UMA ÚNICA CHANCE

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— O problema é que eu descobri que eu estou gostando de você.

Medo e insegurança.

Duas palavras que podiam definir Myoui Mina.

A japonesa não tinha medo de estar gostando da coreana, ela tinha medo de se machucar e seu medo estava acompanhado pela sua insegurança. Não era por ser a Chaeyoung, era pelas circunstâncias a qual estavam presas, pondo um peso da incerteza em seu coração, questionando se poderia confiar plenamente seus sentimentos na garota a sua frente a qual acabou de confessar os seus também.

— Esse é o meu problema — vendo que a líder não teve uma reação ou disse algo, a Son reafirmou sua fala.

Mina simplesmente não conseguia reformular as palavras, estava ainda em processo de entendimento. Se prendeu tanto em seus sentimentos que não observou os sinais que a baixinha deu até aqui.

Então é recíproco? Chaeyoung sente as mesmas coisas que ela? Mas é o suficiente? É suficiente o bastante para passar por cima de seus medos e inseguranças?

— Chae... — como um sussurro saiu de seus lábios.

Ver nos olhos da líder um misto de receio foi como estraçalhar mais ainda o coração que já estava partido. A mais nova se sentia uma grande tola, achou que dizer a verdade traria soluções, entretanto percebeu que de fato não estava preparada para seguir com a sua vida sendo rejeitada.

— Vamos esquecer o que eu disse, erro meu ter misturado as coisas — a de cabelo curto mal conseguia olhar nos olhos castanhos da mais alta.

Mina queria dizer algo, queria mesmo dizer algo, mas sua mente e corpo não deixava, o seu silêncio matava Chaeyoung que aguardou um pouco mais alguma reação sua.

Soltou um suspiro, o que ela tinha na cabeça? Afinal, estamos falando de Myoui Mina, a líder de torcida que sempre implicou com ela durante as aulas, talvez a forma de ser enxergada pelas aquelas órbitas cor de mel nunca mudou.

Apertou seus dedos dentro do bolso não suportando mais estar na presença dela, girou seu corpo retornando para dentro da escola.

Isso não era justo.

Não era justo com a Chaeyoung, que ao contrário dela em nenhum segundo lutou contra esses sentimentos, apenas tem se deixado levar, sem se preocupar com o amanhã, ambas pagarão um preço se caso vão se aprofundar nisto.

Era o momento de ser honesta como a baixinha tem sido.

Em curtos passos conseguiu impedir a coreana de continuar andando pondo seu corpo a sua frente, suas pernas estavam tremendo, as batidas de seu coração começando a acelerar, um súbito desespero surgindo, ele que um dia foi um pedido para ser ajudada, hoje é um pedido para ser compreendida.

— Chaeyoung, eu... — a mais baixa arqueou uma sobrancelha preocupada a vendo gesticular com as mãos — Chaeyoung, eu... — cautelosamente juntou seus dedos ao da líder, com o polegar passou a fazer um carinho tentando acalmá-la.

Não iria intervir, deixaria a japonesa tomar seu próprio tempo, sem pressão e sem pressa, queria entendê-la.

Em um ato de surpresa Mina escondeu seu corpo ao da coreana.

— Chaeyoung... — sua voz saiu abafada, porém audível — Eu não consigo.

A baixinha separou a junção de seus dedos para mudar a rota de seu carinho, agora sendo nas costas da líder.

UM ATO, MIL CONSEQUÊNCIAS | MICHAENG (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora