Palavras Entregues Ao Vento

Estou bem

Atualmente, estou bem.
Mas ainda desejo morrer.
Estou bem.
Mas ainda choro toda noite.
Eu estou bem.
Mas, ainda sinto o meu peito apertado e acelerado contra a minha caixa torácica.

No fundo eu não quero morrer, mas também não sinto prazer em viver.
Os meus dias são tão cinzas, que me tiram o ar e a motivação.
Eu quero derramar minhas dores e meus lamentos. Quero gritar o quanto está doendo.
Dizer o quanto os meus pensamentos estão me matando.

Eu ... Estou me matando.

Minha insegura que atropela os meus sentidos. Meus medos que me paralisam.
O ar que foge, assim, que o fardo se torna pesado demais.
As lágrimas que tanto segurei, que quando escorrem por meu rosto, parecem sufocantes demais.

Minha mente está me matando.
Me fazendo acreditar em coisas absurdas.
O quanto sou inútil e um fardo.
O quanto eu não faria falta.
O quanto as pessoas não se importam.
O quanto elas seriam felizes sem mim...

Toda essa confusão em minha mente.
Faz-me pensar que morrer é uma solução muito tentadora.
Que talvez alivie o fardo.
Que possa levar a dor embora.
Que o vazio em meu peito, suma.

Ninguém pode afirmar, já que ninguém voltou de lá, para contar.
Tenho medo de morrer, ao mesmo tempo, em que desejo a presença sombria da morte.
Quero tanto descansar, que estou alucinando.

Minha mente, meu corpo, cada parte minha em frangalhos.
E eu não sei se vou conseguir lutar.
Eu preciso lutar?
Eu tenho o porquê, lutar?
Não tenho respostas, apenas lágrimas e uma alma destroçada.