3. Reviravolta (6676k)

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3 – Reviravolta



Meg



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Dois anos antes – Califórnia


Estava sentada na cama do meu quarto, tentava telefonar para meus pais. Precisava obter qualquer notícia a respeito de como estavam, se tinham encontrado uma ou mais pessoas contaminadas... Esse tipo de coisa. Entretanto, não se tratava apenas de um boato. Serviços como telefonia e internet começavam a ficar sem operação, mercados e agências bancárias registravam tumultos em diversos estados e, em alguns deles, inclusive havia saques.

Acompanhava com apreensão as notícias pela televisão, embora as reportagens se restringissem a San Diego, cidade em que meu irmão e eu estávamos em missão, e às localidades próximas. Quando peguei o controle para trocar de canal, porém, a porta do meu quarto foi aberta em um rompante.

— Aquela garota acabou de matar o tenente Ortega!

Ergui meus olhos do que estava prestes a fazer e encarei Martin com assombro. — Que garota?

— Abigail Robinson. — Ele me respondeu sem fôlego.

— Como soube disso? — Questionei, visivelmente surpresa.

— Não importa. Já reportei o fato aos dois generais restantes, que por sorte estão aqui pra redistribuir o comando, porque todos os colegas deles se infectaram, foi a informação que recebi. Meg... A situação tá cada vez mais crítica. Eu diria que caótica. Nós não temos mais comandantes nessa operação... Diversos soldados não querem mais trabalhar e só pensam em voltar pra casa...

— Como se você também não pensasse nisso. — Resmunguei.

— A soldado Abigail matou o tenente Ortega porque negou que ela retornasse.

— Mas ele nos liberou pra voltar.

— Eu sei, e daí?

— Por que ele não permitiu que ela viajasse conosco amanhã cedo. Teria evitado a morte dele.

— Você não tá tentando justificar o assassinato de um oficial de patente superior por uma soldado, não é? O motivo é torpe...

— Torpe pra você. Ela tem um irmãozinho que depende dela, Martin. — Ponderei. — Mas agora você já a denunciou... Não há nada que possamos fazer.

— Até mesmo porque, sou primeiro sargento e você não. Pelo menos até que a situação normalize vou ficar no comando... Seja lá do que quer que esteja acontecendo em Galveston. — Ele falou de forma irredutível, depois deu um suspiro como se pretendesse buscar um pouco de calma. — A última informação que obtive de nossos pais é que decidiram evacuar a cidade por conta própria e que... Vão organizar as pessoas que queiram segui-los em um grupo. Por isso você e eu precisamos nos apressar.

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