SEJA HONESTA CONSIGO MESMA

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Três da manhã.

Ambas deitadas na cama do quarto de Mina.

Entraram à espreita, afinal a Son estava proibida de pôr os pés ali dentro.

Nenhuma delas conseguia pegar no sono, mas optaram em tentar dormir ou fingir que estavam dormindo, mas foi às três da manhã quando Chaeyoung se cansou de tentar e sentou-se no grande colchão.

Acreditava se sentir vazia, como se fosse uma casa abandonada.

Não estava mais triste, mas também ainda não estava totalmente bem.

Queria verdadeiramente entender o que estava sentindo nesse momento.

— Está com dor? — o movimento na cama conseguiu tirá-la de seus pensamentos do que a própria pergunta de Myoui.

Olhou para a japonesa.

— Você está com dor? — a mais velha se aproximou da menor.

— Não consigo dormir — revelou.

— Também não.

Ficaram alguns minutos em silêncio até a líder se levantar e andar para seu armário, dentro dele retirou um projetor, em seguida desligou a única fonte de luz ainda acessa naquele quarto que era o abajur e ligou o objeto que refletia as estrelas acompanhada pela lua no teto.

Era bonito, transmitia calma como tudo que tinha autenticidade de Mina.

— Quando não consigo dormir gosto de fazer alguma coisa junto com as estrelas e a sua linda lua — tornou a deitar — Vem.

Deu dois tapinhas no colchão, era um pedido mudo para se juntar a ela.

Quando entraram naquele quarto cada uma deitou em uma ponta presa em sua própria confusão e agora ficariam grudadas para ver as estrelas.

Que irônico, certo?

Uma coisa que Chaeyoung descobriu é que não era somente na mão de Mina que encontrou conforto, não era somente nos braços de Mina que encontrou conforto.

Era em Myoui Mina que encontrou confortou.

Na líder de torcida que se aliou a sua 'inimiga'.

Na garota que demonstrou ser agressiva em cada atitude babaca sua.

Na introvertida que não gostava de festas e amava ler livros em sua casa da árvore.

Na garota que tem lidado tudo com otimismo.

Não tinha lugar para haver dúvidas que conheceu todas as vertentes dela e em cada uma encontrou um abrigo, um lugar de repouso, um conforto.

Se dissessem para coreana que um dia ela estaria abraçada com a líder na casa da mesma, certamente iria rir e dizer que era loucura, mas ali estava ela, escondida nos braços dela, seu rosto deitado em seu peito enquanto olhavam para cima.

Se pudesse fazer um desejo seria que esse momento durasse até a eternidade.

Bem ali com as estrelas e a lua sendo suas únicas testemunhas, finalmente estava descansando, o vazio que acreditou sentir pela madrugada toda estava sendo substituído pela paz e a casa abandonada agora tinha uma nova habitante, ela tinha um nome, uma voz fina, um belo corpo e um lindo sorriso gengival.

Lágrimas caíram silenciosamente.

Mina não merecia nada disso, ninguém merecia.

— Você sabe que eu não vou desistir, certo?

UM ATO, MIL CONSEQUÊNCIAS | MICHAENG (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora