ele bem interessante e..
Eu: Já entendi. Ele é maravilhoso.
Luiza: Sim, muito!

Levantei quase que no pulo, o que fez Luiza se assustar e não entende minha reação, mas na verdade já estava arrependido de ter chamado ela lá pra cima, quem eu estava querendo enganar, estava louco por ela e não sabia como dizer e estava bem óbvio que não era recíproco, porque se ela tivesse o menor interesse em mim, ela não me diria essas coisas.

Eu: Já estou melhor, pode descer se quiser. Obrigado! - Caminhei para o banheiro e deixei ela lá na cama.
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LUIZA NARRADO

Está na cara que Piquerez quer apenas brincar comigo e me tirar de idiota e está conseguindo. Tá na cara que não quer nada comigo.

O que foi aquela cena de me tirar de perto do Bruno e inventar dores na lombar, por favor, não sou nenhuma imbecil, sei que ele não estava sentindo merda nenhuma e agora como se eu fosse um lixo ele me descarta para descer, certamente para voltar para aquela cabelo de fogo idiota.

Como se não bastasse a humilhação, ele entra para o banheiro e me deixa aqui largada na cama dele. Escuto o chuveiro e presumo que esteja tomando banho. Me levantei da cama e fui olhar as fotos que tinha ali no quarto, pois na primeira vez que tive nesse mesmo quarto foi tão caótico que quase não tinha percebido o tanto de foto que tinha aqui. Era uma mais linda do que a outra.

Piquerez: O que ainda faz aqui? Perguntou, seu tom foi rude.

No susto acabei deixando um porta retrato cair da minha mão e o vidro acabou cortando meu pé. Piquerez correu para ver a profundidade do corte enquanto eu grunhia de dor.

Piquerez: Calma, linda, o corte não foi muito profundo. Calma, por favor. -

Ele falava olhando nos meus olhos e segurando firme minhas mãos. Piquerez rapidamente começou a caçar o kit de emergência que segundo ele estava por ali.

Eu: Rápido, por favor! - Reclamei.
Piquerez: Achei, graças a Deus

Ele levanta uma enorme caixa branca com diversos remédios, algodão e mais um monte de coisas. De maneira desajeitada ele limpa meu pé e faz um curativo.

Eu: Me desculpa, tá. Pelo porta retrato.

Piquerez se levanta, encara meus olhos e em seguida minha boca e me puxa para um beijo.

Desejo incontrolável - Joaquín PiquerezOnde histórias criam vida. Descubra agora