5. Comando (4714k)

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5 – Comando


Meg



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Dois anos antes


Era inacreditável como a estrutura aparentemente sólida que mantinha a sociedade organizada havia ruído em pouco tempo não apenas nos Estados Unidos da América, mas sim também no mundo inteiro, já que as notícias que chegavam, mesmo que não fossem muitas, davam conta de haver desordens generalizadas nas mais diversas cidades, em praticamente todos os países do mundo.

Desde que o status da situação atual evoluiu de epidemia para pandemia nós sequer tínhamos tido um minuto de sossego. Eu não sabia o que significava ter uma noite bem dormida desde que havia regressado para minha cidade natal, haja vista que tarefas e mais tarefas se acumulavam em meio à incessante chegada de sobreviventes desesperados que imploravam por abrigo e por auxílio, o que me levava a descansar duas horas por noite ou três, quando muito.

Há quatro dias que eu contava com a inestimável ajuda da cabo Alexia Álvarez para uma melhor organização das medidas que precisavam ser tomadas, até porque tinha acabado de enterrar meu irmão e meus pais.

Martin e minha mãe foram covardemente mortos a pauladas por uma soldado que, há poucos dias, havia sido considerada desertora pelas poucas pessoas de patente superior que até o momento tinham sobrevivido. Quanto ao meu pai, ela o tinha matado com um tiro no peito certamente para vingar o ocorrido com o irmão caçula dela, foi o que me relatou Alexia.

De qualquer maneira, pouco a pouco a sociedade que conhecíamos passava por uma desintegração irreversível e não tínhamos autoridade o bastante para contê-la; as leis não eram mais obedecidas por praticamente ninguém que estivesse sozinho ou em pequenos grupos.

Controlar o que restou da população se tratava de uma tarefa praticamente impossível, haja vista que pequenos bandos de saqueadores invadiam qualquer ambiente onde achassem que houvesse suprimentos à disposição e, em meio a isso tudo, ainda precisávamos compreender como agiam os indivíduos que se transformavam em uma espécie agressiva, que objetivava apenas se alimentar de nós.

Eu me encontrava em uma sala da pequena base militar improvisada que ocupávamos, que se situava perto da entrada do edifício de dois andares e, ao escutar um estrondo alto e a voz de alguém a me chamar, reconheci-a prontamente. Tratava-se da assassina de meu irmão e de meus pais, a garota responsável, também, pela morte do tenente Roger Ortega.

Sedenta por fazer justiça pelas pessoas que julgava terem sido injustamente mortas eu deixei o cômodo e corri em direção à jovem de 21 anos que, com um rifle em mãos, ordenava à cabo Álvarez que trouxesse o corpo de Ronald Robinson – menino de cinco anos que eu sabia que havia sido morto por suspeita de infecção há cerca de algumas horas.

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