23. Abnegação (3470k)

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23 – Abnegação


Abby


Assim que eu escutei as mensagens com os insistentes pedidos de ajuda em meu radiocomunicador, informei à Sophia, a Henry e a Adrian que eu seguiria para Crystal Beach. Os três insistiram por diversas vezes que eu esperasse para que alguém buscasse a sargento Butler com a finalidade de que ela e eu fôssemos juntas, mas eu não aceitei a oferta. Eu tinha indicado aquela cidade como um lugar tranquilo para que os idosos e as crianças Survivalists permanecessem na companhia dos Tigers que lá estavam, até que o conflito com os Fighters fosse inteiramente solucionado, então me considerava responsável pelo que estava acontecendo no local.

Pelo pouco que nós sabíamos, devido ao único enfrentamento que nós tivemos, infectados diurnos eram perigosos, tinham aparência mais monstruosa e podiam fazer vítimas aos montes, por esse motivo eu confiava muito mais na potência de meus braços ao remar do que em um motor de uma lancha, que podia funcionar ou não.

Eu sabia que precisava ir para aquela missão inicialmente de maneira solitária. Imaginava que eu fosse ser alcançada pelo soldado Garcia, ou por Sophia ou por Henry ou até mesmo por Meg e que tivesse de dar explicações sobre minha decisão de ir sozinha, porém, por uma questão de justiça e de redenção para mim por tudo de ruim que eu tinha feito desde o começo do surto, eu tinha a árdua missão de seguir e de tentar salvar o maior número de pessoas sem a intervenção de ninguém.

O tempo de viagem para a cidade em que tinha de ir era de aproximadamente meia hora se eu estivesse em uma embarcação a motor, mas sabia que meus braços tinham potencial semelhante ou até maior. Além disso, como os pertences da sargento estavam no iate, eu não poderia simplesmente pegá-lo, usá-lo como meio de transporte e deixá-la sem a mochila e as armas dela.

Minutos mais tarde eu enxerguei, a certa distância, intensa movimentação na praia em que sabia que a família Gallagher tinha organizado os acampamentos para todos – fossem ao ar livre ou nas casas ali perto, o que me levou a colocar mais força ao remar.

Também visualizei alguns infectados e à medida em que eu avançava, a cada poderosa remada, o angustiante som dos gritos das crianças, apesar do barulho constante das ondas, me deixava em um misto de apreensão e de tristeza por eu jamais ter imaginado que o belo local poderia ser invadido por qualquer horda.

No entanto, antes de continuar a remar eu parei. O barco era pequeno o bastante, mas não tanto para que não houvesse poucas coisas ali dentro. E uma delas chamou prontamente minha atenção: um balde completamente vazio. Então, enchi-o com água salgada e em seguida voltei a guiar o barco a toda velocidade.

Nós não tínhamos nenhuma comprovação científica de que infectados não gostassem de água salgada, mas como eles raramente se aproximavam das áreas litorâneas e jamais entraram no mar para tentar se alimentar de alguém que buscasse se abrigar em embarcações, tudo fazia crer que eu poderia ver o que acontecia caso essas criaturas tivessem contato com líquido salino.

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