Desejo incontrolável - Joaquín Piquerez

Capítulo 16

LUIZA NARRANDO

Dois dias haviam se passado desde o meu beijo com Piquerez e era impressionante como na minha memória aquela cena era tom vivida. Eu ainda conseguia sentir seus lábios grudados aos meus, seu perfume inebriante invadindo minhas narinas.

Já tinha anoitecido e eu estava no meu apartamento, o que era um milagre, já que passo mais tempo na minha mãe do que aqui. Nesses dois dias tentei fugir do Piquerez e mesmo assim via o mesmo me lança uns olhares do refeitório e eu simplesmente fingia que nem era comigo.

Era óbvio que ignora-lo era uma tortura, mas eu não poderia correr o risco de ficar com ele e jogar toda minha carreira a qual lutei tanto no lixo assim, perder meu emprego dos sonhos e pior, minha família jamais apoiaria, meu padrinho certamente ficaria decepcionado. Definitivamente o mundo parecia estar contra nós.

Eu: Quer saber, preciso de uma boa taça de vinho - Disse enquanto andava de um lado para o outro na minha sala.

As horas foram passando e eu já estava na minha terceira taça de vinho e continuava inquieta e irritada andando de um lado para o outro. Já estava cansada do percurso sala e cozinha e então decidi ir para meu quarto, assim que entro, vejo a camisa de Piquerez na beirada da cama.

Eu: Não acredito que ainda estou com a camisa dele aqui em casa

Essa camisa é a mesma a qual ele me emprestou para dormir em sua cama no dia da festa e até hoje eu não tinha devolvido.

Eu: E se eu for lá na casa dele devolver agora - Disse a mim mesma

Tá legal, quem estou querendo enganar. Essa camisa é o motivo perfeito para vê lo e quem sabe explicar o motivo do meu afastamento, afinal, ele merece saber. Não pensei muito. Coloquei a camisa dele dentro da minha bolsa e pedi um Uber para ir até a casa dele.
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PIQUEREZ NARRANDO

Cami, minha irmã estava fazendo um verdadeiro alvoroço no meu guarda-roupa. Talvez por ser a irmã mais velha ela ainda se sinta no dever de cuidar de mim. Ela raramente vem até minha casa, só quando está no Brasil, mas sempre que vem, me dá lições de moral em como devo guardar minhas roupas ou em como deixo as coisas sujas na cozinha e claro se uso camisinha quando saio com as mulheres.

Cami: Nossa, Joaquín. Deveria doar um pouco dessas roupas, só assim diminuiria essa zona aqui. - Disse minha irmã encaixando as últimas peças no meu guarda-roupa
Eu: Há, claro.

Foi tudo o que consegui dizer a minha irmã naquele momento. Eu estava super focado no vídeo game e na minha cama bem relaxado, minha última preocupação era com minhas roupas.

Cami: Irmãozinho querido, estou indo embora. Tá muito tarde e marquei de ir ao shopping amanhã com mamãe.
Eu: Irmã, obrigado pela moral aí no guarda-roupa, prometo ser mais organizado - menti

Ser organizado não é muito meu forte, mas sabia que se não falasse isso ela continuaria dando sermão e minha cabeça já estava explodindo. Me despedi da minha irmã com um abraço e ela saiu do quarto.

Eu: Agora sim vou jogar pra valer. - Disse contente.

Não demorou muito e escuto fortes batidas na minha porta. Cami deve ter esquecido alguma coisa.

Eu: Entra, baby. - Gritei

Por um estante pensei que era minha irmã, mas nem eu vendo bem ali na minha frente não estava acreditando quem era. Luiza Albuquerque em carne e osso.

Luiza: Quem é aquela vagabunda que acabou de sair daqui, Joaquín?