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No trigésimo dia do verão, James Potter propôs à Lily Evans um desafio.

Ele perdeu. O que significa que tudo ia de acordo com o plano.

O desafio tinha sido bobo. Mas como estavam no meio de uma aula de geometria analítica, acabou que ver quem lançava a cola bastão alto o suficiente pra grudar no teto renderá um pouco de diversão ao par. Quando a cola de Lily não voltou pro chão, eles elegeram sua vencedora; ela comemorou enquanto James simulava um mal perdedor.

Tinha sido meio complicado. Afinal, James era um atleta, ele tinha mais que a força necessária para acertar alguma coisa no teto da sala, mesmo aquela sendo tão alta, e Lily saberia se ele estivesse fazendo pouco caso da brincadeira; mas ele tinha conseguido, e sucedeu em fracassar.
Seu fracasso era a chave essencial para a vitória do plano.

Como prêmio, James prometeu que levaria a garota até uma loja de materiais de arte, e que ela poderia escolher o que quisesse no tempo que James levava pra conseguir o nome completo do primeiro atendente que vissem. Lily propôs que ele a deixasse escolher seu prêmio enquanto ele tentava arrumar o número do funcionário, questionando as habilidades de flerte do garoto de óculos; aquilo rendeu boas risadas a ela, e no fim James negou a proposta.

Não seria nada justo com a garota também; James já tinha o número do tal funcionário, e não era um ator tão bom assim pra fingir. Ele só precisava do nome do meio de Regulus, e esperava que o garoto não o sacaneasse tanto até que Lily pegasse tudo da loja.

Acontece que, sentado numa dessas cadeiras com rodinha, de escritório, atrás da bancada da loja, enquanto rascunhava alguns traços no próprio caderno de desenhos, Regulus nem fazia ideia que James trazia a garota.

Regulus esperava que o amigo do irmão chegasse a qualquer momento, como o mesmo vinha fazendo nas últimas semanas. E quando o sino acima da porta tocou, ele não escondeu a surpresa em seu rosto ao vem a longa cabeleira de fios ardentes correndo até os corredores.

James se aproximou do balcão, com um sorrisinho animado, claramente contendo sua excitação. Regulus então ligou os pontos; apontando o lápis que segurava até o corredor, ele perguntou ao garoto mais velho:

── É ela?

James pulou e os cantos da boca dele se esticaram ainda mais, dando um sorrisinho bem maior ao Black caçula.

Aquilo queria dizer sim. Pelo menos foi o que Regulus presumiu.

── Como conseguiu trazer ela pra cá?

── Graças ao seu plano, claro! ─ James respondeu, com tom misturado de obviedade e orgulho. Ele se acalmou da energia repentina e apoiou na baixada, tão largado que ficou na altura de Regulus. ── Ainda vai me ajudar a levar ela pra sair, né? ─ Perguntou com outro tipo de sorriso, um sorrisinho que não esperava não como resposta.

── Claro, seu besta ─ Regulus respondeu quase como se tivesse se ofendido, mas ele não tinha, era só o tom de voz e o rosto dele. James começará a entender suas feições; ele sorriu em resposta, transformando o sorriso interesseiro num genuíno.

── É isso aí! Aliás... ─ James se levantou da sua posição desleixada. Voltar a sua posição normal fez Regulus perceber o quão mais alto ele era, isso sim o fez se sentir ofendido, mas ele afastou esse fato e o ouviu: ─ preciso saber o seu nome do meio.

── É Arcturus. Mas por que?

A resposta tranquila e casual, seguida de outra pergunta, não teve uma resposta imediata. Na verdade, a dúvida só aumentou.

── LILY! ─ James gritou ao invés de propôr uma explicação. ─ O TEMPO ACABOU!

─ Nossa... ─ Regulus levou o dedo ao ouvido, e fez uma careta. ─ Que bom saber...

92 days. jegulusOnde histórias criam vida. Descubra agora