Problemas à vista

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– Isso não é tão ruim – argumentou Michael – Ela só está reclamando que ainda não me conheceu e alguma outra merda que nem é verdade

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– Isso não é tão ruim – argumentou Michael – Ela só está reclamando que ainda não me conheceu e alguma outra merda que nem é verdade. Por que isso é um problema?

Natalia balançou a cabeça enquanto navegava em seu telefone. Seus olhos nem sequer deixaram a tela do telefone enquanto ela falava, as unhas batendo furiosamente na tela de vidro.

– Não é o que ela disse que é o problema. É que ela está falando... as únicas coisas que eu quero ver na mídia sobre vocês dois são fotos fofas de um encontro noturno, e não sobre membros da família. Ela sabe sobre sua... carreira anterior?

Esta foi a primeira vez que sua gerente dirigiu uma pergunta à Alana, que estava sentada em silêncio desde que chegaram. Ela estava com tanta raiva que nem conseguia se deleitar com o fato de estar na casa de Michael pela primeira vez, sem estar regulamentada para seu lugar habitual no apartamento de solteiro dele. Ela pensou que ser convidada para esta parte íntima da vida dele a deixaria mais feliz. Mas em vez de se sentir alegre e acolhida, ela apenas se sentia um fardo. Ela só estava lá por necessidade para resolver a crise que sua própria irmã criou.

É por isso que você nunca poderá ser mais , ela lembrou a si mesma. Paris começou a arrancar as ervas daninhas da dúvida que cresciam em sua alma, sugando o poder da noção de que não poderiam ser mais. Isso a fez se apaixonar ainda mais por ele, fez com que ela ponderasse seriamente se os sentimentos dele por ela se estendiam a um território mais profundo. Mas isso? Isso a lembrou de um fato repugnante.

Não importa quantas viagens ele planejou para ela, presentes que ele lhe deu, ou gentileza que ele demonstrou, ela não pertencia aqui com ele no mundo real. Era como se cada detalhe íntimo de sua casa e de sua vida real gritasse para ela que ela estava fora de lugar, superando seu peso, e que acima de mais nada Alana precisava retornar para onde ela pertencia: a periferia de sua vida no condomínio onde ele teve casos de uma noite e aventuras que não significaram nada quando o sol nasceu. Porque assim que o acordo fosse desfeito, ela não seria nada para ele novamente. E embora Paris a fizesse sentir que ainda poderia vencer no ringue, agora ela sentia como se estivesse apenas levando um soco de volta ao lugar ao qual pertencia.

– Não. Bem... ela não sabe sobre a prostituição. Mas... sempre pensei que ela descobrisse que eu era uma stripper de alguma forma.

Natalia, que antes estava absorta em seu telefone, levantou a cabeça surpresa.

– Você também era stripper? Teria sido bom saber antes – ela murmurou baixinho.

As longas unhas de stiletto de Alana cravaram-se na palma de sua mão enquanto ela tentava não deixar que um comentário a empurrasse para fora do penhasco em que estava oscilando. Ela sabia que Natalia não pretendia ser crítica, mas isso não a impediu de sentir a dor disso. Cada escolha que ela fez em sua vida desde o momento em que veio ao mundo parecia ser ruim para todos os outros. Ela não conseguia fazer nada certo.

Higher - Michael B. JordanOnde histórias criam vida. Descubra agora